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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Eutanásia

“Sem qualquer conhecimento das dificuldades espirituais, o médico ministrou-lhe a chamada “injeção compassiva”, ante o gesto de profunda desaprovação do meu orientador. Em poucos instantes, o moribundo calou-se. Inteiriçara-se a mascara facial. Fizeram-se vítreos os olhos móveis. Cavalcante, para o espectador comum, estava morto. Não para nós, entretanto. A personalidade estava presa ao corpo inerte, em plena inconsciência e incapaz de qualquer reação. Sem perder a serenidade otimista, o orientador explicou-me: - A carga fulminante de descanso, por atuar diretamente em todo sistema nervoso, interessa os centros do organismo perispiritual. Cavalcante permanece, agora, colado a trilhões de células neutralizadas, dormentes, invadido, ele mesmo, de estranho torpor que o impossibilita de dar resposta ao nosso esforço. Provavelmente, só poderemos libertá-lo depois de decorridas mais de doze horas(...). E, conforme a primeira suposição de Jerônimo, somente nos foi possível a libertação do recém-desencarnado quando já haviam transcorrido vinte horas, após serviço muito laborioso para nós. Ainda assim, Cavalcante não se retirou em condições favoráveis e animadoras. Apático, sonolento, desmemoriado”. O relato contido no livro OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb), assinado pelo Espirito André Luiz pelo médium Chico Xavier, apresenta as ações nos dois Planos da Vida, envolvendo uma pessoa portadora de câncer em estágio avançado. De um lado, as providências dos técnicos espirituais objetivando proceder a liberação do corpo espiritual (períspirito) do corpo físico, que por sinal, aproximava-se da conclusão. De outro a ação de profissional da medicina que decidiu abreviar o sofrimento do doente terminal. Em grande parte do chamado Mundo Ocidental, periodicamente volta à discussão a eutanásia (morte provocada por sentimento de piedade à pessoa que sofre); distanásia (prolongamento artificial do processo de morte) e ortotanásia (morte pelo processo natural). O Espiritismo posiciona-se diante do problema desde que Allan Kardec reproduziu n’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, a resposta à pergunta por ele formulada a partir da suposição de que se diante de “um homem agonizante, preso a cruéis sofrimentos, sabendo-se seu estado sem esperanças, seria permitido poupar-lhe alguns instantes de agonia, abreviando-lhe o fim?”, ouvindo da Espiritualidade Superior que: “-A que extremos tenha chegado um moribundo, ninguém pode dizer com certeza que soou sua hora final. A Ciência, por acaso, nunca se enganou nas suas previsões? Bem sei que há casos que se podem considerar, com razão, como desesperadores. Mas se não há nenhuma esperança possível de um retorno definitivo à vida e à saúde, não há também inúmeros exemplos de que, no momento do ultimo suspiro, o doente se reanima e recobra suas faculdades por alguns instantes? Pois bem: essa hora de graça que lhe é concedida, pode ser para ele da maior importância, pois ignorais as reflexões que seu Espírito poderia ter feito nas convulsões da agonia, quantos tormentos podem ter feito nas convulsões da agonia e quantos tormentos podem ser poupados por um súbito clarão de arrependimento”. Embora não seja possível generalizações, ficou celebre o caso da americana Karen Ann Quinlan que após ingerir uma mistura de álcool e drogas entrou em coma, mantida desde então presa a aparelhos, por quase uma década, até que a Justiça autorizou a pedido dos pais o desligamento do maquinário. Adotado o procedimento, sobreviveu mais nove anos, sem alteração do quadro clínico inicial. Outro exemplo deu-se na Itália, envolvendo Eluana Englaro, vitima de acidente automobilístico que a manteve em estado vegetativo por dez anos, em meio à conturbada batalha judicial movida por seu pai que pretendia desliga-la dos aparelhos que a mantinham viva, conseguindo por fim que fossem desconectados, inclusive a alimentação por meio de sondas, o que  levou seu corpo a morrer de fome. Atualmente, além da eutanásia, discute-se também o direito de não recorrer a tratamentos que objetivem o prolongamento da vida, argumentando-se que procedimentos invasivos submetem o que sofre a desconfortos maiores ao que já enfrenta. Um outro lado da questão é a intenção com que se delibera pela renúncia  à responsabilidade no que se refere ao cuidado do doente terminal. Qual o real interesse em abreviar-lhe a vida? Muitas vezes econômico. Na obra NOSSO LAR (feb), André Luiz depara-se com o caso de Espírito doente, acometido de crises agudas de ódio em relação a familiar remanescente no Plano Físico. Filho adotivo, médico de formação, sem vocação, apressou o desenlace do pai, aplicando-lhe “a morte suave”, a eutanásia, movido pela ambição ante a expressiva fortuna acumulada por este, por sua vez iludido que na dimensão de que se afastara pela morte, possuímos algo definitivamente. No ponto em que André Luiz se inteira do processo, observa que do leito em que se encontrava o doente que tinha diante de si, ele envolvia todos os familiares encarnados em fluidos de amargura e incompreensão, recebendo em contrapartida o mesmo, visto que o pensamento, em vibrações sutis, alcança o alvo, por mais distante que esteja. A permuta de ódio e desentendimento impôs ruína e sofrimento nos familiares. A esposa recolheu-se, a estabelecimento de tratamento mental, ralada de angústia. As filhas mantinham-se em luta judicial com os irmãos, em virtude dos grandes patrimônios materiais herdados. Um quadro terrível, cujas sombras poderiam diminuir, se a mente vigorosa do doente não estivesse mergulhada em propósitos de vingança. Percebe-se pelo quadro citado, que a continuidade da vida desencadeia problemas insuspeitos em nossa Dimensão. Retomando o caso Cavalcante, André Luiz observa que a injeção sedativa nele ministrada, veiculando anestésicos em dose alta, afetara-lhe o corpo perispirítico como se fora choque elétrico. Devido a isso, permanecia quase inerte, ignorando-se a si mesmo. Não sabia concatenar raciocínios para responder às questões mais rudimentares, alusivas à própria identidade pessoal.  Tecnicamente, nos repassa informações importantes a respeito da ação - nos dois corpos existênciais, o perispiritual (períspirito) e o físico -, das substâncias utilizadas nos processo da chamada “morte piedosa”: “- Qualquer droga, no campo infinitesimal dos núcleos celulares, se faz sentir pelas propriedades elétricas específicas. Combinar aplicações químicas com as verdadeiras necessidades fisiológicas, constituirá, efetivamente, o escopo da Medicina no porvir. O médico do futuro aprenderá que todo remédio está saturado de energias eletromagnéticas em seu raio de ação. É por isso que o veneno destrói as vísceras e o entorpecente modifica a natureza das células em si, impondo-lhe incapacidade temporária. A gota medicamentosa tem princípios elétricos, como também acontece às associações atômicas que vão recebê-la. Segundo sabemos, em plano algum a Natureza age aos saltos. O períspirito (corpo espiritual), formado à base de matéria rarefeita, mobiliza igualmente trilhões de unidades unicelulares da nossa esfera de ação ( Espiritual), que abandonam o campo físico saturadas da vitalidade que lhe é peculiar. Daí os sofrimentos e angústias de determinadas criaturas, além da morte. Os suicidas costumam sentir, durante longo tempo, a aflição das células violentamente aniquiladas, enquanto os viciados experimentam tremenda inquietação pelo desejo insatisfeito.”

  ATENÇÃO!.. A partir de hoje você dispõe também neste BLOG - na lista de links que o emolduram -, de uma série denominada "ENTENDA O MECANISMO",  mostrando, a princípio, os temas   A PRECE    e   A LEI DE CAUSA E EFEITO e suas sutilezas.   CONHEÇA!.....

Um comentário:

  1. Caro irmão,

    Excelente a matéria! Obrigado por brindar-nos sempre com tão edificantes informações. Estamos sempre acompanhando suas palestras e seus estudos. Que nosso mestre Cristo continue lhe dando força e motivação nessa empreitada. Fraternal abraço. Marcelo Zompero.

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