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segunda-feira, 31 de março de 2025

PONTO DE PARTIDA, POIS, NÃO EXISTEM MILAGRES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -“Seria conhecer bem pouco os homens, pensar que uma causa qualquer pudesse transformá-los por encanto. As ideias se modificam pouco a pouco, com os indivíduos, e são necessárias gerações para que se apaguem completamente os traços dos velhos hábitos. A transformação, portanto, não pode operar-se a não ser com o tempo, gradualmente, pouco a pouco. Em cada geração uma parte do véu se dissipa”, responderam os Espíritos a Allan Kardec quando questionados (pergunta 800) sobre a possibilidade, por exemplo, do Espiritismo “vencer a indiferença dos homens e seu apego às coisas materiais”. Vivia-se apenas metade do século 19 e o materialismo já se constituía no grande obstáculo ao progresso da paz e da felicidade na sociedade humana. Sua destruição, aliada à destruição dos preconceitos de seita, de casta e de cor, conduziriam naturalmente os homens à grande solidariedade que os deve unir como irmãos. Ponderando que “nem o próprio Cristo convenceu seus contemporâneos com os prodígios que realizou”, apontaram a razão, a lógica, como o meio através do qual as mudanças se operariam. O próprio Jesus disse ser necessário “a ocorrência do escândalo” para - quem sabe - sair-se da inércia, da acomodação, da zona de conforto, em que parcela menor da sociedade se mantem. Porque a maioria sofre apenas os efeitos do descaso dos egoístas e orgulhosos. Necessário, porém, dar o primeiro passo. Inteligências astutas e dissimuladas, em nome de ideologias pessoais, certamente estudam o movimento das massas no sentido de encontrar a melhor forma de manobrá-las na direção de conhecidos interesses. Provavelmente vençam mais uma vez. A Educação Moral não é nem cogitada por aqueles cujos gritos acordam os letárgicos, liderando-os não se sabe em que direção. Em comentário à questão 685 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Kardec escreve: -“ Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, em freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato?”. Linhas antes, ele ponderara: “Não basta dizer ao homem que ele deve trabalhar., é necessário também que o que vive do seu trabalho encontre ocupação, e isso nem sempre acontece. Quando a falta de trabalho se generaliza, toma as proporções de um flagelo, como a escassez. A ciência econômica procura o remédio no equilíbrio entre a produção e o consumo, mas esse equilíbrio, supondo-se que seja possível, sofrerá intermitências e durante essas fases o trabalhador tem necessidade de viver. Há um elemento que não se ponderou bastante, e sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar caracteres, aquela que cria hábitos, porque educação é conjunto de hábitos adquiridos”. Concluindo suas ilações, Kardec diz: “-Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem seguirá no mundo os hábitos de ordem e previdência para si e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar de maneira menos penosa os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma educação bem compreendida pode curar. Nisso está o ponto de partida, o elemento real do bem estar, a garantia da segurança de todos”. Como se vê não é tarefa de um governante durante seu mandato, nem de uma geração. Resultados a médio e longo prazo. Será que o imediatismo derivado da ambição permitirá que se trabalhe para o futuro, no agora?




Mais uma pergunta do Cristiano, continuando no mesmo tema. Diz ele: “A inversão sexual é expiação ou prova”?


Inversão sexual é a condição do Espírito, cujas características físicas na presente encarnação pertencem a um sexo, mas seu perfil psicológico ( seu modo de ser, seus interesses e preferências) pertence a outro sexo. Temos, por exemplo, o transexual – o homem que tem tendências femininas ou a mulher que tem tendências sexuais masculinas. O Cristiano quer saber se essa situação decorre de prova ou expiação.


Caímos no tema da questão anterior. Tanto pode ser uma expiação, como pode ser uma prova. Na verdade, pelo que temos visto e lido, tanto na literatura espírita como fora dela, parece-nos que a maioria dos casos se parece mais com expiação. O problema do transexual, chamado de homossexual ou “gay”, sempre se constituiu numa das situações mais desconfortáveis em todas as épocas e, apesar de estarmos vivendo hoje, numa época de abertura de idéias e de combate ao preconceito, ainda assim, o que presenciamos em relação ao transexualismo é uma atitude de rejeição – quando não, de violência - diante das pessoas que vivem essa condição.


Do ponto de vista espírita, não temos o direito de julgar quem quer que seja e, muito menos, de discriminar pessoas por não se enquadrarem nas condições sexuais da maioria. É fácil fazer julgamento, difícil é estar na condição de quem é julgado. Jesus já se referia a isso com muita propriedade. Só quem não conhece a mensagem de Jesus pode se voltar contra os transexuais. E a Doutrina Espírita, seguindo os passos de Jesus, afirma que, antes de proferirmos um julgamento, precisamos saber do que estamos falando, mas a maioria das pessoas, levadas pelo preconceito, falam ou assumem atitudes sem conhecer nada sobre o assunto. Esse terrível fenômeno do preconceito deverá se extirpar da Terra um dia, mas ainda temos muito terreno a percorrer. Dizemos isso para esclarecer que as pessoas com a chamada inversão sexual sempre foram vítimas, sempre sofreram e continuam sofrendo, sem poder se libertar de sua condição, ainda que queiram.


Nesse sentido, a inversão sexual parece mais expiação que prova. Quando for expiação, ela pode decorrer da utilização incorreta do sexo em situações anteriores e também do caminho evolutivo percorrido pelo Espírito. Nem todos seguem o mesmo caminho, é claro. Como admitimos a reencarnação para entender a Justiça Divina, podemos considerar que há casos de expiação e de provas, todos relacionados com vivencias anteriores. As expiações seriam o resultado inevitável de situações de perversão sexual e, no caso de serem provas, proviriam de escolhas que o Espírito fez para vivenciar novos tipos de experiências ou, então, para sofrer o mesmo preconceito com que, em vidas anteriores, ele tratou os outros.


Todavia, Cristiano, este tema é muito mais complexo do que parece e, por isso, merece um estudo mais cuidadoso. Na obra “FORÇAS SEXUAIS DA ALMA”, autoria do Dr. Jorge Andréa, encontramos um estudo sobre o assunto, sob o ponto de vista do Espiritismo. Aliás é um trabalho muito interessante, que recomendamos para quem tem interesse nesta questão. Entre outras coisas, por exemplo, ficamos sabendo que essa “inversão sexual” também pode decorrer do processo evolutivo do Espírito. Trata-se de um caso de transexualismo, que pode se manifestar em inteligências privilegiadas de homens e mulheres que deixaram grandes contribuições para o mundo, e que precisam ser estudadas com mais profundidade. Nestes casos, mais do que expiação ou prova, essas pessoas foram verdadeiros missionários. Leia, portanto, AS FORÇAS SEXUAIS DA ALMA, do Dr. Jorge Andréa.



domingo, 30 de março de 2025

TATUAGENS E PIERCINGS- REFLEXÃO LÓGICA E SIMPLES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 O Espiritismo revela que o Espírito em grande parte de sua caminhada evolutiva se reveste de um corpo sutil denominado por Allan Kardec períspirito. Na verdade, o mesmo corpo espiritual citado por Paulo de Tarso em suas cartas ou corpo astral das tradições hindus. Segundo a Doutrina Espírita, não apenas mero veículo de manifestação, mas, intermediário de impressões do Espírito e do corpo físico através de complexo de comunicação que se serve do sistema endócrino no corpo físico e os chamados centros de força - ou chackras -, no perispirito. Serve para a constatação da individualidade do Espírito sem o corpo material, fazendo dele um Ser distinto dos outros, como explicado n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Acrescentando informações sobre as linhas morfológicas dos desencarnados, o Espírito André Luiz informa no livro EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (1958, feb), serem “comumente aquelas que trouxeram do mundo, a evoluírem, contudo, constantemente para melhor apresentação, toda vez que esse conjunto social se demore em esfera de sentimentos elevados”. Acrescenta que “a forma individual em si obedece ao reflexo mental dominante”, visto que “fora do arcabouço físico, a mente se exterioriza no veículo espiritual com admirável precisão de controle espontâneo sobre as células sutis que o constituem”. Ressalva que “se o progresso mental não é positivamente acentuado, mantém a personalidade desencarnada, nos planos inferiores, por tempo indefinível, a plástica que lhe era própria entre os homens, sofrendo nos planos relativamente superiores, processos de metamorfose, mais lentos ou mais rápidos, conforme suas disposições íntimas”. Exemplifica citando o “caso da alma desenleada do envoltório físico transferida para a moradia espiritual, em adiantada senectude, a qual gastará algum tempo para desfazer-se dos sinais de ancianidade corpórea, desejosa de remoçar o próprio aspecto, que deverá esperar o auxílio do tempo - caso da maioria esmagadora de Espíritos desencarnados -, por não disporem ainda de bastante aperfeiçoamento moral e intelectual, condição imprescindível para revelar o poder plástico sobre as células que lhes entretecem o instrumento de manifestação”. Sabemos através de Allan Kardec que “conforme o Espírito for mais ou menos puro e liberto das atrações materiais, o meio em que estiver, o aspecto das coisas, as sensações que experimentar, as percepções que possuir, determinará não apenas infinitas possibilidades de seu estado feliz ou infeliz no Plano Espiritual situando-o em diferentes moradas, não localizadas nem circunscritas”, sabe-se hoje, agrupadas segundo os impositivos da afinidade, consoante a onda mental ou frequência vibratória, em que se encontram, conforme explicações do Espírito Abel Gomes, através do médium Chico Xavier, que aduz “existirem milhões de Espíritos, apaixonados pela forma, que se obstinam em colônias, por muito tempo, até que abalos afetivos ou conscienciais os constranjam à frente ou ao renascimento no campo físico já que cada mente vive na Dimensão com que se harmonize”. Tais comentários tornam compreensíveis imagens oferecidas pelo Espírito Luiz Sérgio no livro MAIS ALÉM DO MEU OLHAR (2001, recanto), psicografado pela médium Irene Pacheco Machado, relatadas no capítulo seis descrevendo incursão pelo Vale dos Tatuados, situado em faixas espirituais sombrias existentes ao redor do Planeta Terra. Cita contato com jovem desencarnado ostentando uma “tatuagem de Jesus, com lenço amarrado na boca, amordaçado para que não o convertesse”, dizendo ser visitante frequente do Plano físico por “gostar demais de ficar intuindo caras que fazem tatuagens, para que sejam mais criativos”. Viu jovens mulheres com o corpo todo marcado por tatuagens, uma das quais não adepta dos “piercings” que considerava uma agressão ao corpo, indicando alguém que morreu de “câncer na língua, tantos “piercings” colocou nela”. Descreve cenas impactantes do que vê acompanhando a equipe em transito por aquele quase surreal Vale, tendo sua atenção atraída, em dado instante, para “várias mulheres com “piercings” nos lugares mais estranhos, exibidos em meio a gargalhadas, tendo a língua caída até o busto, pelo peso dos adornos nela implantadas quando encarnadas”. Afastando-se daquele cenário dantesco, foi seguro pelas pernas por jovem implorando lhe fosse removida de seu corpo perispiritual tatuagem em que se via a figura de Satanás batendo no Cristo, imagem, segundo ela, escolhida para chamar a atenção do grupo em que se enturmara, o que lhe valeu a liderança do mesmo. Ponderando sobre o assunto, Luiz Sérgio lembra que “antes a tatuagem era usada somente por presidiários e marinheiros, tornou-se modismo, pelo desejo de muitos Espíritos de agredir a sociedade, por sinal, em sua maioria, oriundos de lares desajustados”. Por representar opção assumida no exercício consciente do livre arbítrio, e no uso da mente na definição das imagens gravadas no próprio corpo, entende-se por que após a morte, tais inscrições conservam-se no corpo espiritual.





A pergunta do Cristiano se refere à ingratidão, assunto que tratamos aqui dias atrás. A questão 938 pergunta se as decepções causadas pela ingratidão não existem para endurecer o coração e fechá-lo à sensibilidade.


A ingratidão, como dissemos, tem duas faces: a primeira é a insensibilidade do ingrato, que não reconhece o valor do benefício recebido; e a segunda, é o egoísmo do benfeitor, que esperava ser recompensado pelo bem que fez. Neste caso, se o primeiro errou ao esquecer o ato que o beneficiou, o segundo também errou, ao ficar na expectativa do retorno. “Não saiba a vossa mão esquerda o que dá a direita” – disse Jesus, ensinando, assim, o bem incondicional, o bem pelo bem, o bem sem espera de recompensa.


Muitas vezes, somos experimentados com ingratidão para aprendermos que o bem não deve depender de pagamento. Quando praticamos uma boa ação, esperando que ela retorne para nós, na verdade, estamos pensando mais em nós mesmos do que no outro que beneficiamos. Neste caso, não estamos dando de verdade: estamos apenas negociando um favor, na base do “toma lá, dá cá”. Não resta dúvida de que o bem é sempre bem, mesmo que seja apenas para quem o receba: mas ele seria um bem verdadeiro e completo se, ao ser praticado, tivesse um fim em si mesmo, sem contar com qualquer pagamento ou recompensa.


- Aquele que dá e é mal retribuído está aprendendo que não pode dar com segundas intenções. Se ele endurece o coração e, dali em diante, não dá mais, é porque, na verdade, não aprendeu a dar. Por outro lado, o ingrato, por não reconhecer o benefício recebido, também é um egoísta. O primeiro não sabe dar e o segundo não sabe receber. Isso quer dizer que, nesse campo de experiências, eles ainda têm tudo a aprender.


sábado, 29 de março de 2025

FATOR DETERMINANTE DE PATOLOGIAS MENTAIS E FÍSICAS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A integração de forma mais intensa entre diferentes Dimensões Existenciais nesse período de mudanças radicais e profundas na condição evolutiva da Terra evidencia cada vez mais a presença dos processos obsessivos na sociedade humana. Felizmente, a preocupação objetiva com os transtornos mentais vai, com certeza, conduzir a ciência a conclusões relacionando comportamentos enquadrados na ampla escala dos mesmos, às influências espirituais, reconhecidas, por sinal, na versão mais recente da Classificação Internacional de Doenças (CID), da OMS – Organização Mundial de Saúde, mais especificamente a CID 10, item F.44.3 em que define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio ambiente, fazendo a distinção entre normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos Espíritos e patológicos, provocados por doenças. O Espiritismo tem substancial contribuição a dar sobre o tema quando diz que “o problema da obsessão tem no Pensamento sua base, explicando que além dos pensamentos comuns (experiência rotineira), emitimos com mais frequência os pensamentos nascidos do “desejo-central” que nos caracteriza, pensamentos esses que passam a constituir o reflexo dominante de nossa personalidade”. Explica que seja por questões de vingança por prejuízos causados em outras vidas pela potencial vítima de agora, seja razões como as dependências químicas, os chamados obsessores “procuram conhecer a natureza da pessoa que objetivam prejudicar, em qualquer plano, através das ocupações e posições em que prefira viver. Identificado o reflexo da criatura, superalimentam-na com excitações constantes, robustecendo impulsos e quadros já existentes na imaginação, criando outros que se lhes superponham, nutrindo-lhes, dessa forma, a fixação mental”. Esclarecem que “semelhante processo cria e mantem facilmente o “delírio psíquico” ou a “obsessão”, que não passa de um estado anormal da mente, subjugada pelo excesso de suas próprias criações a pressionarem o campo sensorial, infinitamente acrescidas de influência direta ou indireta de outras mentes, desencarnadas ou não, atraídas por seu próprio reflexo”. No extraordinário livro AÇÃO E REAÇÃO escrito pelo Espírito André Luiz através do médium Chico Xavier, aprendemos que “somos (seres humanos) fulcros geradores de vida, com qualidades específicas de emissão e recepção. Obsessão é um processo semelhante ao da hipnose. O campo mental do obsessor, cria no mundo da própria imaginação as formas-pensamento que deseja exteriorizar. Plasmando a imagem da qual se propõe extrair o melhor efeito, usando as forças positivas da vontade, colore-os com recursos de concentração de sua própria mente, e, aproveitando a poderosa energia mental, projeta-as, como um hipnotizador, sobre o campo mental da vítima. Esta transforma as impressões recebidas, reconstituindo as formas-pensamento plasmadas, nos centros cerebrais, por intermédio dos nervos que desempenham o papel de antenas específicas, a lhes fixarem as particularidades na esfera dos sentidos, num perfeito jogo alucinatório, em que o som e imagem se entrosam harmoniosamente”. Alerta que quando, por falta de tempo, não possam criar as telas pretendidas com os fins visados por intermédio da determinação hipnótica, situam no convívio da criatura, entidades que se lhe adaptem ao modo de sentir e ser”. Destaca que “cada um é tentado exteriormente pela tentação que alimenta em si próprio”, ou seja, “cada qual de nós vive e respira nos reflexos mentais de si mesmo”. De outras obras do mesmo Espírito, destacamos três casos para reflexão: 1- CARACTERÍSTICA- Mulher, 25 anos, cabelos em desalinho, semblante torturado, expressão de inquietação e pavor nos olhos escuros CAUSA – Ação de entidade feminina que lhe controla as impressões nervosas, obliterando os núcleos de força, através de fios cinzentos que lhe fluem da cabeça, envolvendo-lhe o centro coronário, movida pelo ciúme da encarnada por tê-la substituído na condição de segunda esposa do seu ex-marido, além do desejo de vingança por sabê-la intencionalmente negligente no caso do afogamento de seu enteado Marcos. (ETC,3) 2-CARACTERISTICA – Mulher, idade avançada, cabelos grisalhos, corpo magro, rosto enrugado, aparentando senilidade mental nas falas aparentemente desconexas proferidas com voz alterada. CAUSA – Presença espiritual mediunicamente registrada ao seu lado, na cama que ocupava, o qual ali se instalara desde muitos anos logo após sua morte aparentemente acidental durante caçada esportiva com amigos. (EVC) 3 - CARACTERÍSTICA - Homem, com Espírito parcialmente desligado do corpo físico pela hipnose do sono, que descansava com bonita aparência, sob cobertas quentes, revelando posição de relaxamento, semelhante aos viciados em entorpecentes. CAUSA – Presença de três entidades femininas em atitudes menos edificantes, atraídas para a atmosfera pessoal do encarnado através de mentalizações na área da sexualidade desequilibrada. (ML)


Um marido trai a mulher ou a mulher trai seu companheiro nesta vida, mas o cônjuge não fica sabendo. Depois que eles morrem, lá no plano espiritual, eles se encontram e um fica sabendo da traição do outro? Será que eles vão querer nascer de novo para ser marido e mulher novamente para corrigir o erro do passado?


Esta é uma questão muito pessoal, que só um caso concreto poderá demonstrar. É evidente que, nesse caso de infidelidade conjugal, como em qualquer outro tipo de traição, as reações pessoais vão depender de cada um – quer aqui, nesta vida, quer no plano espiritual.


No entanto, podemos dizer que as dores que mais causam sofrimento nas pessoas são as dores morais, aquelas que afetam a alma, deixando marcas profundas no sentimento. Há pessoas que não estão preparadas para compreender o erro do outro e que sofrem muito, mas há aquelas que são capazes de assimilar tais situações com relativa tranqüilidade. É claro que o sofrimento maior não é causado pelo fato em si, mas pela forma como reagimos ao fato. Por isso, alguns suportam traições sem muito sofrimento e outros chegam às raias do desespero e do desequilíbrio.


Contudo, qualquer que seja a situação, existe o que chamamos de dívida moral. Essa dívida acontece em toda situação em que prejudicamos alguém ou em que alguém nos prejudica pessoalmente. Quando o ofendido é bom e compreensivo, ele vai fazer um grande esforço para assimilar a traição sem muito ruído. Neste caso, automaticamente, ele transfere seu sofrimento para quem o traiu, porque o traidor, no caso (se não agora), no futuro, acabará tomando consciência do prejuízo causado e se sentirá devedor da pessoa que traiu. Esse sentimento de culpa lhe acarretará sofrimentos morais.


Quanto ao reencontro de um casal nessas condições em outra vida, com certeza, mais cedo ou mais tarde, isso vai acontecer. Todavia, não necessariamente como marido e mulher, já que a experiência anterior foi desastrosa, mas possivelmente em outra condição ( como mãe e filho, pai e filha, por exemplo), em que eles possam se entender melhor. Na verdade, precisamos considerar que, mesmo num caso de infidelidade conjugal, ninguém pode assegurar com precisão quem é mais ou quem é menos culpado.


No livro “OBREIROS DA VIDA ETERNA”, André Luiz conta o caso de Cavalcante e sua reação diante da morte. O relato dá ênfase à questão da consciência culpada e às dificuldades que ela cria no processo de desencarnação.



sexta-feira, 28 de março de 2025

O FASCINANTE MUNDO DOS FLUIDOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 –“Emmanuel me disse que aquela senhora teve uma discussão forte com o marido, chegando quase a ser agredida fisicamente por ele. O marido desejou dar-lhe uma bofetada, não o fazendo por um recato natural. Contudo, agrediu-a vibracionalmente, provocando uma concentração de fluidos deletérios que lhe invadiram o aparelho auditivo, causando a dor de cabeça. Tão logo começou a reunião, Dr Bezerra colocou a mão sobre sua cabeça e vi sair de dentro do seu ouvido um cordão fluidico escuro, negro, que produzia a dor. Estava psicografando, mas, orientado por Emmanuel, pude acompanhar todo o fenômeno”. O comentário de Chico Xavier se refere a uma vivência quando ainda trabalhava no Centro Espírita Luiz Gonzaga, envolvendo cooperadora do grupo a que pertencia que compareceu para o trabalho em determinada noite, reclamando de forte for de cabeça num dos lados do rosto. Ainda sobre a relação fluidos/palavra, o médium lembra que certa vez, tendo saído atrasado para o trabalho por ter perdido a hora, caminhava apressadamente quando uma vizinha gritou-lhe o nome, e, tentando esquivar-se dizendo que a atenderia na hora do almoço, foi impedido por Emmanuel que lhe determinou voltasse e se inteirasse do problema. A senhora solicitava explicações sobre orientação dada por escrito pelo Dr. Bezerra de Menezes. Esclarecida a dúvida, retomou o caminho, percebendo que a mulher, alegre, despedindo-se, diz: - Obrigada,Chico!.Deus lhe pague!Vá com Deus!.. Neste instante, ouve o Benfeitor Espiritual sugerir: - Pare um pouco e olhe para trás. Surpreso, observa uma massa branca de fluidos luminosos saindo da boca da irmã atendida, encaminhando-se para ele, entrando-lhe no corpo. Ouve ainda Emmanuel observar-lhe - “-Imagine se, ao invés de “Vá com Deus !”, dissesse magoada, “-Vá com o diabo”. De seus lábios estariam saindo coisas diferentes”. A questão dos fluidos foi substancialmente ampliada pelas observações e conclusões de Allan Kardec, sobretudo através das páginas da REVISTA ESPÍRITA, fundada e editada de janeiro de 1858 até sua desencarnação em 1869. Em artigo publicado em 1867, por exemplo, afirma que “o ar é saturado de fluidos conforme a natureza dos Espíritos (ou dos pensamentos dominantes)”. Consequentemente, “ambiente carregado de fluidos salutares ou malsãos exerce influência tanto sobre a saúde física como sobre a saúde moral”. Sendo assim, “em razão do seu grau de sensibilidade, cada indivíduo sofre a influência desta atmosfera, viciada ou vivificante”. Acrescenta que “pensamentos colhidos na fonte das más paixões - ódio, inveja, ciúme, orgulho, egoísmo, animosidade, cupidez, falsidade, hipocrisia, malevolência, etc -, espalham em torno de si eflúvios fluidicos malsãos que reagem sobre os que o cercam”. Comenta ainda que assim como o “ar viciado é saneado com correntes de ar saudável, atmosfera com maus fluidos o é como fluidos bons. Como se percebe, o pensamento mais uma vez está por trás dos fenômenos do mundo dos efeitos. Kardec considera que “o pensamento age sobre os fluidos ambientes como o som age sobre o ar; esses Fluidos nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som”. Afirma que “os fluidos que emanam dos Espíritos (encarnados ou desencarnados) são mais ou menos salutares, conforme seu grau de depuração. As qualidades do fluido estão na razão direta das qualidades do Espírito encarnado ou desencarnado. Quanto mais elevados os sentimentos e desprendidos das influências da matéria mais depurado será seu fluido”. Já n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, na questão 70, alertara que “a quantidade de fluido vital se esgota; se transmite de um indivíduo para outro; que os órgãos do corpo estão, por assim dizer, impregnados de fluido vital, o qual dá a todas as partes do organismo uma atividade que as une em certas lesões e restabelece as funções momentaneamente suspensas; a quantidade de fluido vital não é fator absoluto para todos os seres orgânicos, variando segundo as espécies não sendo fator constante, seja no mesmo indivíduo, seja nos indivíduos da mesma espécie, e , por fim, quando os seres orgânicos morrem, o fluido vital remanescente retorna à massa”. Estudos posteriores, revelaram também que “a matéria inanimada absorve potencialmente fluidos humanos, retendo toda espécie de vibrações e emanações físicas, psíquicas e vitais”. Convertem-se assim em agentes evocadores das impressões psicométricas, como Ernesto Bozzano mostra na obra ENIGMAS DA PSICOMETRIA (feb). Sendo assim, da mesma forma que a influência deixada num objeto por pessoa viva tem a virtude de por o sensitivo em relação com a subconsciência dessa pessoa, assim também a mesma influência, deixada nos objetos por uma pessoa desencarnada tem o poder de por o sensitivo em relação com esses registros fluídicos ou mesmo, até com o Espírito que as deixou neles gravadas. Dai o fato de roupas de uma pessoa desencarnada poder causar sensações desconfortáveis naquela outra que a passa a usar. A água e a exposição ao Sol, desimpregnam tais peças dessa energia chamada remanente. Os alimentos também sofrem a influência dos fluidos de quem os manipula ou consome. A propósito da água fluidificada, o Espírito Emmanuel esclarece que “a água é dos corpos mais simples e receptivos da Terra (...). Alerta “que a água como fluido criador, absorve em cada lar, as características mentais dos seus moradores”. Confirma que “a água pode ser fluidificada de modo geral em benefício de todos e, se em caráter particular para determinado enfermo, é conveniente que o uso seja pessoal e exclusivo”. Recomenda que “se desejas, portanto, o concurso dos Amigos Espirituais na solução de tuas necessidades fisio-psíquicas ou nos problemas de saúde e equilíbrio dos companheiros, coloca o teu recipiente de água cristalina, à frente de tuas orações, espera e confia. O orvalho do Plano Divino magnetizará o líquido com raios de amor em forma de bênçãos”.






Pergunta do Cícero Alves da Silva: “Eu gostaria de saber por que, na vida, a sabedoria vem tão tarde? Não seria melhor se a gente adquirisse essa sabedoria na juventude para evitar tantos tropeços, errar menos e ser mais feliz? “


Na lei da natureza, tudo tem seu tempo certo, Cícero. Há tempo de semear e tempo de colher. Nada acontece por acaso. Não é por acaso que temos de nascer, crescer, estudar, trabalhar, ter filhos e morrer para renascer, repetindo inúmeras vezes o caminho que nos leva ao progresso. A evolução é uma realidade incontestável, mas ela só se realiza através das experiências de vida. Muitas coisas nós só aprendemos, porque erramos e porque sofremos. Logo, Cícero, se a vida fosse apenas esta, que estamos vivendo agora, não haveria explicação para isso, até porque muitos morrem ainda na infância e nem mesmo têm tempo de conhecer a vida. Se a vida fosse única, qual o proveito que teria?


No entanto, sabemos que estamos aqui apenas de passagem. Quem já chegou aos 50 anos e olha para o passado, admira a longa trajetória que percorreu. Percebe por quantas dificuldades já passou e o quanto aprendeu com a vida, enfrentando essas dificuldades e tirando proveito delas. A maioria das coisas, que nós aprendemos nessa trajetória, requer muitos anos de experiência ( de erros e acertos) e é, por isso, que só descobrimos que aprendemos quando vivemos o suficiente para tirar importantes conclusões sobre a vida. Só o tempo nos diz o que realmente aproveitamos da vida que vivemos.


Quem chega a uma idade avançada, pode agradecer, então, a vida que teve, as adversidades que passou, os obstáculos que pôde transpor, porque tudo isso serviu para ajudá-lo a chegar onde chegou, com mais experiência, com mais segurança, com mais sabedoria e com mais fé em Deus. Muitas pessoas descobrem Deus só depois de muito tempo: as idades anteriores não foram suficientes. Eles estavam precisando de mais experiência, de mais vivência – talvez de mais desconforto e dissabores para conhecerem o lado amargo da vida – para poderem, então, perceber que esse mundo misterioso e complexo tem um comando e tem um sentido glorioso para todos nós.


Logo, Cícero, a vida é como uma escola, como diz a poetisa Carmen Cinira pela mediunidade de Chico Xavier, mas uma escola que temos de freqüentar todos os dias, sem folgas e sem férias. Não há como fugir da experiência que nos espera logo à frente. E aqueles, que pensam fugir da vida pelas portas do suicídio, acabam se decepcionando ainda mais, quando perceberem que todas as aulas são obrigatórias – as que acontecem agora e as que vêm depois, na vida espiritual. Por isso, não há como escapar da vida.


Tudo está certo na lei de Deus. Se na juventude temos pouca experiência, temos também maior disposição para viver, sonhamos mais, elaboramos nossos projetos e acreditamos no que vamos alcançar. A idade avançada, todavia, serve para refletir melhor, para aproveitar as lições do caminho e passar para os mais jovens o que há de bom e aproveitável em nossa experiência. As pessoas,. que chegaram à chamada “terceira idade” devem, portanto, agradecer a Deus as oportunidades que a vida lhes ofereceu, principalmente as dores, porque essas – quer queiramos ou não – são sempre os nossos melhores professores.


No livro “A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER” do Nobel de literatura, Milan Kundera, um médico, que descobriu estar acometido de uma doença incurável perspectiva de morte iminente, lamenta o fato de não ter conhecido a vida quando jovem para aproveitá-la melhor. Sendo ateu, no entanto, ele não contava com a continuidade da existência e muito menos com a possibilidade de nova encarnação.











quinta-feira, 27 de março de 2025

O GRAVE PROBLEMA DAS INFLUÊNCIAS ESPIRITUAIS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Naturalmente, a resposta à questão 459 – os Espíritos influenciam em vossos pensamentos e atos muito mais que imaginais e, invariavelmente são eles que vos conduzem -, d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, abriu caminho para diversas reflexões e deduções de Allan Kardec, posteriormente referendadas pela Equipe Espiritual que o assessorava ou confirmadas pelos inúmeros relatos a ele enviados por leitores e correspondentes de várias partes da Europa e Norte da África. Tal revelação possibilita a compreensão de muitos fatos observados ao longo da História da Humanidade. Em 1969, o erudito espírita Wallace Leal Rodrigues assinou o prefácio de obra por ele traduzida do original organizado pela União Espírita da Bélgica intitulada A OBSESSÃO, segundo consta na folha de rosto, empresa em francês com a aprovação do próprio Espírito de Allan Kardec em comunicação datada de seis de setembro de 1950. O livro consiste numa compilação de artigos publicados ao longo de vários anos nos números da REVISTA ESPÍRITA, abordando vários aspectos do fenômeno a que todos estamos expostos. Compulsando-lhe as páginas, recolhemos alguns dados interessantes que reproduziremos a seguir para ampliação do nosso entendimento do problema: 1- O homem que vive em meio ao Mundo Invisível está incessantemente submetido a essas influências, do mesmo modo que às da atmosfera que respira. 2- Essa influências se traduzem por efeitos morais e fisiológicos, dos quais não se dá conta e que, frequentemente, atribui a causas inteiramente contrárias. 3- Essas influências diferem, naturalmente, segundo as boas ou más qualidades do Espírito. Se ele for bom e benevolente, a influência será agradável e salutar; como as carícias de uma terna mãe, que toma o filho nos braços. Se for mau e perverso, será dura, penosa, de ânsia e por vezes perversa: não abraça – constringe. 4- Vivemos num oceano fluídico, incessantemente a braços com correntes contrárias, que atraímos ou repelimos, e às quais nos abandonamos, conforme nossas qualidades pessoais, mas em cujo meio o homem sempre conserva o seu livre arbítrio, atributo essencial de sua natureza, em virtude do qual pode sempre escolher o caminho. 5- Isto é inteiramente independente da faculdade mediúnica, tal qual esta é vulgarmente compreendida. 6- Estando a ação do Mundo Invisível, na ordem das coisas naturais, ele se exerce sobre o homem, abstração feita de qualquer conhecimento espírita. Estamos a ela submetidos como o estamos à ação da eletricidade atmosférica, mesmo sem saber física, como ficamos doentes, sem conhecer medicina. 7- Assim como a física nos ensina a causa de certos fenômenos e a medicina a de certas doenças, o estudo da ciência espírita nos ensina a dos fenômenos devidos às influências ocultas do Mundo Invisível e nos explica o que, sem isto, perecerá inexplicável. 8- A ação dos maus Espíritos, sobre as criaturas que influenciam, apresenta nuanças de intensidade e duração extremamente vaiadas, conforme o grau de malignidade e de perversidade do Espírito e, também, de acordo com o estado moral da pessoa, que lhe dá acesso mais ou menos fácil. Por vezes, tal ação é temporária e acidental, mais maliciosa e desagradável que perigosa. 9- A mediunidade é o meio direto de observação. O médium – permitam-nos a comparação – é o instrumento de laboratório pelo qual a ação do mundo invisível se traduz de maneira patente. E, pela facilidade oferecida de repetição das experiências, permite-nos estudar o modo e as nuanças desta ação. Destes estudos e observações nasceu a ciência espírita. 10- Todo individuo que, desta ou daquela maneira, sofre a influência dos Espíritos, é, por isto mesmo, médium. Por isso pode dizer-se que todo mundo é médium. Mas, é pela mediunidade efetiva, consciente e facultativa, que se chegou a constatar a existência do Mundo Invisível e, pela diversidade das manifestações obtidas ou provocadas, que foi possível esclarecer a qualidade dos seres que o compõem e o papel que representam na natureza. O médium fez pelo Mundo Invisível o mesmo que o microscópio pelo Mundo dos infinitamente pequenos”.


Uma ouvinte comentou o seguinte: “Tenho uma família maravilhosa. Bem cedo acordei para a vida, cedo me casei e, hoje, eu e meu marido temos três filhos. Um deles tem uma deficiência. O médico disse que foi do parto. Nós nos amamos muito. Quero que vocês falem um pouco sobre isso.”


Você está nos trazendo uma solução. Vocês são, de fato, uma família maravilhosa. Esse filho não veio a esse lar por mero acaso. Veio também para receber o acolhimento e o carinho desse ambiente de luz. Oxalá isso acontecesse em todos os lares, para onde vem uma criança com necessidades especiais. Entretanto, nós acreditamos que são poucos os lares que rejeitam filhos nessas condições; a maioria assume seus deveres perante esses Espíritos, consciente de que estão assumindo um grande compromisso.


Contudo, ainda somos muito egoístas e vaidosos. Queremos ter só filhos perfeitos: bonitos, inteligentes, responsáveis, que não nos dêem nenhum trabalho. Quem de nós – se pudéssemos escolher seus filhos - receberia de bom grado, no seu lar, crianças difíceis, doentes ou problemáticas, infelizes? Com certeza, bem poucos estão preparados para assumir tamanha responsabilidade com o sacrifício de seus próprios interesses. Só Espíritos, que já trazem no íntimo, um sentimento elevado de devotamento ao outro, podem se sentir desafiados ou realizados diante de tamanho desafio.


Entretanto, as circunstâncias da vida, muitas vezes, nos impõem o sacrifício. Alguns resistem de início – pois, de fato, ninguém quer sofrer – mas, com o tempo,acabam aceitando o pesado encargo e compreendendo a sua própria necessidade de se entregar a uma missão de tamanha responsabilidade. Para que possamos nos adequar aos imperativos da lei divina, existe o mecanismo da reencarnação. É aí que, muitas vezes, ocorrem as surpresas, porquanto nem sempre estamos preparados para encarar a realidade – ou seja, nem sempre queremos encarar as nossas próprias necessidades.


Sua família, porém, cara ouvinte, deve estar feliz por conseguir agasalhar, com tanta dedicação, com tanto amor, todos os filhos, proporcionando a cada um significativa parcela de atenção e carinho. Não pode haver realização maior na vida de uma pessoa do que a sensação de estar cumprindo fielmente com a parte que lhe cabe nos planos de Deus. Na verdade, os pais amam todos seus filhos, mas a cada um de modo diferente, porque cada qual tem as suas próprias necessidades.


A maior força do mundo é o amor. Quando conseguimos experimentá-lo, nada mais nos constrange, nenhuma força contrária nos vence, por mais difíceis as circunstâncias da vida. O amor nos faz compreender que nada acontece por acaso, que estamos exatamente no lugar e no momento de que dispomos para fazer o melhor ao nosso alcance. É pela doutrina da reencarnação que entendemos isso. Ela é a base fundamental para podermos avaliar a perfeição da justiça de Deus.


quarta-feira, 26 de março de 2025

NÃO É O FIM; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “Minha experiência me mostrou que a morte do corpo e do cérebro não é o fim da consciência, e que a existência humana continua no além-túmulo”, escreveu no Prólogo do seu livro UMA PROVA DO CÉU (2012; sextante), o Dr Eben Alexander III, acrescentando: -“O lugar onde estive era real. Tão real a ponto de fazer a vida no aqui e agora parecer uma ilusão”. Tudo se desdobrou em 2008, ao longo de sete angustiantes dias para seus familiares depois de o virem mergulhar num estado de coma numa madrugada de segunda-feira em que acordou, a princípio, com forte dor nas costas que acabou se pronunciando de forma mais aguda na cabeça, originada, saber-se-ia depois, pela infestação de uma variação bacteriana da meningite. Contrariando prognósticos normais que anteviam lesões graves no cérebro e mesmo a morte, o Dr. Eben, retornou à vida quando os colegas médicos comunicavam aos acompanhantes terem esgotado os recursos conhecidos, com uma única radical e definitiva mudança: a certeza de que a morte como é considerada pela dita ciência não existe. Conclusão baseada numa intensa vivência numa realidade nunca cogitada por ele anteriormente, cético que era. Profissional com 25 anos de experiência na área da neurocirurgia, concluiu que a lógica científica ainda não possui todas as respostas para os enigmas da vida. Explicações oferecidas, por sinal, pelo Espiritismo, como podemos perceber pela resposta em 1971, do Espírito Emmanuel através do médium Chico Xavier, em que se manifestando sobre o estado do paciente considerado em coma diz: -“Será de acordo com sua situação mental. Há casos em que o espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores Espirituais. São pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação. Em outros casos, os espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do períspirito, dispõem de uma relativa liberdade. Em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem as paisagens e os contatos com seres que já os precederam na passagem para a Vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos”. Foi o caso do Dr. Eben. Enquanto em nossa Dimensão, amigos especialistas se desdobravam na tentativa de entender e tirá-lo da situação complicada em que se encontrava sua saúde, sentiu-se transitar por regiões antes inimaginadas. No primeiro momento, sem ter noção exata do momento em que começou, viu-se ou sentiu-se, em meio à mais absoluta escuridão, rodeado “de alguns objetos, semelhantes a pequenas raízes, ou a vasos sanguíneos, em um grande útero lamacento. Com uma coloração vermelha, escura e brilhante, eles desciam de algum lugar muito lá em cima em direção a outro lugar igualmente distante lá embaixo, o que o fez de chama-lo de Região do Ponto de Vista da Minhoca”. Um mundo subterrâneo em que “caras grotescas de animais borbulhavam na lama, grunhiam, guinchavam, e desapareciam. Escutava urros medonhos, ora dando lugar a cânticos rítmicos e obscuros, ao mesmo tempo assustadores e curiosamente conhecidos”. A certa altura, atraído por uma luz giratória, passou por uma abertura, penetrando num mundo inteiramente novo, para o qual adjetivos como brilhante, vibrante, arrebatador, maravilhoso, são pobres para descrever. Em meio ao deslumbramento, avista uma menina, bela, com maçãs do rosto salientes e olhos de um azul profundo, que, fitando-o de forma arrebatadora, sem sonorizar palavras, tocou seu interior dizendo: -“Você é amado e valorizado imensamente, para sempre. Não há nada a temer. Não há nada que você possa fazer de errado. Nós lhe mostraremos muitas coisas aqui. Mas, no fim, você irá voltar”. Num estágio seguinte, “num lugar cheio de nuvens, avistou num ponto imensuravelmente mais alto, num aglomerado de esferas transparentes, seres deslumbrantes se deslocando em arco por todo o céu, deixando grandes rastros atrás de si. Seres, intuiu, mais evoluídos, Superiores”. Dúvidas fervilhavam em sua cabeça, contudo, “a cada questão que formulava, a resposta vinha instantaneamente em uma explosão de luz e beleza que o invadia por completo”. Noutro estágio, “viu-se entrando num imenso vazio, escuro, infinito em tamanho, mas também infinitamente prazeroso ao mesmo tempo, repleto de luz, em que se sentiu como que diante do Ser dos Seres”, que, entre outras coisas lhe diz, “não existir apenas um Universo, mas muitos – na verdade mais do que poderia conceber – e que o amor está no centro de todos eles”. A riquíssima narrativa do Dr. Eben, prossegue oferecendo instigantes elementos para nossas reflexões, inclusive sobre tais vivências serem absolutamente pessoais, como, a propósito revela a resposta dada pelo Espírito Emmanuel e transcrita neste texto.




Abrimos com uma pergunta formulada pelo José Luiz Vieira: “ Nós precisamos acreditar em Deus para ter fé ou só podemos fé se acreditarmos em Deus?”


Fé, José Luiz, é um sentimento que não precisa ser necessariamente religioso. O ateu também tem sua fé. E , neste caso – você perguntaria – e qual é a crença do ateu? É a crença de que Deus não existe. Mas essa fé está muito longe de ter a consistência e a beleza da fé do verdadeiro crente. Vamos dizer por quê. É que a fé é um sentimento indispensável à vida, pois é ele que nos transmite confiança, que nos proporciona segurança; sem a fé não há condição emocional para encararmos nossos problemas. Se Deus não existisse, todos estaríamos relegados às circunstâncias fortuitas de um mundo sem regras e sem leis; estaríamos à mercê do acaso ou da sorte, sendo assim, a vida careceria de um sentido elevado, não teria uma finalidade nobre e isso acabaria com as nossas esperanças e até com o senso de justiça.


Nenhum pai e nenhuma mãe têm o direito de deixar de ensinar Deus aos seus filhos, quando eles são ainda crianças. É a crença em Deus que nos proporciona a certeza de que não estamos sozinhos no mundo - atirados à própria sorte, principalmente nos momentos em que não podemos ter ninguém por perto. É a crença em Deus que nos convence de que vale a pena viver e lutar por um ideal, que ( independentemente dos problemas que nos aconteçam) há uma destinação superior para cada um de nós; que o bem vencerá o mal, que a justiça é uma coisa certa e que, portanto, há um sentido superior para a vida, ao qual devemos nos apegar sempre, na certeza de que um dia vamos encontrar a verdadeira felicidade.


Um mundo sem Deus, seria um mundo frio, injusto, cruel, violento e enganoso. Não haveria lugar para o bem e para a verdade, para o amor e para a justiça. Nesse caso, o bem, a verdade e a justiça ( em que todos acreditamos) seriam apenas criações humanas, que nasceriam e morreriam com os homens. Sem Deus, como disse o escritor russo Dostoiewsky, tudo seria permitido, até mesmo o ideal de ser egoísta e cruel., a ponto de transformar o mundo num reino de maldade e ignorância.

A descrença não é compatível com a natureza humana. Em todos os povos e em todas as épocas, tudo revelou a existência de um poder além da matéria e o homem sempre se convenceu, por meio da intuição, que é um espírito imortal. A descrença só contribuiu para a autonegação, na medida em que atribui tudo ao acaso, às circunstâncias de um mundo que não tem sentido, que existe por existir ( sem objetivo, sem finalidade) e que, portanto, caminharia para a desorganização, para o caos e para a destruição.


A crença em Deus, por outro lado, independente da religião que a pessoa professe, é o maior estímulo ao bem, à verdade, ao amor, à justiça e á felicidade. Tanto assim que o suicídio – ou a autodestruição – é o ponto mais terrível de todo o sofrimento humano – justamente porque o individuo, que chegou à condição de querer acabar com a própria vida, perdeu o sentido da existência, não tem mais perspectiva de nada, caiu no vazio existencial, onde não há mais esperança, pois, em tais circunstâncias, ele perdeu a noção de vida, precisamente porque perdeu a noção de Deus. Pense nisso.


terça-feira, 25 de março de 2025

CHICO XAVIER MENSAGENS OUTROS IDIOMAS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Allan Kardec, desenvolvendo uma classificação inicial da variedade dos médiuns escreventes no excelente compêndio intitulado O LIVRO DOS MÉDIUNS, chamou de médium poliglota, “o que tem a faculdade de falar ou escrever em línguas que não conhecem”, acrescentando, contudo, serem “muito raros”. Uma dentre as hipóteses alinhadas na referida compilação é que o fenômeno só seria possível pela existência, no inconsciente da individualidade de registros arquivados em encarnações em que se serviu desse idioma para se expressar e comunicar na região, raça ou pátria em que renascera. Chico Xavier, entre as múltiplas formas em que sua mediunidade foi utilizada foi para a recepção de mensagens, está a em outros idiomas. Vários, em sua longa jornada a serviço dos Espíritos. Sabe-se que Chico não teve formação além do antigo primário, tendo repetido duas vezes a quarta série, O primeiro a fazer referências a esse tipo de mensagem foi o repórter Clementino de Alencar, enviado especial do jornal O Globo, para investigar Chico Xavier, a origem dos escritos pós-morte do escritor Humberto de Campos e dos vários poetas do PARNASO DE ALEM TÚMULO. Surpreso com o que encontrou - um jovem humilde, pobre, cultura incipiente -, permaneceu em Pedro Leopoldo, MG, por dois meses testando o objeto de sua pesquisa, obtendo da Espiritualidade inúmeras demonstrações de sua ação junto ao médium. Um dos fatos que o surpreendeu foram relatos que davam conta da recepção por ele de mensagens em inglês e italiano, cujo aprendizado, à época, somente era acessível nos grandes centros. E Chico, pelos rudes labores e carga de trabalho remunerado na venda do “seu” Zé Felizardo, não permitiam tais “luxos”. Numa de suas matérias, de doze de maio de 1935 – Chico contava 25 anos de idade -, Alencar faz referências a algumas dirigidas em inglês ao doutor Romulo Joviano. Formara-se ele em Zootecnia pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, sendo seu autor Alexander Seggie, colega de estudos e amigo íntimo durante os anos de formação, desencarnado na França, durante a Primeira Guerra Mundial. Nas referidas páginas, Alexander, cuja existência o jovem médium ignorava, referia-se ao amigo, num trocadilho, “Jove”,alusão ao sobrenome Joviano. Ainda no texto enviado ao diário carioca, o repórter reproduz mensagem recebida na reunião de 23 de novembro de 1933, assinada por Emmanuel escrita em ingles com as letras enfileiradas ao inverso. Ao reescrevê-la no sentido correto, o destinatário, profundo conhecedor do inglês, identificou um erro na colocação de um artigo e um pronome. Resolve, em inglês, interpelar Emmanuel, recebendo dele extensa resposta no mesmo idioma, entre outras coisas desculpando-se pelos erros cometidos, dizendo-se, apenas um aluno inábil e não um mestre na utilização da língua. Alencar inclui ainda uma mensagem em italiano, grafada da mesma maneira curiosa que a precedente. Objetivando testar se por trás daquele jovem ingênuo havia algo mais, quando solicitado a encerrar aqueles dois meses de experiência, formulou quatro perguntas em inglês, a última das quais mentalmente, obtendo dezoito linhas de resposta a esta, também em inglês. Mais ou menos na mesma época, o médium psicografou mensagem em inglês ao Consul da Inglaterra, em Belo Horizonte, Minas Gerais, Senhor Harold Walter. Anos depois, presente à solenidade levada a efeito no Teatro Municipal de São Paulo, Chico psicografaria perante numeroso público, entre outras, uma mensagem/ saudação de Emmanuel aos presentes, em inglês, escrita de trás para frente, a chamada especular, somente possível de ser lida diante de um espelho. Testemunha de muitos desses momentos, o doutor Rômulo Joviano, contou ao amigo Clóvis Tavares que, por força do trabalho, “em visita, certa vez, a uma fazenda do Doutor Louis Ensch, engenheiro luxemburguês, fundador da Usina de Monlevade da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, em Monlevade, MG, Chico recebeu mensagem, endereçada ao mesmo, em idioma luxemburguês. Maravilhado, o destinatário declarou que as páginas foram escritas no melhor estilo da língua nacional de sua pátria, o Grão Ducado de Luxemburgo”. Noutra ocasião, em visita a uma parenta sua residente em Barbacena, MG, a escritora Maria Lacerda de Moura, assistindo uma reunião de estudos orientalistas, após esta ter escrito no quadro-negro algumas palavras em português, possivelmente um “mantra”, para meditação dos presentes, “Chico recebe, através da psicofonia sonambúlica, uma mensagem em idioma hindu, havendo a entidade comunicante, conduzido o médium até o mesmo quadro-negro, traçando diversas expressões ininteligíveis para os presentes, posteriormente reconhecidas como mantras grafados em caracteres sânscritos”. Inúmeras mensagens particulares foram recebidas ao longo dos anos, em vários idiomas, que o médium também ignorava completamente: alemão, árabe e grego. Perderam-se, no entanto, pelo seu caráter estritamente pessoal dos destinatários.




Temos, aqui, mais uma pergunta do Cristiano Ricardo Alves, de Vera Cruz: “ Para os selvagens, só existe dor-evolução ou já existe também a dor-expiação e até dor-prova? Existe dor-expiação para os canibais? “


Antes de irmos diretamente à resposta, vamos dizer o que são dor-expiação, dor-prova e dor-evolução, segundo classificação de André Luiz. Dor-expiação – ou, simplesmente, expiação – é todo sofrimento que decorre de erros cometidos, ou num passado distante ou num passado bem recente, pois a expiação pode se seguir imediatamente ao erro. Trata-se de um sofrimento imposto pela lei de causa e efeito; portanto, inevitável. Dor-prova – ou simplesmente prova ou provação – é o sofrimento que decorre de uma escolha do Espírito que, mesmo sabendo das dificuldades que vai passar, insiste em testar para si mesmo sua capacidade de evolução; portanto, pode ser evitada. E, finalmente, dor-evolução é a decorrente do desenvolvimento natural do Espírito; não procede de erros, nem de escolha, mas do caminho que o Espírito percorre para evoluir. Por exemplo: o sofrimento que uma criança experimenta para aprender a andar é uma dor-evolução. É a mais freqüente na vida, pois faz parte integrante da vida diária.


A dor-evolução existe sempre, pois, como o próprio nome indica, ela acompanha o Espírito na sua trajetória evolutiva, obrigando-o a aprender através de suas próprias experiências. Nesse sentido, ela existe até mesmo para os Espíritos superiores. A dor-expiação, como já dissemos, é a aplicação direta da lei de causa e efeito e também ocorre toda vez que há um erro. Não importa qual, nem como, até por que as conseqüências dolorosas podem ocorrer quando erramos por ignorância: uma criança, que enfia o dedo numa tomada elétrica, sofre imediatamente o efeito do ato (o choque), mesmo não tendo consciência do que está fazendo.


Só na prova é que o Espírito, estando em condições mais elevadas, é capaz de compreender melhor a necessidade do próprio sofrimento. Seria mais difícil ocorrer nos povos primitivos, mas não impossível, visto que, no seio de um grupo tribal – como os índios – reencarnam Espíritos com certo grau de compreensão das leis morais. Há casos de chefes indígenas, por exemplo, que dão elevado testemunho de elevação espiritual, ou seja, de compreensão das leis da vida, passando-nos mensagens com alto senso de bondade, de amor e de justiça.


segunda-feira, 24 de março de 2025

- O ONIBUS DE UMUARAMA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A morte de 19 pessoas carbonizadas em acidente envolvendo um ônibus e uma caminhão durante ultrapassagem em local proibido em estrada brasileira na manhã de 31 de outubro de 2016,suscita indagações do tipo: porque Deus permite tragédias como essa? Questões assim encontram no Espiritismo explicações lógicas diferentes da tradicional “Deus assim quis”. Começando com O LIVRO DOS ESPÍRITOS que afirma que “não há de fatal, no verdadeiro sentido da palavra, senão o instante da morte. Quando esse momento chega, seja por um meio ou outro, não podeis dele vos livrar”. Revela o Espiritismo sermos Individualidades que na condição de Espíritos trabalhamos pela nossa evolução na direção da Paz e da Felicidade. O próprio Allan Kardec pondera que “a pluralidade das existências é uma das Leis mais importantes reveladas pelo Espiritismo, no sentido que lhe demonstra a realidade e a necessidade para o progresso. Por esta Lei, o homem explica todas as anomalias aparentes que a vida humana apresenta; as diferenças de posições sociais; as mortes prematuras que, sem a reencarnação, tornariam inúteis para a alma as vidas precocemente interrompidas; a desigualdade das aptidões intelectuais e morais, explicadas pela antiguidade do Espírito, que mais ou menos viveu, mais ou menos aprendeu e progrediu, e que traz, em renascendo, a aquisição de suas existências anteriores”. Quando da ocorrência do incêndio do Edifício Andraus, na capital paulista em 24 de fevereiro de 1972, resultando na morte de 16 pessoas e dezenas de feridos, o Espírito Emmanuel em mensagem psicografada por Chico Xavier, explicou que “quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente. É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos compromissados para a redenção para a redenção múltipla. Acrescenta que “corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis em nos observando no além com os problemas da culpa, solicitamos retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação”. Segundo ele, “criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as consequências, “motivo pelo qual, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração”. Ilustrando o tema, o Professor Herculano Pires lembra que “as Civilizações Antigas – como o demonstra a própria Biblia -, são cenários de apavorantes crimes coletivos, porque o homem amava mais a si mesmo do que aos semelhantes e a Deus. Nas Civilizações modernas, tocadas pela luz do Cristianismo, os processos de autopunição se intensificam”. Quando do Incêndio do Joelma em 1 de fevereiro de 1974, matando 191 pessoas e ferindo 300, comentando mensagem psicografada sobre o tema, o Professor Herculano observa que “o fogo era largamente usado. Encurralavam-se prisioneiros em prédios altos, que eram incendiados para que morressem nas chamas. Na queda de Jerusalém, em 1099, os judeus da cidade foram reunidos na Sinagoga e queimados vivos, crimes hediondos que provocaram resgates a longo prazo”. O expressivo documentário resultante das psicografias publicamente produzidas pelo médium Chico Xavier inclui alguns depoimentos de vítimas de incêndios.



Vi uma reportagem de um médico que ajuda as pessoas a morrer. Esse médico acha que está prestando um grande serviço para a humanidade, porque diminui sofrimento daquelas pessoas que não agüentam mais sofrer e que não têm mais esperança de cura. Como devemos encarar esse caso do ponto de vista da Doutrina Espírita? (JANETE MANCUZO DA SILVA)


Essa reportagem foi apresentada no programa “Fantástico” e se refere a um médico da Holanda, já que, na Holanda, a eutanásia é permitida por lei. Eutanásia é a antecipação da morte do paciente para que ele não sofra mais do que já está sofrendo, prática proibida na maioria dos países (como no Brasil, por exemplo), e que, geralmente, é combatida pelas religiões cristãs e pelo próprio Espiritismo. Vamos falar um pouco a respeito, procurando dirimir sua dúvida, prezado ouvinte.


Aparentemente, a eutanásia poderia ser um bem; mas só aparentemente. Isso se levarmos em consideração que a vida é apenas esta que estamos vivendo aqui na Terra, uma vez que a dor, o sofrimento, é uma condição inerente à vida - o que quer dizer que “sem vida não há dor”. Portanto, quem acredita apenas nesta vida, quem não concebe a vida após a morte, tampouco a vida antes da morte – ou seja, quem não acredita que somos Espíritos em evolução – deve estar certo na sua maneira de pensar e deve estar com a sua consciência tranqüila em relação à eutanásia ou ao suicídio. Todavia, quem concebe a vida além desta, quem acredita em Deus, jamais poderia aceitar essas práticas. Vejamos por quê.


Se partirmos da concepção de Deus, como perfeição absoluta, necessariamente temos de considerar que, além de uma Bondade Divina, existe uma Justiça Perfeita e que, portanto, não é possível que esta vida - tão curta, tão incerta e, ao mesmo tempo, tão atribulada e sofrida - seja a única oportunidade que Deus nos oferece. Se fosse, é claro, não haveria justiça, e todos estaríamos relegados ou abandonados a um destino incerto e cruel, principalmente aqueles que já nascem nas mais terríveis condições, que passam a vida sofrendo e que terminam seus dias sob o guante inexorável da dor e da morte. Que diríamos, então, das criancinhas que morrem muito cedo ante o desespero dos pais, sem sequer experimentar as alegrias da vida, sem compreender o que lhes acontece? Terrível seria o destino humano, submetido às leis do acaso, se nada houvesse depois!...


Mas, quem crê em Deus, sabe que a vida tem um sentido e que não é apenas o sentido que conseguimos dar a ela, mas muito mais que isso; que somos seres inteligentes em busca de realização e felicidade; que assim como viemos de Deus, todos voltamos a Ele – pois, Deus sendo perfeito e todo-poderoso – nada perde de sua criação; que não é por mero acaso que todos sofremos; que as dores têm uma recompensa, pois estamos nos transformando, evoluindo, progredindo sempre. Sabe, por isso mesmo, que – se a vida não termina com a morte, nem começa com o nascimento – continuamos além dela, experimentando novas etapas evolutivas; que a morte não interrompe nossa caminhada, apenas nos faz entrar numa nova fase de desenvolvimento.


Neste caso, a eutanásia perde o sentido, pois o período de vida, que se interrompe, por menor que seja, é necessário para a nossa evolução. O Espiritismo nos esclarece que a vida na Terra é uma preciosa dádiva para o Espírito, que deve aproveitá-la até o último segundo. Somente a concepção da reencarnação – que nos faz entender que participamos de um ciclo evolutivo de vidas – confere à vida um valor inestimável. Para o materialista, o valor da vida pode ser medido pelo espaço de tempo que vai da concepção à morte; para o religioso comum, que não acredita na reencarnação, também não vai além disso, visto que, depois da morte, não há mais oportunidade de vida biológica. Mas, para o reencarnacionista, a vida é sempre uma oportunidade preciosa de experiência e de crescimento, mesmo que ela seja extremamente curta.


O Espírito reencarna para progredir e o progresso, em nosso estágio evolutivo, concentra-se, quase todo ele, nas experiências mais difíceis. É a dificuldade que nos ensina – muito mais do que as comodidades. Embora busquemos o conforto, porque essa é a meta de todos, precisamos compreender que o sofrimento é caminho e que, sem dor e sem sacrifício, não se consegue nada de compensador. Logo, aquele que quer interromper sua vida, pensando livrar-se no sofrimento, está muitíssimo enganado: o sofrimento não termina com a morte. Possivelmente, seus últimos sofrimentos seriam o termo de uma fase para passar para outra melhor e, nesse caso, ele vai perder essa oportunidade e ter de começar tudo de novo. Por isso, a Doutrina Espírita é contra a eutanásia e contra o suicídio, porque sabe que tais práticas são prejudiciais ao crescimento espiritual, e se constituírem em verdadeiras fugas da vida.


Se esse médico, que tem essa concepção materialista da vida e que está praticando eutanásia, será que ele não estaria fazendo um bem?. Do ponto de vista dele, sim. Todos nós erramos, querendo acertar. Isso realmente acontece, porque não somos perfeitos. Mas, mesmo assim, nossos erros (mesmo quando produto de nossa ignorância) têm seu preço. Temos de responder por eles, mais cedo ou mais tarde, pois todos precisamos aprender. É a lei da vida, é a Lei de Deus. O fato de uma pessoa cometer um erro, pensando que está acertando – como no caso desse médico – apenas lhe confere uma atenuante (ou seja, é menos grave do que se ele tivesse consciência do que está fazendo), mas não lhe tira a responsabilidade pelo prejuízo causado. A culpa, portanto, existe; o que não existe é a intenção de prejudicar.