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sábado, 16 de julho de 2022

ANIMAIS E MEDIUNIDADE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Há quem diga ter testemunhado fenômenos inusitados envolvendo animais de estimação. Manifestação de Erasto, um dos integrantes de equipe responsável pelas bases do Espiritismo, obtida na Sociedade Espírita de Paris, e, inserida por Allan Kardec na edição de agosto de 1861 da REVISTA ESPÍRITA reflete sobre o tema, oferecendo elementos importantes para nossas análises. O Orientador Espiritual, parte da argumentação de um fervoroso seguidor da Doutrina nascente que defendia ser possível mediunizar aves e outros animais, deles se servindo em comunicações com a espécie humana, justificando sua tese nos fatos observados à época, “envolvendo a matéria inerte, ou seja, uma mesa, uma cadeira, um piano”. Em sua mensagem escreve Erasto: -“Para começar, convenhamos bem nossos fatos. Que é um médium? É o Ser, o indivíduo que serve de traço de união aos Espíritos, a fim de que estes facilmente possam comunicar-se com os homens, Espíritos encarnados. Por consequência, sem médium nada de comunicações tangíveis, mentais, escritas, físicas, nem de qualquer outra espécie. Há um princípio – disto tenho certeza – que é admitido por todos os Espíritos: é que os semelhantes agem com e como os seus semelhantes. Ora, quais são os semelhantes dos Espíritos, senão os Espíritos, encarnados ou não? Será preciso repeti-lo incessantemente? Ora, repetirei ainda: -Vosso Perispírito e o nosso são tirados do mesmo meio, são de natureza idêntica; numa palavra, são semelhantes. Possuem uma propriedade de assimilação mais ou menos desenvolvida, de imantação mais ou menos vigorosa, que nos permite, Espíritos e encarnados, nos pormos em contato pronta e facilmente(...). Foi dito: Os Espíritos mediunizam e fazem mover a matéria inerte, cadeiras, mesas, pianos. Fazem mover, sim; mas não mediunizam! Porque, ainda uma vez, sem médium algum não se podem produzir esses fenômenos. Que há de extraordinário que, auxiliados por um ou vários médiuns, façamos mover a matéria inerte, passiva, que, justamente em razão de sua passividade, de sua inércia, é própria, para sofrer os movimentos e os impulsos que lhes desejamos imprimir? Por isto necessitamos de médiuns, é positivo. Mas não é necessário que o médium esteja presente ou consciente, porque podemos agir com os elementos que nos fornece, mau grado seu e fora de sua presença, sobretudo nos casos de tangibilidade e transporte. Nosso envoltório fluídico, mais imponderável e sutil que o mais sutil e imponderável dos vossos gases, unindo-se, casando-se, combinando-se com o envoltório fluídico, mais animalizado do médium, e cuja propriedade de expansão e de penetrabilidade e inapercebida por vossos sentidos grosseiros e quase inexplicável para vós, nos permite mover os móveis e, mesmo, os quebrar em locais desabitados. Certamente os Espíritos podem tornar-se visíveis e tangíveis pelos animais, muitas vezes tomados de súbito por tal pavor, que vos parece infundado, e é causado pela vista de um ou vários desses Espíritos mal intencionados para com os indivíduos presentes ou para com os donos desses animais. Muitas vezes encontrais cavalos que não querem avançar nem recuar ou que empacam ante um obstáculo imaginário. Ora, tende a certeza de que o imaginário obstáculo é, às vezes, um Espírito, ou m grupo de Espíritos que se divertem impedindo o avanço (...). Mas, repito, não mediunizamos diretamente nem os animais, nem a matéria inerte. Sempre nos é preciso o concurso, consciente ou inconsciente, de um médium humano, porque nos é necessária a união de fluidos similares, o que não encontramos nos animais, nem na matéria bruta (...). Assentado isto, reconheço perfeitamente que nos animais existem aptidões diversas; que certos sentimentos humanos neles se desenvolvem; que são sensíveis e reconhecidos, vingativos e odientos, conforme se atue bem ou mal sobre eles. É que Deus, que nada faz incompleto, deus aos animais, companheiros ou servos do homem, qualidades de sociabilidade, que faltam inteiramente aos animais selvagens, que habitam as solidões. Resumindo: os fatos mediúnicos não se podem manifestar sem o concurso consciente ou inconsciente do médium; e só entre os encarnados, Espíritos como nós, é que podemos encontrar os que nos podem servir de médiuns. Quanto “a educar cães, aves ou outros animais para fazerem tais ou quais exercícios, é assunto vosso e não nosso”. Em nota complementar, Allan Kardec comenta que “tendo observado muito atentamente experiências feitas com aves, às quais se atribuía a faculdade mediúnica, reconheceu nelas os processos de prestidigitação, as quais dão a ilusão ao espectador que se contenta com a aparência, sem perscrutar o fundo (...). O que mais se deve admirar em tais experiências é a arte, a paciência que foi preciso desenvolver para educar esses animais, tornando-os dóceis e atentos”.



Aprendi que existem dois tipos de mediunidade. Quando a mediunidade é inconsciente, o médium não se lembra da comunicação que deu; quando a mediunidade é consciente, ele se lembra de tudo que o Espírito falou. Eu tenho a mediunidade consciente, mas isso não é bom para mim, porque fico insegura, pensando que muita coisa é de mim mesma. Gostaria da mediunidade inconsciente, porque não vou saber de nada e, assim, vou acreditar mais nas comunicações. (anônima)


De fato, existe essa classificação que você diz: o médium consciente e o médium inconsciente. Fala-se também em médium semiconsciente. Entretanto, para que possamos garantir a autenticidade da comunicação, o problema de ser consciente ou inconsciente não é fundamental. Vamos lhe dizer por quê. Na verdade, o médium consciente , em tese, tem até melhores condições de controlar sua mediunidade. E isso vai depender, essencialmente, de seu caráter, de seu compromisso com a verdade e de seu esforço em fazer o melhor. Já o médium inconsciente – até pelo fato de não saber o que se passa durante a comunicação – não tem controle sobre ela, deixando seu inconsciente agir à vontade. Ora, cara ouvinte, o inconsciente também pode se enganar e pode mentir.


A atividade mediúnica – principalmente a das comunicações orais e escrita – estão muito sujeitas à interferência da mente do médium. Aliás, em toda comunicação há interferência do médium. A educação da mediunidade consiste justamente em treinar o médium a interferir o menos possível, deixando que as idéias do Espírito se manifestem livremente. Se o médium não exercer nenhum controle sobre a comunicação – no sentido de julgar se é verdadeiro ou falso – ele poderá desfigurar totalmente a mensagem do Espírito; e, por outro lado, se ele exercer um controle muito rígido sobre a comunicação, acabará impedindo que o Espírito se comunique. Logo, deve prevalecer o bom senso.


Só muito excepcionalmente as comunicações são 100% autenticas, ou seja, sem influência do médium. A maioria sofre sua maior ou menor influência, como dissemos. Por isso que é importante que a mediunidade seja exercida num grupo de pessoas idôneas, comprometidas com a verdade e que tenham conhecimento espírita. Neste caso, o controle não é só do médium, mas também de todo o grupo. Ademais, o dirigente da sessão - como, de resto, todo o grupo – deve, inicialmente, deixar o médium à vontade. O que é do médium e o que não é, com o tempo, vai sendo fácil de se verificar pelas próprias comunicações, contribuindo assim para que ele, o médium, aperfeiçoe a sua mediunidade.


É por isso que é importante que haja uma avaliação do grupo, que o grupo se avalie, que cada médium se auto-avalie, e que todos troquem idéias e experiências para melhorar a produção do grupo. Os grupos, que não se avaliam, acabam caindo na rotina, e a rotina, além de improdutiva, é sempre perigosa.


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