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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A Maior de Todas as Sombras

A ignorância sobre as questões espirituais é sem dúvida responsável por todas as perturbações observadas no organismo social da Terra na atualidade. O desconhecimento da visão ampla oferecida pelo Espiritismo é um dos fatores determinantes da predominância dos comportamentos incompreensíveis das criaturas humanas em várias partes do Planeta. Quando Allan Kardec em observação a respostas obtidas dos Espíritos Superiores e inseridas n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS perguntou “quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato?, a realidade era muito diferente da observada nos dias de hoje. O Espiritismo feneceu na região da Terra em que nasceu para ressurgir de forma admirável no Brasil, onde um médium à frente de milhares de outros produziu uma obra densa em algumas de suas contribuições, auxiliando a compreensão das informações revolucionárias sobre a sobrevivência, reencarnação, influências espirituais entre diferentes Dimensões, lei da Causa e Efeito, obsessão, mediunidade, entre outras. O estrago feito pelas religiões convencionais, associado à transformação das mesmas em meio de vida por muitos, produziram gerações nas últimas décadas altamente refratárias a quaisquer temas que possam ser relacionados. Como dizem muitos dentre os que se encontram engajados nos meios intelectuais e acadêmicos, há uma rejeição imediata e espontânea ante qualquer tentativa de se tocar em qualquer um dos assuntos citados. Estudos acerca do comportamento confirmam que refletimos no meio, o que carregamos no mundo interior, ou seja, só somos capazes de dar o que temos. O vazio existencial e cultural das lideranças condicionadas a se ajustarem à realidade materialista forma uma barreira neutralizante de tentativas mais objetivas de se levar à frente projetos de divulgação em massa das esclarecedoras verdades de que a Doutrina Espirita se compõem. Um século 21 que começa evidenciando tantas desigualdades sociais; em que a mulher em vários países em considerada inferior ao homem, em que os direitos individuais esbarram em preconceitos de várias origens; em que os interesses políticos não são necessariamente o bem estar da coletividade; não poderá avançar e terminar de forma melhor que terminou o século 20. O processo de alienação e manipulações ganha cada vez mais destaque em eventuais análises que se possa fazer. Kardec, à pergunta reproduzida no início deste texto, responde dizendo que “a desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma educação bem compreendida pode curar. Nisso está o ponto de partida, o elemento real do bem estar, a garantia da segurança de todos”. Acrescenta ainda que “quando essa arte (educação moral) for conhecida, compreendida e praticada, o homem seguirá no mundo os hábitos de ordem e previdência para si mesmo e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar de maneira menos penosa os maus dias inevitáveis”. O mais grave de tudo isto é que isto foi escrito há mais de 150 anos, contudo, mantem-se aprisionado entre as páginas do livro que deveria ser o primeiro guia de todos os espíritas, mantendo-se ignorado inclusive entre estes. Há um enfase acentuado em programas de estudos evangélicos ou em torno das práticas mediúnicas. Na maioria das casas espíritas, a criança que representa o futuro da sociedade, não preocupa dirigentes. Não se prepara gerações de um dia para outro. Kardec, educador que era, em nota à questão 685 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, comenta que “há um elemento que não se ponderou bastante, e, sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a educação. Não a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar caracteres, aquela que cria hábitos, porque educação é conjunto de hábitos adquiridos”. Sua percepção mostra-se acertada. Enquanto os que decidem manterem-se distraídos nas próprias presunçosas teorias, refletindo o quanto amam a si mesmo e o quanto não amam o próximo, a Humanidade continuará mergulhando num caos sem precedentes na sua História. Tal quadro alimentará as dores morais e físicas, tão presentes neste mundo de Expiação e Provas, contraditoriamente, tão sedento de paz e felicidade.

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