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sábado, 20 de dezembro de 2025

VAMPIRISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Você come exageradamente, tem um rápido cochilo despertando com a sensação de esgotamento e fome. Vai dormir ao final de um dia normal, atravessa uma noite aparentemente sem sonhos e, ao acordar, inicia o novo dia sentindo-se como se estivesse de ressaca. Adentra recintos repletos de pessoas e, afastando-se, sente-se exaurido, sem forças. O cinema partindo de literatura comercialmente consagrada, faturou muito nos últimos anos com uma fórmula bem sucedida: juventude, romance e vampirismo. O assunto acompanhando a evolução da invenção dos irmãos Lumière, transpôs em várias versões o celebre sucesso literário DRACULA, do autor irlandes Bram Stoker. O assunto, contudo, vem de muito mais longe, pois, o filosofo e teólogo católico Aurélius Agostinho, conhecido hoje como Santo Agostinho, já emitira seu parecer a respeito das entidades capazes de nos “sugar” energias através de entidades chamadas por ele Íncubus(masculinas) e Súcubus (femininas), associadas à sexualidade reprimida. Abrindo caminho para o conhecimento da realidade da continuidade da vida além da morte do corpo físico, o Espiritismo revela as interações entre os habitantes dos dois Mundos ou das duas Dimensões. Provando através de inúmeros depoimentos reproduzidos nos números da REVISTA ESPÍRITA  durante o período em que a dirigiu, Allan Kardec ateve-se às influências mentais, individuais e coletivas, sustentadas por  Espíritos desencarnados, através dos curiosos mecanismos da mediunidade, ignorada pela cultura prevalente do Plano em que vivemos esse curto período conhecido como existência física. O século 20, ampliou muito nosso raio de visão sobre a realidade em meio à qual nos movemos e existimos. Das fontes reconhecidamente confiáveis, o material produzido pelo médico desencarnado   oculto no pseudônimo André Luiz, servindo-se do médium Chico Xavier, através do qual transmitiu a série de obras conhecida como NOSSO LAR (feb), perfazendo treze livros, nos quais descreve suas surpresas ante a realidade ignorada pela maioria das criaturas humanas. Reconhece em interessante diálogo com o Instrutor Alexandre em MISSIONÁRIOS DA LUZ(feb), que “a ideia de que muita gente na Terra vive à mercê de vampiros invisíveis é francamente desagradável e inquietante”, indagando sobre a proteção das Esferas mais altas e ouvindo que “por não podermos “atirar a primeira pedra” em relação aos que nos são inferiores e que competiria proteger, como exigir o amparo de superiores benevolentes e sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar, pela nossa lastimável condição de infratores da lei de auxílios mútuos?”. Aprende ainda que na dinâmica do processo de “roubo” de nossa energia vital, “bastará ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de ignorância, ainda encarnados, qual erva daninha aos galhos das árvores, e sugar-lhes a substância vital”; que “vampiro - espiritual – é toda entidade ociosa que se vale, indebitamente, das possibilidades alheias e, em se tratando de vampiros que visitam os encarnados, é necessário reconhecer que eles atendem aos sinistros propósitos a qualquer hora, desde que encontrem guarida no estojo de carne dos homens”. Em outro momento de sua narrativa, descobre que os que desencarnaram “em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, nele encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantem ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico”. Observa, espantado, “a satisfação das entidades congregadas ali, absorvendo gostosamente as emanações dos pratos fumegantes numa residência visitada à hora das refeições, colhendo a informação do Benfeitor que acompanhava que os que desencarnam viciados nas sensações fisiológicas, encontram nos elementos desintegrados – pelo cozimento -, o mesmo sabor que experimentavam quando em uso do envoltório carnal” (fenômenos típicos de vampirização já foram tratados na postagens DEPENDÊNCIAS QUIMICAS ALÉM DA VIDA (álcool,fumo e tóxicos), SEXO ALÉM DA VIDA e SONHOS:UMA VISÃO ORIGINAL). Numa operação socorrista em favor de um recém-desencarnado, acompanha uma equipe a um abatedouro bovino, percebendo um quadro estarrecedor: “grande número de desencarnados, atirando-se aos borbotões de sangue vivo, como se procurassem beber o líquido em sede devoradora (...), sugando as forças do plasma sanguíneo dos animais”. Tentando entender o por que do Espírito buscado estar naquele ambiente, aprende que os infelizes que ali o retinham incluíam-se entre os que “abusam de recém-desencarnados sem qualquer defesa(...), nos primeiros dias que se sucedem à morte física, subtraindo-lhes as forças vitais, depois de lhes explorarem o corpo grosseiro”. N’ OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb), André acompanha equipe que assiste o desencarne de doente terminal acomodado em ala hospitalar, impressionando-se com o que vê: “-A enfermaria estava repleta de cenas deploráveis. Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, inflingindo-lhes padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando-os e perseguindo-os”. Consultando o líder do grupo de trabalho, ouve “ser inútil qualquer esforço extraordinário, pois os próprios enfermos, em face da ausência de educação mental, se incumbiriam de chamar novamente os verdugos, atraindo-os para as suas mazelas orgânicas, só competindo irradiar boa-vontade e praticar o Bem, tanto quanto possível, sem, contudo, violar as posições de cada um”. Inúmeras outras situações sobre o processo de dependência energética dos desencarnados em relação aos encarnados são alinhadas por André Luiz no conjunto de obras que materializou em nosso Plano. Numa delas, porém, analisa de forma minuciosa o problema do vampirismo espiritual. É no EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb), onde fala sobre a ação deliberada dos que se separaram do corpo pelo fenômeno da morte, comparando-os no fenômeno aqui tratado, com os parasitas que agem sobre os hospedeiros(encarnados). Alguns, “à semelhança dos mosquitos e ácaros, absorvem as emanações vitais dos encarnados que com eles se harmonizam”. Outros, “vivem no clima pessoal da vítima, em perfeita simbiose mórbida, absorvendo-lhe as forças psíquicas”. Há como se pode ver, muito material para estudo. A terapêutica, avalia André, “não se resume à palavra que ajude e a oração que ilumina. O hospedeiro de influências inquietantes que, por suas aflições na existência carnal, pode avaliar da qualidade e extensão das próprias dívidas, precisará do próprio exemplo, no serviço do amor puro aos semelhantes, com educação e sublimação de si mesmo, porque só o exemplo é suficientemente forte para renovar e ajustar”.



 

  Falando dos seres humanos  em uma das últimas edições do programa, dissemos: O que são bons? o que são maus?, para responder uma pergunta trazida por um ouvinte, fizemos a seguinte colocação.

Alguns são bons, responsáveis e solidários. Outros são maus, egoístas e violentos. No entanto, para Deus, todos somos seus filhos, passando pelos diversos graus de evolução. O Espiritismo nos dá essa visão e procura nos convencer de que ninguém é melhor que ninguém.

À propósito, a nossa colega de equipe, Giuliana, fez o seguinte comentário.

 Tenho tentado aprimorar o conceito sobre "bom e mau", principalmente dentro do aspecto religioso. Percebo que no fundo ele traz no bojo uma "autorização" para separação, mesmo que inconsciente - isso tanto do ponto de vista meu para com o outro, como eu comigo (temos dificuldade de ver nossa parte "complicada", nossa sombra).

 ( ... e continua)  No fundo ninguém é totalmente "bom" ou "mau" - somos as duas coisas juntas, e com comportamentos bons e outros maus, num processo de entendimento e amadurecimento para que nosso "Cristo interno" (Self) prevaleça.

  Essa ideia – ela conclui -  me ajuda a evitar julgamentos precipitados, no trabalho do sentimento instintivo de repulsa que temos pelo "mau".

Respondendo à pergunta da Giuliana podemos dizer que precisamos entender que a linguagem humana tem suas limitações. Isso quer, em linhas gerais, que nem sempre conseguimos, por meios de palavras, dizer exatamente o que pensamos. Este é um fato que devemos considerar quando falamos em bons e maus.

Em segundo lugar, além de nos esforçarmos para dizer o que pensamos, devemos considerar que nossos ouvintes nem sempre estão sintonizados com o nosso pensamento e podem ter entendimento diferente daquele que queremos dizer.

Em terceiro lugar, precisamos considerar a cultura do lugar e da época em que as palavras são ditas. Por exemplo: na época de Kardec, havia uma forma de dizer ao referirmos a bons e maus. Hoje, dentro de nosso ambiente cultural, podemos usar outra mais explicativa.

  Jesus, no seu tempo, usou esses termos “bons” e “maus” quando disse, por exemplo:  Porque (o Pai)  faz com que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.

Ora, neste caso, para traduzirmos com mais fidelidade o que ele quis dizer quando falou de bons e maus, precisamos levar em conta como ele via e tratava as pessoas, o que significa dizer “o que eram as pessoas para ele”.

Quem eram os bons e quem eram os maus a que se referia?  Os bons, na concepção do povo (Jesus falava a linguagem do povo), são aqueles que que costumavam demonstrar compreensão, amabilidade e generosidade para com o próximo por meio de atitudes ou ações solidárias.

Os maus, ao contrário, seriam os que demonstrassem publicamente atos desumanos, indiferentes e cruéis, que não se importavam em causar qualquer tipo de sofrimento a quem quer que seja.

Jesus sabia separar o ato da pessoa. O ato é um indicador do caráter da pessoa, mas não é a pessoa. Um ato de maldade está dizendo apenas que aquela pessoa é capaz de causar algum sofrimento contra alguém.

Do mesmo modo o bom. Uma boa ação revela algo da pessoa que a praticou, mas a ação não é pessoa. É possível que agora ela pratique uma boa ação agora, mas é possível também que essa mesma pessoa venha a praticar um ato de maldade.

Por isso, Jesus via a pessoa e não o ato, razão pela qual recomendou que não julgássemos uns aos outros, pois não sabemos o que está por trás do ato praticado.

Certa vez, trouxeram-lhe uma mulher, que cometera adultério, à frente de Jesus, quando a multidão já se preparava para apedrejá-la. Perguntaram a Jesus era legítimo ou se era justo o ato de lapidá-la conforme a lei mosaica.

Diante da multidão, que se preparava para atirar pedras contra a mulher, Jesus levantou e disse: “Atire a primeira pedra quem estiver sem pecado”.

Naquele momento, ele desarmou a multidão, porque todos têm pecado e, se temos pecado ( ou seja, se cometemos erros) perdemos a autoridade para julgar alguém que também erre.

  O desfecho desse episódio foi mais interessante ainda: “Mulher, onde estão seus acusadores? Eles não te condenaram?”

  “Não, senhor”- ela respondeu. “Pois também não te condeno. Vai e não erres mais”.

Alguns estudiosos do comportamento humano afirmam que o ato de julgar é complicado, porque geralmente não separamos o indivíduo do ato que ele cometeu; ou seja, julgamo-lo pelo ato.

Eles chamam de julgamento descritivo aquele que não confunde a pessoa com o ato. Uma coisa é a pessoa, outra o ato que ela pratica.

  Julgamento apreciativo é o que julga a pessoa e não o ato. O julgador confunde a pessoa com o ato que ela praticou.

Essa reflexão se aplica perfeitamente ao caso de se classificar pessoas como boas ou más. No fundo, não deveria ser assim, pois Deus não discrimina ninguém, para Ele todos somos seus filhos amados independente dos atos que praticamos.