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sábado, 16 de agosto de 2025

O CHICO XAVIER QUE POUCOS CONHECERAM; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Embora reconhecido por sua atuação no campo da psicografia através da qual a Espiritualidade construiu substancial acervo de obras e mensagens documentando a sobrevivência após a morte do corpo físico, a verdade é que Chico Xavier serviu de médium para a ocorrência de outros fenômenos extraordinários no campo dos efeitos físicos confirmando a ação de inteligências invisíveis aos nossos sentidos. Na sequência, apresentamos alguns depoimentos de pessoas que testemunharam alguns fatos pouco conhecidos. 1- Suzana Maia Mouzinho, no livro LUZ BENDITA (ideal, 1977):  -“Certa vez lanchávamos em companhia de Chico, em Uberaba (MG), quando ele passou às minhas mãos uma xícara de café. Em pleno dia, houve então impressionante fenômeno de efeitos físicos; vi, altamente surpreendida, que seus dedos brilhavam e como se fossem de cera a derreter-se com o calor, começou a jorrar perfume. O café ficou perfumado e o chão respingado de agradável perfume que invadiu a sala toda. Ele ocultou a mão, meio sem jeito, e perguntei: -Chico, o que você sente quando isso acontece? Respondeu-me: - Sinto vergonha, minha filha!. Este fato, no meu entender, fala por si só, da humildade e da estatura espiritual desse amado mensageiro de Jesus”. 2- Joaquim Alves, no livro CHICO XAVIER – 40 ANOS NO MUNDO DA MEDIUNIDADE (luz no lar): -“Numa das peregrinações, uma das senhoras visitadas rogou ao Chico entrasse em sua casa, para ver um dos parentes que se encontrava acamado e muito enfermo. O lar era modestíssimo. Entramos em pequeno grupo, que mais o dormitório não comportava. O enfermo, no leito, exalava um odor nauseante, a ponto de fazer um dos visitantes sentir-se mal, obrigando-se à retirada e levando os demais a empreender esforços visíveis para sustentar-se no posto de socorro. O médium rogou por uma prece. Quando as primeiras palavras eram articuladas, na busca do Mundo Maior, uma onda de éter varreu todo o ambiente, seguida por uma brisa perfumada em magnólia, transformando a atmosfera interior num recanto de paz”. 3- Ainda Joaquim Alves: -“Uma onda de perfume. materializa-se o Espirito Scheilla, loira e jovial, falando com seu forte sotaque alemão – lingua exercitada em sua derradeira romagem terrena. Bissoli estabeleceu o diálogo. –Eu me sinto mal – diz Bissoli. Scheilla, graciosa e delicada, informou: -Você come muita manteiga, Bissoli. Vou tirar uma radiografia de seu estomago. A pedido, nosso companheiro levantou a camisa. O Espírito materializado aproxima-se e entrecorre, num sentido horizontal, seus dedos semiabertos sobre a região do estômago de nosso amigo. E tal se lhe incrustasse uma tela de vidro no abdomem, podíamos ver as vísceras em funcionamento. – Pronto!, diz Scheilla, apagando o fenômeno. – Agora levarei a radiografia ao Plano Espiritual para que a estudem e lhe deem um remédio”. 4- Maria Philomena Aluotto, no livro LUZ BENDITA (ideal, 1977): -“Era o dia 9 de novembro de 1974, e, recepcionávamos Chico na sede da  União Espírita Mineira, em Belo Horizonte, quando subitamente surge alguém empunhando uma arma, bradando: - “Ninguém vai tocar em Chico Xavier. Eu o defenderei de qualquer um. Ele é um santo”. Notava-se o desequilíbrio da pessoa(...). A movimentação aumenta no recinto, uns se apavorando, outros procurando correr, e, outros tentando controlar a pessoa. O Chico, tranquilo, afasta-se um pouco do grupo e põe-se em silêncio, permanecendo, contudo, no recinto. Descemos ao andar térreo pensando em providências defensivas, e, para nosso alívio, um jipe com militares da PMMG para junto de ao meio fio e seus ocupantes, vem ao nosso encontro, sendo recebidos com as seguintes palavras: - “Graças a Deus vocês chegaram. Estamos com problemas lá em cima!. Antes de qualquer explicação, para surpresa nossa, o Chefe da patrulha fala: -Não tem nada não, vamos subir. O senhor Chico Xavier foi nos chamar na estação rodoviária, onde nos encontrávamos em serviço de ronda. Viemos logo atender ao chamado”. Fora evidente o fenômeno de bilocação. Joaquim Alves, no livro CHICO XAVIER- 40 ANOS NO MUNDO DA MEDIUNIDADE (luz no lar): “Desmaterializando o Espírito Auta de Souza, a voz de quem dirigia o trabalho se fez ouvir, da Espiritualidade. –“Agora peço aos nossos amigos que abram a porta, para ver o médium”. Atendemos. Descerrada a porta, encontramos o ambiente todo iluminado e Chico, permanecia deitado, atravessado na cama, inanimado. De seu peito, no local do coração, um esfuziante foco de luz se lançava ao espaço e, em letras douradas, se escrevia a palavra: AMOR!


 

 – Eu gostaria de uma explicação de duas falas de Jesus. Uma é a seguinte :”E quando jejuardes não vos mostreis contristados como os hipócritas, porque desfiguram seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam.” Noutra ocasião, porém, conta-se que os discípulos de João jejuavam e os de Jesus, não. Como é que ele, no sermão, manda jejuar, se seus próprios discípulos não jejuavam?

 

São duas situações diferentes. No sermão da montanha, ele falava ao povo, que era judeu e que, portanto, tinha no jejum uma de suas obrigações religiosas. Nesse caso, ele quis mostrar que a religião não é só aparência. Muitos desfiguravam seu rosto para mostrar que jejuavam, que cumpriam o que a religião determinava. Mas, para Jesus, isso não é religião, porque a verdadeira união com Deus se faz no coração, com autenticidade, sem que ninguém para isso precise ficar sabendo. No entanto, como hoje, havia os que tinham da religião apenas o verniz; preocupavam-se mais em aparecer do que propriamente em amar a Deus e ao próximo.

 

Jesus, porém, já não participava mais do ritual religioso, nem seus discípulos. Todas as vezes, que foi ao templo, ficou do lado de fora. O que ele ensinava, agora, não era mais a parte ritualística da religião (os cerimoniais, as liturgias), mas a parte moral – a mais importante. E essa parte moral devia abranger todas as religiões e todos os modos de adorar a Deus, tanto dos fariseus, saduceus e levitas (que participavam das cerimônias do templo), quanto dos samaritanos, que não iam ao templo. Jesus não fazia acepção de crença, mas ensinava a conduta. Portanto, o que valia mesmo não era freqüentar o templo ou mostrar que faziam jejum ou qualquer outro tipo de penitência, mas, sim, mudar o comportamento para se tornar uma pessoa de bem.

 

  Por isso, seus discípulos não jejuavam ou, pelo menos, não usavam o jejum como uma bandeira religiosa. Estavam interessados em pregar sua doutrina de fraternidade, fazendo o bem e concitando outros a seguir o mesmo caminho. Na religião de Jesus já não havia mais lugar para os cerimoniais pomposos, mas apenas e tão somente a necessidade da prática do bem e da oração, como caminho mais próximo para Deus. A religião de Jesus era toda espiritual e, por isso, livre de qualquer forma exterior de adoração, embora ele respeitasse todas as formas de adoração, adotada pelas diversas religiões.

 

 

 

 

 

LUCIDEZ NO ESTADO DE COMA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -(....) Você teve quatro enfartes ? “- Dois. Tive foram quatro operações, com hemorragias inacreditáveis. Uma de úlcera. Outra de aneurisma abdominal...” – Ficou em estado de coma?.. “- Fiquei em coma perto de quinze dias. Uma experiência terrível. Lembro que eram pessoas que já haviam morrido. Parentes mortos, estou vendo, eles se assentam no canto do quarto, e ficam me olhando...Ouvi o Lacerda fazendo discurso. Ouvi-o falando. Ele estava morto. Muita gente que morrera apareceu no quarto. Era um quarto de um sofrimento incrível. Eu sofri barbaramente.” – E quando voltou a si, que sensação? “Espanto, surpresa, clarividência. Eu enxergava mais que normalmente. Porque eu estava do outro lado. Eu estava muito mais pra lá do que pra cá...” Este é um fragmento de   entrevista feita pelo jornalista e cronista Lourenço Diaféria para a seção que assinava no suplemento Folhetim do jornal Folha de São Paulo, edição de 5 de agosto de 1979. O entrevistado, ninguém menos que o grande escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues, alguns meses antes de morrer. Sua transcrição objetiva demonstrar, no período em que esteve em coma, sua lucidez diante dos fatos que o cercavam onde se encontrava hospitalizado. A propósito, o resultado de pesquisas levadas a efeito e tornadas públicas nos Estados Unidos da América do Norte a partir dos anos 70 pelos médicos Raymond Moody Junior e Elizabeth Kubler Ross, no campo de investigações que se tornaria conhecido como EQM (Experiências de Quase Morte) com pessoas que, por determinantes diferentes - inclusive comas prolongados -, relatam, em muitos casos, terem atravessado tais transes lúcidas, embora inconscientes fisicamente. Se considerarmos que o estado de coma, sob determinado aspecto, corresponde a certa imobilização do corpo determinada pela manifestação de desarranjos ou avarias havidas em componentes ou sistemas integrantes da máquina física, ocorre-nos uma dúvida: se o Espírito jamais está inativo (questão 401, O LIVRO DOS ESPÍRITOS), durante os processos comatosos, onde se encontra o corpo espiritual? Na obra EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb), André Luiz através do médium Chico Xavier, disse  que “ seu aprisionamento ou a parcial liberação do arcabouço físico, depende da situação mental do enfermo”. Posteriormente, o orientador espiritual Emmanuel, no livro PLANTÃO DE RESPOSTAS (ceu), perguntado sobre o que se passa com os espíritos encarnados cujos corpos ficam meses, até mesmo anos, no estado vegetativo do coma, respondeu que “seu estado será de acordo com sua situação mental, havendo casos em que o Espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores Espirituais”. Esses, avalia, “são pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação”“Em outros casos’, diz ele, ‘os Espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do períspirito, dispõem de uma relativa liberdade”. Salienta que “em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem as paisagens e os contatos com seres que já os precederam na passagem para a Vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos”. Corresponde à informação contida no depoimento de Nelson Rodrigues. Concluindo sua resposta, Emmanuel afirma: “- Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados, familiares e médicos”.


Fomos abordados por uma mãe, um tanto nervosa, que nos relatou o seguinte: o filho mais velho, depois que entrou para a faculdade veio com uma conversa de que não acredita mais em Deus e não quer saber mais de religião. Ela diz que, desde criança, sempre deu aos filhos uma educação religiosa, e não sabe como ele pode se esquecer disso. Está inconformada e pede orientação.

 

Prezada senhora. Não temos nem o direito de dizer que a senhora não deve se preocupar com essa nova postura de seu filho. Toda mãe se preocupa com os filhos e sempre quer o melhor para eles. Mas podemos aconselhá-la a não sofrer muito por isso. Todos nós, mães e pais, gostaríamos que nossos filhos seguissem o nosso caminho – pelo menos, em matéria de fé – quando temos convicção de que esse é o melhor caminho. Mas isso nem sempre é possível.

 

Se a senhora fez o máximo que podia, se se preocupou em proporcionar a ele condições para que tivesse uma religião – e, agora, ele vem lhe dizer que não quer nada disso – a senhora deve se conformar com a opção dele e, ao mesmo tempo, ficar em paz com a sua consciência, por ter cumprido bem o com seu papel de mãe. O tempo da educação do lar já passou. Agora, que ele é um adulto, ele pode optar, e vem a educação da vida. A vida, como a senhora sabe, costuma nos ensinar muita coisa e de forma muito mais exigente que a própria família.

 

Não sabemos se seu filho está apenas num período de rebeldia ou de deslumbramento com uma idéia nova. Não sabemos quais os conflitos de valores que vem enfrentando. Sabemos, no entanto, que os meios acadêmicos (a senhora diz que ele cursa uma faculdade) costumam semear ateísmo nos jovens, procurando mostrar que a ciência pode explicar tudo e a religião não explica nada. É claro que não existem só professores ateus na universidade, mas os ateus (geralmente pessoas muito inteligentes)  costumam exercer certo fascínio sobre os jovens. Mas isso não quer dizer que sejam pessoas más. Pelo contrário, podem ser pessoas de caráter.

 

Contudo, prezada mãe, o que mais vale na vida é a educação do lar, é a influência do ambiente afetivo da família. Até porque é na infância que os pais mais alcançam a alma dos filhos. Nem tanto a educação de uma determinada religião – porque ninguém está obrigado a manter a mesma crença durante toda a vida – mas os princípios morais, que são comuns a todas elas. Estes sim – os princípios morais -  é que precisam ser levados em conta! É com eles que a senhora mais deve se preocupar, até porque o fato de a pessoa se dizer ateu ou religiosa não faz muita diferença, se a sua conduta na sociedade pauta pelos princípios do respeito, da dignidade e da retidão.

 

Portanto, não sofra muito por isso, nem tampouco fique insistindo ou brigando com seu filho, porque ele não pensa mais como antes. A crença de uma pessoa só pertence a ela própria. Os pais, como dissemos, deram o que podem dar, mas nem tudo que dão é o tudo o que os filhos querem, quando se tornam adultos. Eles são Espíritos livres, que vieram nesta encarnação para exercitar com responsabilidade a liberdade que a vida lhes dá. Se eles fizerem isso com dignidade, mesmo que não sigam a sua opção religiosa, já terão cumprido bem sua missão, já terá valido todo o sacrifício por eles.

 

Ademais, esse surto de ateísmo pode ser até passageiro. Ninguém sabe. E se for, tanto melhor para a senhora, que quer que seu filho siga um caminho religioso. Contudo, se não for, respeite-o em seus valores e faça de tudo para mostrar que a senhora continua inabalável em sua convicção e que o mais importante na crença de cada um não é apenas o rótulo, para ser exibido aos outros, mas a conduta, o respeito, a tolerância e, sobretudo, o amor – que está acima de todas as nossas diferenças.

FASCINANTE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “Segundo a Teoria das Supercordas, mesmo que as dimensões do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”. A surpreendente afirmação do Físico Marcelo Gleyser no livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (2010, record) abre caminho para inúmeras reflexões e cogitações sobre a realidade em meio à qual vivemos. Nesse sentido, o Espiritismo com mais de 130 anos já oferecia avançada resposta através da questão 85 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS quando Allan Kardec reproduz a revelação dos autores espirituais da obra dizendo ser o “Mundo Espiritual mais importante que o Material, pois, de lá tudo procede e retorna”. Chico Xavier tinha tres anos quando na Inglaterra o reverendo George Vale Owen recebeu mediúnicamente uma série de mensagens de sua mãe, enfeixadas em 1920 no livro A VIDA ALÉM DO VÉU (feb)  onde ela detalhava aspectos do Espiritual em que vivia após sua morte. Mais de uma década depois, o médium brasileiro tinha publicada a segunda obra da sua extensa produção mediúnica, onde aquela que foi sua mãe na encarnação encerrada em 2002, contava sua versão do que era a realidade da outra Dimensão encontrada depois de sua desencarnação em 1905. Cerca de nove anos depois, Chico Xavier ampliaria o conjunto dessas informações oferecendo-nos o primeiro da série escrita pelo Espírito do médico oculto no pseudônimo André Luiz, denominada NOSSO LAR minudenciando as interações entre os diferentes Planos Existenciais.  Em meio à recepção dos títulos da dita sequencia, o Espírito do professor, jornalista e cronista mineiro Abel Gomes, daria sua colaboração na ampliação das informações sobre a Vida no Plano Espiritual, em extensa e interessante mensagem incluída no quase desconhecido FALANDO A TERRA (1952, feb). Para se ter uma ideia da riqueza de detalhes da informação, reproduzimos um trecho das mesmas: - As inteligências aqui se agrupam segundo os impositivos da afinidade, vale dizer, consoante a onda mental, ou freqüência vibratória, em que se encontram. Tenho visitado vastas colônias representativas de civilizações há muito tempo extintas para a observação terrestre. Costumes, artes e fenômenos linguísticos podem ser estudados, com admiráveis minudências, nas raízes que os produziram no tempo. A alma liberta adianta-se sem apego à retaguarda, esquecendo antigas fórmulas, como o pinto que estraçalha e olvida o ovo em que nasceu, abandonando o envoltório inútil e construtor em busca do oxigênio livre e do largo horizonte, na consolidação das suas asas; em contraposição, existem milhões de Espíritos, apaixonados pela forma, que se obstinam naquelas colônias, por muito tempo, até que abalos afetivos ou consciências os constranjam à frente ou ao renascimento no campo físico. Cada tipo de mente vive na dimensão com que se harmonize. Não há surpresa para a ciência comum, neste n, porquanto, mesmo na Terra, muitas vezes, numa só área reduzida vivem o cristal e a árvore, a ameba e o pulgão, o peixe e o batráquio, o réptil e a formiga, o cão e a ave, o homem rude e o homem civilizado, respirando o mesmo oxigênio, alimentando-se de elementos químicos idênticos, e cada qual em mundo à parte. Além daqueles que sofrem deformidades psíquicas deploráveis, manifestadas no tecido sutil do corpo espiritual, não é difícil encontrarmos personalidades diversas, sem a capa física, vivendo mentalmente em épocas distanciadas. Habitualmente se reúnem àqueles que lhes comungam as ideias e as lembranças, formando com recordações estagnadas a moldura nevoenta dos quadros íntimos em que vivem, a plasmarem paisagem muito semelhante às que o grande vidente florentino descreveu na Divina Comédia. Há infernos purgatórios de muitas categorias. Correspondem à forma de pesadelo ou de remorso que a alma criou para si mesma. Tais organizações, que obedecem à densidade mental dos seres que as compõem, são compreensíveis e justas. Onde há milhares de criaturas humanas, clamando contra si mesmas, chocadas pelas imagens e gritos da consciência, criando quadros 

aflitivos e dolorosos, o pavor e o sofrimento fazem domicílio. Aqui, as leis magnéticas se exprimem de maneira positiva e simples.



 

– Se eu entendi bem, a mediunidade, de que to Espiritismo fala, não acontece apenas entre os espíritas, mas entre pessoas de todas as religiões e, até mesmo, entre aquelas que não tem religião nenhuma. Segundo o Espiritismo, portanto, a mediunidade é um fenômeno universal, conforme podemos ler na Bíblia, no Alcorão e nos livros sagrados de todas as religiões. O que, no catolicismo, se chama de milagre, no Espiritismo se chama de mediunidade. È assim mesmo que o Espiritismo trata o assunto? (Ouvinte católico)

 

Exatamente. Há mais de 168 anos atrás, o Espiritismo surgiu para estudar e explicar esses fenômenos extraordinários, que vinham sendo visto em todas as épocas, apenas  como derrogação das leis da natureza. Por exemplo: a aparição ou a comunicação de pessoas falecidas, a previsão de fatos futuros, a produção de fenômenos físicos sem causa aparente, curas espirituais que a medicina não pode explicar, entre outros. A religião sempre ensinou que esse tipo de fenômeno contraria as leis naturais e só através deles torna-se possível comprovar a intervenção divina.

 

Isso quer dizer que a natureza e todos os fenômenos comuns da natureza, segundo essa crença, não são suficientes para provar a existência de Deus. Ora, para o Espiritismo a grandeza de Deus não está na derrogação de sua lei; pelo contrário, está no cumprimento dessa lei, porque ela é perfeita. Por isso, milagre acontece diariamente, com um novo raiar de sol, com a chuva, com o vento, com a vida que viceja sobre a terra, com os minerais, com os vegetais e com a flora  - e, principalmente o ser humano, com sua extraordinária inteligência e capacidade de realização.

 

Os fenômenos, chamados espíritas, ao longo da História, por falta de conhecimento sobre a vida espiritual, eram causa de temor. A Doutrina Espírita veio mostrar que eles são naturais, até porque o Espírito pertence à natureza – o Espírito não é sobrenatural, como comumente se pensa.  E mais que isso: nós todos, seres humanos, somos Espíritos – momentaneamente encarnados – porque, depois da morte do corpo, retornamos à nossa condição original de Espíritos desencarnados, mas cada um continua sendo ele mesmo, com sua individualidade e sua maneira de pensar.

 

Conta-se que Dom João Bosco, bispo católico, que viveu no século XIX, certa noite, foi surpreendido por sua mãe conversando no quarto com um desconhecido. Tratava-se de Luís Cômollo, seu amigo que, há muito, tinha falecido. João Bosco tratava essa questão em segredo, certamente receoso de que seu comportamento de médium vidente pudesse ser levado a conta de loucura. Mais tarde, Dona Margarida, sua mãe veio a falecer e, certo dia, ele pôde conversar também com a mãe, que lhe contou ter sofrido bastante, depois de passar por uma região purgatorial, mas que agora encontrava-se no céu.