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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Inesperada Solução


Desde a desencarnação de seu irmão José, em fevereiro de 1939, o médium Chico Xavier deixara de servir no trabalho de assistência aos Espíritos mais necessitados nos serviços convencionalmente denominados nos círculos espíritas, de desobsessão. Vivia-se já o ano de 1951 e “o volume crescente dos casos de obsessão que procuravam incessantemente as reuniões públicas do Centro Espírita Luiz Gonzaga, nas noites de segunda e sextas-feiras, recomendavam, todavia, alguma providência nesse sentido”. E, Chico, por várias vezes, falou ao amigo Arnaldo Rocha, “sobre o desejo expresso pelos Amigos Espirituais, no sentido de se criar um grupo de irmãos conscientes e responsáveis para a assistência especializada aos problemas difíceis”. Arnaldo Rocha - desencarnado em 29 de outubro de 2012-, para quem não sabe, foi marido durante alguns meses de Irma de Castro, a quem chamava carinhosamente Meimei (Amor puro), desencarnada jovem em consequência de um quadro de nefrite que a perseguia há alguns anos. Tornou-se amigo muito próximo de Chico por “casuais” acontecimentos que, na verdade estavam reaproximando velhos conhecidos de outras eras. Em meados de 1952, por fim, iniciaram-se os trabalhos. Arnaldo, descrevia o grupo como reduzido a vinte companheiros que perseveraram unidos até a mudança de Chico para Uberaba, em 1958. “Dez médiuns com faculdades psicofônicas apreciáveis seguindo um programa de normas rígidas traçado pelos Instrutores Espirituais, nas noites de quinta-feira, semanalmente. Atividades mediúnicas em atmosfera habitual de equipe, assiduidade, horário rigoroso”. As reuniões se “iniciavam às 20 horas e, após a prece inicial, a leitura de trechos doutrinários e a palavra rápida do Amigo Espiritual responsável pelos trabalhos, as vinte e quinze, aproximadamente, começava o socorro aos desencarnados, constando de esclarecimento e consolo, enfermagem moral e edificação evangélica, a benefício das entidades conturbadas e sofredoras durante os próximos noventa minutos, valendo-se da cooperação de todos os médiuns presentes”. Às 21:45 hs, o ambiente se modificava para a prece em favor dos enfermos distantes. E, nesses quinze minutos finais, pela psicofonia sonambúlica de Chico, ouvia-se a palavra direta de Instrutores e Benfeitores desencarnados. “Eram lições primorosas dos orientadores, palestras edificantes de amigos, relatos comoventes de irmãos recuperados e preleções de caráter científico, filosófico e religioso, proferidas por devotados e cultos mentores, de passagem pelo recinto”. Revelou Arnaldo que “para reter-lhes a palavra construtiva e consoladora, muita vez suspiraram pela colaboração de um taquígrafo, até que, nos primeiros dias de 1954, comentando o problema com o distinto confrade Professor Carlos Torres Pastorino ( autor do conhecido MINUTOS DE SABEDORIA), o amigo radicado no Rio de Janeiro, ‘ofereceu-lhes um gravador de sua propriedade, que permitiu, desde a noite de 11 de março de 1954, o registro daqueles inesquecíveis momentos”. Assim nasceram dois livros  extraordinários INSTRUÇÕES PSICOFÔNICAS e VOZES DO GRANDE ALÉM, ambos publicados pela FEB e, mais recentemente, recuperados em áudio pela VERSÁTIL que os lançou em Audio-Livro. Fatos muito interessantes  cercam cada manifestação, sempre explicadas no introito de cada uma delas. Um deles, porém, constitui-se numa história à parte. Deu-se ao término da “reunião da noite de 2 de junho de 1955. O companheiro encarregado do serviço de gravação, ausentara-se, e Arnaldo, pessoalmente, assumiu a tarefa. E, notando que Chico denotava expressiva alteração, intuitivamente assinalou que o Grupo estava sendo visitado por mensageiro espiritual de elevada hierarquia. Não se enganava. Colocando-se em pé, o Instrutor passou à palavra. Dicção educada. Voz clara e bela. Em sucinto estudo, exalta a figura excelsa de Jesus, à frente do Espiritismo. Na saudação final, identifica-se. Tratava-se de Bittencourt Sampaio. Despede-se e encerra-se a reunião. Ansiosos para estudar a mensagem, ouvindo-a de novo, a frustrante constatação: o gravador não funcionara. Perdera-se a palavra do grande Instrutor. Uma hora depois dos seis remanescentes  tentarem entender  a origem do sucedido, preparando-se para o retorno aos seus lares, Chico anunciou estar ouvindo o amigo espiritual José Xavier avisando que não se preocupassem, pois Meimei e ele haviam gravado a palavra do Benfeitor  no aparelho de uso da equipe espiritual e, que se reunissem  em silêncio para que o médium ouvindo-a, a fixasse no papel. Sentaram-se ao redor da mesa, com o material de escrita e, depois da prece, Chico esclareceu estar vendo um pequeno gravador junto deles, manejado pelos Amigos Espirituais, transcrevendo moderadamente, evidenciando a audição em curso”. No fim, depois de outros lances inusitados, podia ser lida a belíssima  página O CRISTO ESTÁ NO LEME, contida no primeiro dos livros citados.

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