A questão da desencarnação constitui-se ainda na atualidade num mistério
para quase a totalidade das criaturas em nosso Plano Existencial apesar das
informações ofertadas há mais de um século e meio com a chegada da Terceira
Revelação de Deus aos homens através do Espiritismo. Paralelamente desde os
anos 70, profissionais da saúde começaram a observar com mais atenção os
relatos dos que passaram pela experiência do que se convencionou chamar EQM – Experiências de Quase Morte
tratados em obras VIDA ALÉM DA VIDA dos médicos Raymond Moody Junior e
Elizabeth Kubler-Roos, que, por sinal, inspirou a pratica dos denominados
Cuidados Paliativos. Em comentário preservado em livro pouco antes dele mesmo
desencarnar, o médium Chico Xavier que conviveu ostensivamente com os “mortos”
de variada espécie, afirmou que “oitenta por cento das criaturas que
desencarnam, voltam-se para a retaguarda sem condições de ascenderem aos planos
elevados. Apenas vinte por cento gravitam para os Planos mais altos. A maioria
delas, portanto, fica vinculada aos familiares e amigos. Egressas do Plano
Físico, sentem-se numa viagem sem mapa, sem direção ou bussula... E todas as
vezes que os familiares se dirigem aos templos da Terra, elas os acompanham”.
Na extensa produção mediúnica de Chico Xavier inúmeros comentários permitem
formular-se uma ideia de ações existentes no reingresso do Espírito no Plano
Espiritual após o episódio da morte física ou desencarnação. Destacamos a
seguir instigantes comentários expressos por pessoas que pela mediunidade revelam
surpreendentes situações desconhecidas pela maioria das pessoas. Vamos a elas: 1- ACIDENTES DE
CARRO 1.1- Marcia Regina; acidente de carro: -. (...). Diante de meu assombro as duas me conduziram em
carro simples para um parque hospitalar, onde adquiri forças para efetuar as perguntas para mim
necessárias e inevitáveis. Vim, a saber, que o nosso Horário e o amigo Antônio
José se encontravam internados em casa de
absoluto descanso mental, já que se
recusavam a aceitar a realidade da própria desencarnação, à maneira de
alienados e, somente mais tarde, consegui os primeiro contatos com ambos,
tentando reamonizar-lhes os pensamentos. 1.2 - Laura
Maria Machado Pinto; 33
anos : -Tivemos instantes de lucidez, fora da vestimenta
corpórea, no entanto, a Providência Divina jamais nos abandona. Lá mesmo, ante
a visão do campo aberto, uma equipe de
enfermeiros nos aguardava. Aquilo nos fez
pensar em preparação. Agarradas comigo, as nossas queridas filhas Patrícia e
Beatriz me tomavam a alma toda. Gritos e lamentações surgiam, próximos de nós,
no entanto, as ambulâncias que não conhecíamos
nos recolhiam com pressa. 1.3 - Wellington Ramon Monteiro Rodrigues -“Um sono profundo, traçado de sonhos em que tudo me vinha à memória, desde os meus
primeiros dias de criança, empolgou-me
totalmente. Não tive outra saída, senão cair num torpor esquisito, no qual, se falei alguma coisa, foi claramente sem pensar. Meu avô Oswaldo
surgiu à minha frente, com dois amigos que se identificaram na condição de
amigos dele, de nome Cristone e José Fernandes Grillo, que me convidaram para
acompanhá-los. E surpreendi-me, porque entrelaçando o meu braço com o de meu
avô, senti-me leve de inesperado, buscando junto deles o refúgio onde me vejo ainda em
tratamento.
Estou melhor, mas nada sei do Oldack. Posso, porém, dizer-lhes que o nosso corpo aqui não está isento dos
resultados difíceis que remanescem dos acidentes. Não temos um corpo de
impressões, e, sim, um veículo de manifestação com fisiologia maravilhosamente
organizada. E a qualquer estrago obtido no mundo, nos casos de impacto, somos
obrigados a tratamentos laboriosos, como acontece em qualquer hospital de
Ourinhos. É um mundo novo, com faculdades novas a servir-nos".
Passei por diversas igrejas e nunca vi os evangélicos render culto à
mãe de Jesus, como acontece na Igreja Católica, que reza Ave-Maria. Também não
notei isso entre os espíritas. Nunca ouvir rezar Ave-Maria no Centro. O que os
espíritas pensam sobre esse culto à Maria? (Ouvinte anônimo)
Na
verdade, cada igreja, cada agrupamento religioso, tem a sua própria forma de
crer, orar e adorar a Deus. Respeitamos todos eles, porque – como bem disse
Kardec – o que realmente vale, o que tem peso e faz diferença em tudo isso, é a
fé que a pessoa cultiva, é o que realmente ela crê. Para o Espiritismo, mais do
que a forma, é a qualidade do pensamento de quem ora – ou seja, o sentimento
que a pessoa coloca na sua prece.
Os próprios mentores espirituais costumam
dizer que a verdadeira adoração se resume na qualidade do pensamento de quem
ora. Se ele o faz desta ou daquela maneira, se ele se dirige a esta ou àquela
entidade espiritual, isso tudo é secundário. Quando a pessoa se põe a orar, e
ela o faz com sinceridade e amor no coração, os bons Espíritos – ou seja, os
mensageiros de Deus – procuram ajudá-la.
No Espiritismo, segundo a orientação da
doutrina, devemos fazer o máximo para evitar fórmulas, justamente porque
entendemos que o principal é o sentimento. Muitas vezes, a pessoa fica tão
preocupada com a fórmula decorada, que acaba prejudicando o verdadeiro sentido
da oração. Por isso, a doutrina recomenda que, ao fazer uma oração, você o
faça, de preferência, com suas próprias palavras. Por quê? Porque é mais fácil
você se concentrar, quando você mesmo está criando
a sua própria prece, do que se concentrar quando a prece foi apenas decorada,
memorizada.
O nosso pensamento é muito fugaz. Quando já
temos o domínio de uma situação (como quando estamos recitando uma prece
decorada), o pensamento se desvia facilmente para outra coisa, para outro
objetivo ( é a lei do menor esforço) e, nesse momento, cai o nosso nível de
concentração na prece que estávamos fazendo. Quer dizer: o pensamento recua ou
desaparece, e a prece perde seu efeito.
Precisamos
entender que uma prece é uma prece. Não é a sua duração que vale, nem o número
de palavras que empregamos, mas a qualidade de pensamento que nela empregamos.
Uma prece de um minuto, assim, pode ter mais eficácia do que uma de cinco.
Lembre-se: Jesus quem disse que não é pela quantidade de palavras que seremos
ouvidos. O que ele quis dizer com isso?
Quanto
à Maria, mãe de Jesus, trata-se, segundo sabemos, de um Espírito das Altas
Esferas Espirituais. Nada impede que possamos recorrer a ela em nossas preces.
Contudo, não utilizamos a Ave-Maria, que é uma oração que faz parte da liturgia
católica e contém conceitos que não se enquadram no pensamento espírita.
Usamos, no entanto, o Pai Nosso, que é uma prece universal, serve para todas as
religiões, mas que não deve ser apenas recitada. No entanto, caro ouvinte, até
o Pai Nosso, ou outra qualquer, quando proferida, deve ser feito com entrega
total ao sentimento que a oração nos sugere.
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