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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

COMO UMA GOTA D’ÁGUA NO OCEANO

O novo terremoto que atingiu a Itália no domingo 30 de outubro de 2016, sugere outra apreciação sobre a visão do Espiritismo a respeito das questões geológicas do planeta. Indicando a leitura do tópico FLAGELOS DESTRUIDORES da LEI DA DESTRUIÇÃO n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, propomos também o conhecimento do conteúdo da mensagem incluída por Allan Kardec na edição de outubro de 1868 da REVISTA ESPÍRITA, assinada pelo Espírito Francois Arago (1786/1853). Astrônomo, Matemático, Físico e Político, após sua morte, manifestou-se mediúnicamente por várias vezes em reuniões da Sociedade Espírita de Paris, oferecendo importantes contribuições para a visão dominante então de questões envolvendo nosso Planeta no contexto cósmico. A mensagem recebida em 18 de setembro de 1868, responde a duvida levantada por um correspondente da Colômbia sobre a possível influência dos planetas nas perturbações do Globo terrestre. Escreveu Arago: - Na Natureza não há um fenômeno, por pouco importante que seja, que não seja regulado pelo exercício das leis universais que regem a Criação. Dá-se o mesmo nos grandes cataclismos, e se males de toda sorte castigam a Terra em certas épocas, não só é porque são necessários, em razão de suas conseqüências morais, mas, também, porque a influência dos corpos celestes uns sobre os outros e as reações compostas de todos os agentes naturais devem fatalmente levar a tal resultado. Estando tudo submetido a uma série de leis, eternas como aquele que as criou, pois que não se poderia remontar à sua origem, não há um fenômeno que não esteja submetido a uma lei de periodicidade, ou de série, que provoca o seu retorno em certas épocas, nas mesmas condições, ou seguindo, como intensidade, uma lei de progressão geométrica crescente ou decrescente, mas contínua. Nenhum cataclismo pode nascer espontaneamente, ou, se seus efeitos parecem tal, as causas que o provocam são postas em ação desde um tempo mais ou menos longo. Não, são, pois espontâneos senão em aparência, pois não há um só que não esteja preparado desde muito tempo, e que não obedeça a uma lei constante.  Partilho, pois, inteiramente da opinião expressa pelo Espírito Jenaro Pereira, quanto à periodicidade das irregularidades das estações; mas quanto à sua causa, é mais complexa do que ele supõe. Cada corpo celeste, além das leis simples que presidem à divisão dos dias e das noites, das estações, etc., sofrem revoluções que demandam milhares de séculos para a sua perfeita realização, mas que, como as revoluções mais breves, passam por todos os períodos, desde o nascimento até o apogeu do efeito, depois do que há um decréscimo até o último limite, para recomeçar em seguida a percorrer as mesmas fases. O homem não abarca senão as fases de duração relativamente curta, e cuja periodicidade pode constatar; mas há umas que compreendem longas gerações de seres e, mesmo, sucessões de raças, cujos efeitos, por conseguinte, têm para ele as aparências da novidade e da espontaneidade, ao passo que se o seu olhar pudesse abranger alguns milhares de séculos para trás, ele veria, entre esses mesmos efeitos e suas causas, uma correlação que nem sequer suspeita. Esses períodos, que confundem a imaginação dos humanos por sua relativa duração, não são, contudo, senão instantes na duração eterna.(...) A vida de uma ou de várias gerações, em relação ao conjunto, é como uma gota d’água no oceano. Não vos admireis, pois, de não poder perceber a harmonia das leis gerais que regem o Universo; o que quer que façais, não podeis ver mais que um pequeno canto do quadro, razão por que tantas coisas vos parecem anomalias. Num mesmo sistema planetário, todos os corpos que dele dependem reagem uns sobre os outros; todas as influências físicas aí são solidárias, e não há um só dos efeitos, que designais sob o nome de grandes perturbações, que não seja a consequência da componente das influências de todo esse sistema. Júpiter tem suas revoluções periódicas, como todos os outros planetas, e essas revoluções não deixam de ter influência sobre as modificações das condições físicas terrestres; mas seria erro considerá-las como a causa única ou preponderante dessas modificações. Elas intervêm por uma parte, como as de todos os planetas do sistema, como os próprios movimentos terrestres intervêm para contribuir para modificar as condições dos mundos circunvizinhos. Vou mais longe: digo que os sistemas reagem uns sobre os outros, em razão da aproximação ou do afastamento que resulta de seu movimento de translação através das miríades de sistemas que compõem nossa nebulosa. Vou mais longe ainda: digo que nossa nebulosa, que é como um arquipélago na imensidade, tendo também o seu movimento de translação através de miríades de nebulosas, sofre a influência daquelas de que se aproxima. Assim, as nebulosas reagem sobre as nebulosas, os sistemas reagem sobre os sistemas, como os planetas reagem sobre os planetas, como os elementos de cada planeta reagem uns sobre os outros, e assim gradualmente, até o átomo. Daí, em cada mundo, as revoluções locais ou gerais, que só parecem perturbações porque a brevidade da vida não permite ver senão os seus efeitos parciais. A matéria orgânica não poderia escapar a essas influências; as perturbações que ela sofre podem, então, alterar o estado físico dos seres vivos e determinar algumas dessas doenças que atacam de maneira geral as plantas, os animais e os homens. Como todos os flagelos, essas doenças são para a inteligência humana um estimulante que a impele, por necessidade, à procura dos meios de as combater, e à descoberta das leis da Natureza. Mas, por sua vez, a matéria orgânica reage sobre o Espírito; este, por seu contato e sua ligação íntima com os elementos materiais, também sofre influências que modificam suas disposições, sem, contudo, lhe tirar o livre-arbítrio, superexcitam ou retardam a sua atividade e, por isto mesmo, contribuem para o seu desenvolvimento. A efervescência, que por vezes se manifesta em toda uma população, entre os homens de uma mesma raça, não é uma coisa fortuita, nem o resultado de um capricho; tem sua causa nas leis da Natureza. Essa efervescência, a princípio inconsciente, que não passa de um vago desejo, uma aspiração indefinida por algo de melhor, uma necessidade de mudança, traduz-se por agitação surda, depois por atos que levam às revoluções morais, as quais, crede-o bem, também têm sua periodicidade, como as revoluções físicas, porque tudo se encadeia. Se a visão espiritual não fosse circunscrita pelo véu material, veríeis essas correntes fluídicas que, semelhantes a milhares de fios condutores, ligam as coisas do mundo espiritual e do mundo material. Quando se vos diz que a Humanidade chegou a um período de transformação, e que a Terra deve elevar-se na hierarquia dos Mundos, não vejais nestas palavras nada de místico, mas, ao contrário, a realização de uma das grandes leis fatais do Universo, contra as quais se quebra toda a má vontade humana. (Visite o canal  Luiz Armando – canal do YouTube  /  Conheça também  Luiz Armando - Preces)

sábado, 29 de outubro de 2016

NÃO ACABOU


O dia 8 de junho de 1982 é uma data que marca a história da aviação comercial no Brasil e no mundo. Isso porque, nas imediações de Fortaleza, capital do Ceará, ocorreu um acidente de grandes proporções a poucos minutos da aterrisagem. Passava das duas e meia da madrugada e envolveu o voo 168 da Varig, interrompendo a vida de 137 passageiros, inclusive a de Olimar Feder Agosti, então com 29 anos.   Advogada, casada três meses antes, seguia para a capital cearense onde seu marido a encontraria no dia seguinte, a fim de desfrutarem alguns dias de  férias ao lado dos padrinhos de sua união.   Meses depois, contudo, Olimar restabeleceria a conexão mais objetiva com seus familiares mais próximos através da prodigiosa mediunidade de Chico Xavier, testemunhando sua sobrevivência. Em sua carta, descreve minúcias de suas percepções antes, durante e depois da queda do avião.  Os detalhes são surpreendentes, confirmando a presença de Equipes de Espíritos desencarnados operando o resgate das vitimas nos minutos que se seguiram a dolorosa ocorrência. Na mensagem, testemunha a necessária adaptação à situação inesperadamente vivida, evidenciando sua condição evolutiva diferenciada em relação ao predominante na Humanidade de nosso tempo, em sua quase totalidade impulsionada pelo egoísmo ancestral. Escreve: -“Estou ainda sob a impressão difícil de descrever – a  impressão dos que passaram pela ocorrência de que compartilhei. Ainda assim, estou na condição da filha reconhecida que lhes pede a bênção. Venho trazida, porque, por mim própria, a iniciativa da visita a que me entrego, seria quase impraticável. A vovó Marieta considerou, porém, que seria justo endereçar-lhes alguma notícia e estou pronta a isso. Mesmo assim, como não poderia deixar de ser, me sinto amparada a fim de articular as minhas palavras escritas. Lembro-me perfeitamente de nossa despedida natural antes da decolagem do avião, tudo alegria e certeza de paz com a promessa do reencontro com o nosso querido Geraldo em fortaleza para que a minha alegria fosse complementada. A viagem começou sem novidades que mereçam menção especial. Alguns passageiros, creio que veteranos nas travessias aéreas, se punham a dormir, tentei fazer o mesmo, no entanto, não conseguia perder-me no repouso desejado. Refletia na vida e montava mentalmente os meus projetos para a excursão iniciada. Guardava a ideia de que alguém velava comigo, sem que eu pudesse identificar qualquer presença espiritual. Mais tarde é que soube que a vovó Marieta estava ao meu lado. Tudo seguia sem sobressaltos, máquina estável e segurança em tudo. A aeromoça ia e vinha de quando em quando, oferecendo brindes para nosso reconforto e irradiando o sorriso com que parecia desejosa de nos tranquilizar. Consultei o horário e pensava na mãezinha Helena a esperar-me na alta madrugada, quando o estrondo nos reuniu a todos na mesma ideia horrível. Num relâmpago de segundo ainda consegui mentalizá-los em companhia do GE, mas o raciocínio desapareceu como por encanto. Dores, não senti. Creio hoje que nas calamidades imprevistas qual aquela em que me vi, não há tempo para registro de sofrimento pessoal. Se isso aconteceu deve ter sido um pesadelo que o assombro empalideceu. Nada mais vi nem ouvi. Não sei fazer qualquer comparação para transmitir-lhes essa ou aquela ideia do sucedido. Quanto tempo estive largada ao esquecimento de mim, ainda ignoro. Primeiramente a amnésia me dominou totalmente, em seguida me vi colada a uma apatia sem nome. Vi pessoas em derredor de mim, sabia que um leito acolhedor me aguardava, entretanto, muito vagarosamente passei a interessar-me na busca de minhas próprias recordações. Percebia-me visitada por amigos, escutava-lhes os votos de recuperação tão rápida quanto possível, no entanto falar ainda era algo muito complicado nos mecanismos de relacionamento de que dispunha. Passaram-se dias sobre dias, até que pude interpelar minha querida avó que se identificou para minha tranquilidade. Iniciei os meus contatos e, com espanto, vim saber que já não mais pertencia ao nosso mundo familiar, segundo os vínculos físicos. Aturdia-me saber que me achava num corpo absolutamente igual ao meu e a meio custo aceitei a realidade de que o outro, aquele que eu deixara no avião sinistrado, era uma veste que me fizera inútil. A transição era violenta demais para que me conformasse sem rebeldia, sentia sim uma certa mágoa contra a vida, porque efetivamente não poderia dizer contra a morte, já que a morte passara a ser inexistente em meu modo de pensar e sentir. Dei largas ao meu pranto de angústia, o que minha avó Marieta considerou natural. Ela não me proibiu qualquer manifestação de tristeza ou desalento, mas me afirmou que seria muito importante superar a crise com minha força de vontade, como se naquelas horas a tivesse. Os conselhos e avisos, porém, valiam por medicações de muito significado para que eu conseguisse refazer energias a fim de revê-los e comecei a extrair do íntimo do meu próprio Ser, a decisão de vencer a mim própria. Reagi com as possibilidades de resistência que não perdera de todo e transferi-me da amargura para a esperança. Era preciso ajustar-me às leis de Deus que são as Leis da Vida, compreender que os meus anseios de moça deviam ceder lugar a um entendimento melhor, e gradativamente consegui entrar no conhecimento de outros amigos, todos eles familiares queridos que me estimulavam à renovação. (Visite o canal  Luiz Armando – canal do YouTube  /  Conheça também  Luiz Armando - Preces)




quinta-feira, 27 de outubro de 2016

MAIS DE UMA REENCARNAÇÃO


O estudo de casos baseados em revelações obtidas através da mediunidade demonstra como é lento o processo de  retificação de erros cometidos em vidas passadas, seja em prejuízo próprio ou de Espíritos ligados ao causador do problema pelos laços da consanguinidade ou amizade. Por vezes, mais de uma encarnação, visto que o livre arbítrio é um atributo que se amplia à medida que o Ser vai evoluindo. Pesquisando o assunto, destacamos para reflexões dois exemplos: 1- EFEITO - Médico, diretor clínico de hospital especializado em recuperação de viciados, casado, pai de três filhos, dois homens e uma mulher. No primeiro ano de vida conjugal, experimentou um relacionamento marcado por brigas, discussões, crises, insatisfação, em face do ciúme doentio e desconfiança da esposa, o que foi atenuado pelo nascimento do primeiro filho. Logo, nasce o segundo. Mais tarde, numa fase em que esboçava a dissolução do lar, mantendo-o desanimado e abatido psiquicamente, impedindo-o de desempenhar com eficiência seu trabalho, nasce a filha, que passaria a representar o escudo que amorteceria os choques resultantes da perseguição da esposa, as brigas e desentendimentos entre os irmãos, além do comportamento do mais velho que, mimado pela mãe, começava, às escondidas uma vida de desregramentos e orgias. CAUSA - Desventuras atuais começaram duas existências antes, quando levando uma vida nômade, conhece numa vila de pescadores na Noruega, uma órfã com a qual passa a conviver por dois anos, até abandoná-la no Porto de Marselha, já em estado de gestação. Na encarnação seguinte, nos Estados Unidos, em meio a muitas dificuldades, forma-se médico, casando-se com a mesma que lhe fora esposa na vida anterior, tendo iniciadas as torturas após o consórcio, com a cisma exacerbada da mulher abandonada no passado até que ela foge com outro, levando a filha resultante de sua união com ele. Combalido, sentindo-se o maior dos sofredores, envolveu-se no tráfico de entorpecentes, integrando-se de corpo e alma no comércio de tóxicos. Rebelando-se um dia por questões comerciais, foi apunhalado por um dos comparsas, morrendo em consequência dos ferimentos. A esposa de hoje é a mesma de ontem; o primeiro filho, aquele com que a esposa o abandonara na vida pregressa, o segundo, o que o prostrara a punhaladas e a filha, aquela que não conhecera quando abandonou a mãe em Marselha e que havia, na vida seguinte, trabalhado como enfermeira auxiliar no hospital em que clinicara nos Estados Unidos e que o assistiu no momento da morte.  2- EFEITO - Mulher, casada há 5 anos, uma filha de 3 anos e grávida do segundo filho, família acrescida de uma tia muito ligada ao casal. Em meio a gestação, passou a revelar irritabilidade com seu estado, desassossego, alimentando-se pouco e padecendo insônia. Sintomas foram se acentuando a ponto dos médicos cogitarem do aborto. Melhoras no final da gravidez, com as crises recrudescendo após o nascimento da criança, repudiada pela mãe que, ante a presença ou choro do bebê, entrava em acessos de fúria, prantos, risos, alucinações, frases incoerentes, sem sentido. Internada, demonstrava alegria quando o leite era posto fora e, mais à frente, maior contentamento ante a afirmativa de que em poucos dias, o leite desapareceria de todo. Tendo alta, impôs, para sua volta, a condição de só retornar ao lar, se a criança fosse morar com a tia. CAUSA - Reflexo de quatro existências antes, na Inglaterra, onde a mãe de hoje, esposa má, orgulhosa e intimamente insatisfeita por ser casada com homem já de idade, que a impossibilitava de usufruir de vida mais livre alegre. O marido atual, era o mesmo de então, poderoso senhor de ricas terras. A filha com 4 anos presumíveis (a mesma de hoje) entregue aos cuidados de velha aia, viúva, que por sua vez, possuía um filho de 8 anos, menino de cavalariça. Numa bela manhã, um acidente mudaria suas histórias, pois, a criança, escapando da vigilância da aia, caiu num precipício, vindo a falecer. Vendo a filha irreconhecível, a mãe mandou chicotear até a morte a pajem e, o filho, correndo em auxílio da mãe, além de chicoteado, foi expulso das terras, passando a sofrer imensamente, vagando sem rumo, até desencarnar pouco tempo depois.  Na encarnação seguinte, na Áustria, a castelã, casou-se com rico proprietário de casas de diversão gozando de todo luxo e conforto. Começou, no entanto, no Palácio em que vivia a dar sinais de desequilíbrio nervoso. Cercada de cuidados médicos e serviçais, sofreu durante muito tempo as então chamadas “crises demoníacas” resultantes da visão do menino das  antigas cavalariças, e, mais tarde da sua mãe, a ex-ama.  Na terceira encarnação, ressurgem todos na França, para que fossem ressarcidas faltas passadas. Ela, viúva, e a filha. O ex-marido, viúvo, pai do antigo menino das cavalariças.(Visite o canal  Luiz Armando – canal do YouTube



terça-feira, 25 de outubro de 2016

QUEM FEZ O ESPIRITISMO?

A História da Humanidade constitui-se de descobertas ou revelações que requerem anos e até séculos para que possam ser incorporadas pelo inconsciente coletivo. Contando pouco mais de meio século, esbarrando na resistência da intolerância religiosa e da ignorância, nos atavismos individuais, avança em meio às confusões derivadas da falta de maior conhecimento e estudo de suas obras básicas. Allan Kardec no número de abril de 1866 da REVISTA ESPÍRITA, incluiu material de sua autoria que nos ajuda a entender melhor a proposta revolucionária de que foi o grande Codificador. Escreve: - Quem fez o Espiritismo? É uma concepção humana pessoal?  O Espiritismo é o resultado do ensino dos Espíritos, de tal sorte que, sem as comunicações dos Espíritos, não haveria Espiritismo. Se a Doutrina Espírita fosse uma simples teoria filosófica nascida de um cérebro humano, não teria senão o valor de uma opinião pessoal; saída da universalidade do ensino dos Espíritos, tem o valor de uma obra coletiva, e é por isto mesmo que em tão pouco tempo ela se propagou por toda a Terra, cada um recebendo por si mesmo, ou por suas relações íntimas, instruções idênticas e a prova da realidade das manifestações. Pois bem! é em presença deste resultado patente, material, que se tenta erigir em sistema a inutilidade das comunicações dos Espíritos. Convenhamos que se elas não tivessem a popularidade que adquiriram, não as atacariam, e que é a prodigiosa vulgarização dessas ideias que suscita tantos adversários ao Espiritismo. Os que hoje rejeitam as comunicações não se assemelham a essas crianças ingratas que negam e desprezam os pais? Não é a ingratidão para com os Espíritos, a quem devem o que sabem? Não é servir-se do que eles ensinaram para os combater, voltar contra eles, contra seus próprios pais, as armas que nos deram? Entre os Espíritos que se manifestam não está o Espírito de um pai, de uma mãe, dos seres que nos são mais caros, dos quais se recebem essas tocantes instruções que vão diretamente ao coração? Não é a eles que devemos ter sido arrancados da incredulidade, das torturas da dúvida sobre o futuro? E é quando se goza do benefício que se desconhece a mão do benfeitor? Que dizer dos que, tomando sua opinião pela de todo o mundo, afirmam seriamente que, agora, não querem comunicações em parte alguma? Estranha ilusão! que um olhar lançado em torno deles baste para fazer desvanecer-se. Por seu lado, que devem pensar os Espíritos que assistem às reuniões onde se discute se se devem condescender em os escutar, ou se se deve, ou não, excepcionalmente, permitir-lhes a palavra para agradar os que têm a fraqueza de se prenderem às suas instruções? Sem dúvida lá se acham Espíritos ante os quais se cairia de joelhos se, nesse momento, eles se apresentassem à vista. Já pensaram no preço que podia ser pago por tal ingratidão? Tendo os Espíritos a liberdade de comunicar-se, independentemente do seu grau de saber, resulta que há uma grande diversidade no valor das comunicações, como nos escritos, num povo onde todo mundo tem a liberdade de escrever e onde, por certo, nem todas as produções literárias são obras-primas. Segundo as qualidades individuais dos Espíritos, há, pois, comunicações boas pelo fundo e pela forma; outras que são boas pelo fundo e más pela forma; outras, enfim, que nada valem, nem pelo fundo, nem pela forma. Cabe-nos escolher. Rejeitá-las em bloco, porque algumas são más, não seria mais racional do que proscrever todas as publicações, só porque há escritores que produzem banalidades? Os melhores escritores, os maiores gênios, não têm partes fracas em suas obras? Não se fazem seleções do que produzem de melhor? Façamos o mesmo em relação às produções dos Espíritos; aproveitemos o que há de bom e rejeitemos o que é mau; mas, para arrancar o joio, não arranquemos o bom grão. Consideremos, pois, o mundo dos Espíritos como uma réplica do mundo corporal, como uma fração da Humanidade, e digamos que não devemos desdenhar de ouvi-los, agora que estão desencarnados, pois não o teríamos feito quando encarnados; estão sempre em nosso meio, como outrora; apenas estão atrás da cortina, e não à frente: eis toda a diferença. Mas, perguntarão, qual o alcance do ensino dos Espíritos, mesmo no que há de bom, se não ultrapassa o que os homens podem saber por si mesmos? É bem certo que não nos ensinam mais nada? No seu estado de Espírito não veem o que não podemos ver? Sem eles, conheceríamos seu estado, sua maneira de ser, suas sensações? Conheceríamos, como hoje conhecemos, esse mundo onde talvez estejamos amanhã? Se esse mundo não tem para nós os mesmos terrores, se encaramos sem pavor a passagem que a ele conduz, não é a eles que o devemos? Esse mundo está completamente explorado? Diariamente ele não nos revela uma nova face? e nada é saber aonde se vai e o que se pode ser ao sair daqui? Outrora lá entrávamos tateando e estremecendo, como num abismo sem fundo; agora esse abismo é resplandecente de luz e nele se entra contente. E ainda ousam dizer que o Espiritismo nada nos ensinou?. Sem dúvida, o ensino dos Espíritos tem seus limites. Só se lhe deve pedir o que pode dar, o que está na sua essência, no seu objetivo providencial, e ele dá muito a quem sabe buscar. Mas, tal como é, já fizemos todas as suas aplicações? Antes de lhe pedir mais, sondamos as profundezas dos horizontes que nos descortina? Quanto ao seu alcance, ele se afirma por um fato material, patente, gigantesco, inaudito nos fastos da História: é que apenas em sua aurora, já revoluciona o mundo e abala as forças da Terra. Que homem teria tal poder? O Espiritismo contribui para a reforma da Humanidade pela caridade. Não é, pois, de admirar que os Espíritos preguem a caridade sem cessar; eles a pregarão ainda por muito tempo, enquanto ela não houver extirpado o egoísmo e o orgulho do coração dos homens. (Visite o canal  Luiz Armando – canal do YouTube  /  Conheça também  Luiz Armando - Preces)

domingo, 23 de outubro de 2016

QUEM ACREDITARIA?

Político, Industrial e Administrador de méritos indiscutíveis, recentemente desencarnado, levado por Amigos Espirituais que lhe acompanhavam a recuperação necessária a reunião de tratamento espiritual, mostrava-se enfermiço e indisposto. A breve tempo, retemperado e fortalecido, retornou à instituição relatando suas impressões do sucedido nas horas que se seguiram  à sua inesperada morte., revelando que o “A cada um conforme as próprias obras” é regra a que todos se subemetem.  Identificado apenas pela letra G. por razões compreensíveis oferece elementos para nossas reflexões. De seu depoimento destacamos alguns trechos: - “Não admitia que o sepulcro me requisitasse tão apressadamente à meditação. A angina, porém, espreitava-me, vigilante, e fulminou-me sem que eu pudesse lutar. Recordo-me de haver sido arremessado a uma espécie de sono que me não furtava a consciência e a lucidez, embora me aniquilasse a os movimentos. Incapaz de falar, ouvi os gritos dos meus e senti que mãos amigas me tateavam o peito, tentando debalde restituir-me a respiração. Não posso precisar quantos minutos gastei na vertigem que me tomara de assalto, até que, em minha aflição por despertar, notei que a forma inerte me retomava a si, que minh’alma entontecida regressava ao corpo pesado; no entanto, espessa cortina de sombra parecia incorporar-se agora entre os meus afeiçoados e a minha palavra ressoante, que ninguém atendia... Inexplicavelmente assombrado, em vão pedia socorro, mas acabei por resignar-me à ideia de que estava sendo vítima de estranho pesadelo, prestes a terminar. Ainda assim, amedrontava-me a ausência de vitalidade e calor a que me via sentenciado. Após alguns minutos de pavoroso conflito, que a palavra terrestre não consegue determinar, tive a impressão de que me aplicavam sacos de gelo aos pés. Por mais verberasse contra semelhante medicação, o frio alcançava-me todo o corpo, até que não pude mais... Aquilo valia por expulsão em regra. Procurei libertar-me e vi-me fora do leito, leve e ágil, pensando, ouvindo e vendo... Contudo, buscando afastar-me, reparei que um fio tênue de névoa branquicenta ligava minha cabeça móvel à minha cabeça inerte. Indiscutivelmente delirava, no entanto aquele sonho me dividia em duas personalidades distintas, não obstante guardar a noção perfeita de minha identidade. Apavorado, não conseguia maior afastamento da câmara íntima, reconhecendo, inquieto, que me vestiam caprichosamente a estátua de carne, a enregelar-se. Dominava-me indizível receio. Sensações de terror neutralizavam-me o raciocínio. Mesmo assim, concentrei minhas forças na resistência. Retomaria o corpo. Lutaria por reaver-me. O delíquio inesperado teria fim. Contudo, escoavam-se as horas e, não obstante contrariado, vi-me exposto à visitação pública. Mas oh! irrisão de meu novo caminho!... Eu, que me sentia singularmente repartido, observei que todas as pessoas com acesso ao recinto, diante de mim, revelavam-se divididas em identidade de circunstâncias, porque, sem poder explicar o fenômeno, lhes escutava as palavras faladas e as palavras imaginadas. Muitas diziam aos meus familiares em pranto: - Meus pêsames! Perdemos um grande amigo... E o pensamento se lhes esguichava na cabeça, atingindo-me como inexprimível jato de força elétrica, acentuando: - “não tenho pesar algum, este homem deveria realmente morrer...” Outras se enlaçavam aos amigos, e diziam com a boca: - Meus sentimentos! O doutor G. morreu moço, muito moço. E acrescentavam, refletindo: - “morreu tarde, ainda bem que morreu...Velhaco! deixou uma fortuna considerável... deve ter roubado excessivamente...” Outras, ainda, comentavam junto à carcaça morta: - Homem probo, homem justo!... E falavam de si para consigo: - “político ladrão e sem palavra! Que a terra lhe seja leve e que o inferno o proteja!...” Via-me salteado por interminável projeção de espinhos invisíveis a me espicaçarem o coração. Torturado de vergonha, não sabia onde esconder-me. Ainda assim, quisera protestar quanto às reprovações que me pareceram descabidas. Realmente não fora o homem que deveria ter sido, no entanto, até ali, vivera como o trabalhador interessado em quitar-se com os seus compromissos. Não seria falta de caridade atacarem-me, assim, quando plenamente inabilitado a qualquer defensiva? Por muito tempo, perdurava a conturbação, até que encontrei algum alívio... Muitas crianças das escolas, que eu tanto desejaria ter ajudado, oravam agora junto de mim. Velhos empregados das empresas em que eu transitara, e de cuja existência não cogitara com maior interesse, vinham trazer-me respeitosamente, com lágrimas nos olhos, a prece e o carinho de sincera emoção. Antigos funcionários, fatigados e humildes, aos quais estimara de longe, ofertavam-me pensamentos de amor. Alguns poucos amigos envolveram-me em pensamentos de paz. Aquietei-me, resignado. Doce bálsamo de reconhecimento acalmou-me a aflição e pude chorar, enfim... (...) Acompanhei o cortejo triste, cauteloso e desapontado. A vizinhança do cemitério abalava a escassa confiança que passara a sustentar em mim mesmo. O largo portão aberto, a contemplação dos túmulos à entrada e a multidão que me seguia, compacta, faziam-me estarrecer. Senti-me fraquejar. Clamei debalde por socorro, até que, com os primeiros punhados de terra atirados sobre o esquife, caí na sepultura acolhedora, sem qualquer noção de mim mesmo. Apagara-se o conflito. Tudo era agora letargo, abatimento, exaustão... Por vários dias repousei, até que, ao clarão da verdade, reconheci que as tarefas do industrial e político haviam chegado a termo. Antigas afeições surgiram, amparando-me a luta nova e, desse modo, voltou à condição do servidor anônimo o homem que talvez indebitamente se elevara no mundo aos postos de diretiva”. A integra desta mensagem pode ser lida na obra VOZES DO GRANDE ALÉM, reunindo psicofonias de Chico Xavier, publicado pela FEB. (Visite o canal  Luiz Armando – canal do YouTube  /  Conheça também  Luiz Armando - Preces)

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

LÉON DENIS E OS EVANGELHOS

Contando 11 anos quando do surgimento do Espiritismo,  Léon Denis conheceu O LIVRO DOS ESPÍRITOS aos 18 e Allan Kardec, aos 21 quando o Codificador fez uma palestra na cidade de Tours, onde viveu dos 16 até sua morte aos 81 de idade. Apontado como reencarnação do inglês John Wycliffe, teólogo, professor de seminário, primeiro tradutor da Biblia para o inglês e dissidente influente do sacerdócio católico no século 14, considerado um dos inspiradores da Reforma. Foi professor de Jeronimo de Praga, grande amigo de Jan Hus (Allan Kardec em encarnação anterior) sacerdote queimado na fogueira por suas posições contestadoras da Igreja para a qual trabalhava.  Reconhecido por suas obras enfocando o aspecto filosófico da Doutrina Espírita, lançou em 1898 a obra CRISTIANISMO E ESPIRITISMO, na qual analisou a identidade das duas propostas. Dela algumas notas sobre os chamados Evangelhos Canônicos de extrema importância para os que ainda se prendem “à letra que mata”: -“Quanto à sua verdadeira origem, admitindo que os Evangelhos canônicos sejam obra dos autores de que trazem os nomes, é preciso notar que dois dentre eles, Marcos e Lucas, se limitaram a transcrever o que lhes fora dito pelos discípulos. Os outros dois, Mateus e João, conviveram com Jesus e recolheram os seus ensinos. Os seus Evangelhos, porém, não foram escritos senão quarenta e sessenta anos depois da morte do Mestre. A seguinte passagem de Mateus (XXIII, 35) - a menos que se trate de uma interpolação bem verossímil - prova que essa obra é posterior à tomada de Jerusalém (ano 70). Jesus dirige esta veemente apóstrofe aos fariseus: "Para que venha sobre vós todo o sangue inocente que se tem derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel "até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que vós matastes entre o templo e o altar". Ora, segundo todos os historiadores e, em particular, segundo Flávius Josefo, esse assassínio foi praticado no ano 67, ou sejam trinta e quatro anos depois da morte de Jesus. Se atribue ao Cristo a menção de um fato que ele não pudera conhecer, ao que se não terão animado acerca de outros pontos?! Os Evangelhos não estão concordes sobre os fatos mais notáveis atribuídos a Jesus. Assim, cada um deles refere de modo diferente as suas derradeiras palavras. Segundo Mateus c Marcos, teriam sido: "Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?" Conforme Lucas, o Cristo, ao expirar, teria dito: "Pai, nas tuas mãos encomendo o meu espírito expressivo testemunho do amor filial que o unia a Deus. João, finalmente, põe na sua boca estas palavras: `Tudo está cumprido. O mesmo se verifica relativamente à primeira aparição de Jesus: ainda nisso os evangelistas não estão de acordo. Mateus fala de duas mulheres que, juntas, o teriam visto. No dizer de Lucas, foi aos dois discípulos que se dirigiam para Emaús que em primeiro lugar o Cristo se mostrou. Marcos e João assinalam unicamente Maria Madalena como testemunha de sua primeira aparição. Notemos ainda uma divergência acerca da Ascensão: Mateus e João, os únicos companheiros de Jesus que escreveram sobre a sua vida, dela não falam. Marcos a indica em Jerusalém (XVI, 14,19), e Lucas declara que ela teve lugar na Betânia (XXIV, 50, 51), no próprio dia da ressurreição, ao passo que os Atos dos Apóstolos dizem ter sido quarenta dias depois (Atos, 1, 3). Por outro lado, é evidente que o último capítulo do evangelho de João não é do mesmo autor do resto da obra”. Este terminava primitivamente no versículo 31 do cap. XX, e o primeiro versículo que se lhe segue indica um acréscimo. (...) Falamos do grande número de Evangelhos apócrifos. Deles contava Fabrício trinta e cinco. Esses evangelhos, hoje desprezados, não eram, entretanto, destituídos de valor aos olhos da Igreja, pois que num deles diz Nicodemos que ela vai buscar a crença na descida de Jesus aos infernos, crença imposta a toda a cristandade pelo símbolo do concílio de Nicéia, e de que não fala nenhum dos Evangelhos canônicos. Em resumo, segundo A. Sabatier, decano da Faculdade de Teologia Protestante de Paris (144), os manuscritos originais dos Evangelhos desapareceram, sem deixar nenhum vestígio certo na História. Foram provavelmente destruídos por ocasião da proscrição geral dos livros cristãos, ordenada pelo imperador Diocleciano (edito imperial de 303). Os escritos sagrados que escaparam à destruição não são, por conseguinte, senão cópias. Primitivamente, não tinham pontuação esses escritos, mas, em tempo, foram divididos em perícopes, para comodidade da leitura em público - divisões às vezes arbitrárias e diferentes entre si. A divisão atual apareceu pela primeira vez na edição de 1551. Apesar de todos os seus esforços, o que a crítica pôde cientificamente estabelecer de mais antigo foram os textos dos séculos V e IV. Não pôde remontar mais longe senão por conjeturas sempre sujeitas à discussão. Orígenes já se queixava amargamente do estado dos manuscritos no seu tempo. Irineu refere que populações inteiras acreditavam em Jesus sem a intervenção do papel e da tinta. Não se escreveu imediatamente, porque era esperada a volta do Cristo. (Visite o canal  Luiz Armando – canal do YouTube  /  Conheça também  Luiz Armando - Preces)

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

FLUIDO CURADOR: LIMITE, VARIEDADE E FORMA DE ATUAÇÃO


O interesse crescente pelas chamadas curas mediúnicas sugere uma revisão ou mesmo acesso aos conhecimentos oferecidos pelo Espiritismo sobre o assunto. Aspectos, por exemplo, como o limite da ação dos fluidos, a variedade da qualidade dos mesmos, sua atuação como agente terapêutico. No número de novembro de 1866 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec inclui matéria comentando a questão. Escreve ele: -“Há uma diferença radical entre os médiuns curadores e os que obtêm prescrições médicas da parte dos Espíritos. Estes não diferem em nada dos médiuns escreventes comuns, a não ser pela especialidade das comunicações. Os primeiros curam só pela ação fluídica, em mais ou menos tempo, às vezes instantaneamente, sem o emprego de qualquer remédio. O poder curativo está todo inteiro no fluido depurado a que servem de condutores. A teoria deste fenômeno foi suficientemente explicada para provar que entra na ordem das leis naturais, e que nada tem de miraculoso. É o produto de uma aptidão especial, tão independente da vontade quanto todas as outras faculdades mediúnicas; não é um talento que se possa adquirir; não se faz um médium curador como se faz um médico. A aptidão para curar é inerente ao médium, mas o exercício da faculdade não tem lugar senão com o concurso dos Espíritos; donde se segue que se os Espíritos não querem, ou não querem mais se servir dele, é como um instrumento sem músico, e nada obtém. Pode, pois, perder instantaneamente a sua faculdade, o que exclui a possibilidade de dela fazer uma profissão. Outro ponto a considerar, é que sendo esta faculdade fundada em leis naturais, tem limites traçados por essas mesmas leis. Compreende-se que a ação fluídica possa dar sensibilidade a um órgão existente, fazer dissolver e desaparecer um obstáculo ao movimento e à percepção, cicatrizar uma ferida, porque, então, o fluido se torna um verdadeiro agente terapêutico; mas é evidente que não pode remediar a ausência ou a destruição de um órgão, o que seria verdadeiro milagre. Assim, a vista poderá ser restituída a um cego por amaurose, oftalmia, belida ou catarata, mas não aos que tiverem os olhos furados. Há, pois, doenças incuráveis por natureza, e seria ilusão crer que a mediunidade curadora fosse livrar a Humanidade de todas as suas enfermidades. Além disso, é preciso levar em conta a variedade de nuanças apresentada por esta faculdade, que está longe de ser uniforme em todos que a possuem. Ela se apresenta sob aspectos muito diversos. Em razão do grau de desenvolvimento do poder, a ação é mais ou menos rápida, extensa ou circunscrita. Em dadas circunstâncias, tal médium triunfa sobre determinadas doenças em certas pessoas, mas falha por completo em casos aparentemente idênticos. Parece mesmo que nalguns a faculdade curadora se estende aos animais. Neste fenômeno se opera uma verdadeira reação química, análoga à produzida pelos medicamentos. Atuando o fluido como agente terapêutico, sua ação varia segundo as propriedades que recebe das qualidades do fluido pessoal do médium. Ora, em razão do temperamento e da constituição deste último, o fluido está impregnado de elementos diversos, que lhe dão propriedades especiais. Pode ser, para nos servirmos de comparações materiais, mais ou menos carregado de eletricidade animal, de princípios ácidos ou alcalinos, ferruginosos, sulfurosos, dissolventes, adstringentes, cáusticos, etc. Daí resulta uma ação diferente, conforme a natureza da desordem orgânica; esta ação pode, pois, ser enérgica, muito poderosa em certos casos e nula em outros. É assim que os médiuns curadores podem ter especialidades: este curará as dores ou endireitará um membro, mas não dará a vista a um cego, e reciprocamente. Só a experiência pode dar a conhecer a especialidade e a extensão da aptidão; mas, em princípio, pode-se dizer que não há médiuns curadores universais, em virtude de não haver homens perfeitos na Terra, e cujo poder seja ilimitado”. (Visite o canal  Luiz Armando – canal do YouTube  /  Conheça também  Luiz Armando - Preces)



segunda-feira, 17 de outubro de 2016

A VIDA NÃO TERMINA

As estatísticas são assustadoras no que se refere a vitimas gravemente lesionadas ou fatais dos acidentes com moto. No importante acervo constituído pelas mensagens psicografadas pelo médium Chico Xavier, incluem-se várias atestando a sobrevivência após o chamado óbito em nossa realidade. Dentre estas, destacamos uma que, na verdade, começou a ser escrita no dia 5 de janeiro de 1985. Envolve a família Cargnelutti, que aproveitava a folga do final e, início de ano, para desfrutar das belezas da cidade praiana de Santos, juntamente com membros de sua constelação familiar, num total de 13 pessoas. A única exceção era o filho Adilson, então com 25 anos, que não pudera afastar-se dos compromissos profissionais que o prendiam a São Paulo.  Naquele dia 5, porém, por volta das 19h40, um telefonema para a casa vizinha, mudaria drasticamente o clima de descontração e alegria que envolvia a todos. Tal ligação, atendida por um amigo da família presente dava conta que, ao dirigir-se para um cinema em sua moto com a namorada, Adilson chocara-se com um caminhão coletor de lixo que, em marcha a ré não se apercebeu da aproximação do veículo, ganhou rapidamente o centro da rua, provocando a colisão.  Socorridos os acidentados no Hospital São Caetano, a moça salvou-se. Adilson, contudo, veio a falecer em consequência das lesões sofridas. A angústia e o desespero levaram meses depois seus pais a conhecerem o casal Lagorga, que os conduziu ao Grupo Espírita IDEAL, no bairro do Ipiranga, capital paulista, onde através de dirigentes avistaram-se 8 meses depois com Chico Xavier, em Uberaba. Assim, no dia 30 de agosto de 1985, Adilson comunicou-se com os pais, restituindo-lhes parte da paz e da tranquilidade perdidas naquele fatídico 5 de janeiro. Da carta que escreveu destacamos esclarecedor trecho que confirma várias revelações oferecidas pelo Espiritismo sobre a vida após a morte: -“Papai querido, venho pedir-lhe conformação e serenidade. Não acredite que eu esteja parado no tanque das lágrimas. A princípio, as minhas dificuldades foram enormes, porque fui colhido de impacto com a Silvinha e temi pela sorte dela, em me reconhecendo estatelado no chão. Não consegui verificar qualquer problema posterior ao atrito das ferragens que me estragaram a moto, porque em meu cérebro sentia-me incapaz de qualquer iniciativa para certificar-me quanto ao acontecimento. Lembrei as preces que minha mãe Assumpta me ensinara na infância e, muito embora minha fé insegura, cedi ao sono que me venceu totalmente. Via-me como num sonho infeliz e sofria na penumbra mental a que me recolhera sem querer. Por fim, desci as escadarias simbólicas do sono profundo e perdi-me na inconsciência. (...)  Foi muito grande a minha surpresa quando despertei junto de duas senhoras que interpretei por enfermeiras da casa de saúde e socorro em que, decerto, me haviam internado. Mais algum tempo e vim a saber toda a verdade, com o choro de um menino grande a me tomar as palavras que em vão procurava dizer. A senhora que me tratava carinhosamente me solicitou com bondade chamá-la por vovó Maria Cargnelutti e a outra se declarou amiga da família a cooperar no reajuste de minhas forças, afirmando chamar-se igualmente Assumpta. Os dias correram sobre os dias quando chegou o momento em que vi a querida vovó Iracema diante de mim. Uma alegria inexplicável me nasceu do íntimo e transferi-me da tristeza para a esperança. Papai Wilson, acredito que o seu carinho possa imaginar a emoção renovadora que me dominou por inteiro, diante da Vó Iracema que me falava da Bondade de Deus, afirmando-me que o senhor e minha mãe ficariam reconfortados com a minha aceitação, sem ressentimento, de quanto me acontecera. Admiti que ela assim se expressava ao ler os meus pensamentos de vinagre e fogo contra o motorista que me cortara os sonhos e aspirações. Minhas ideias se renovaram e aqui estou diante de sua bondade e da bondade da mamãe, com a alegria de lhes comunicar que com o tempo me vi unido a outros familiares queridos e aqui estão comigo a Vó Iracema, a tia Vilma e o vovô Angelim para lhes dizer tão alto quanto se possa pedir som e altura às letras silenciosas, que a vida não termina na perda do corpo físico e que a todos nos cabe confiar em Deus que não nos criaria a fim de separar-nos para sempre”. Busca orientações seguras para viver melhor? Assista https://www.youtube.com/watch?v=oSycLi-WkWU
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sábado, 15 de outubro de 2016

SOBRE AS REALIDADES DO MUNDO ESPIRITUAL

Nome pouco conhecido mesmo entre os seguidores do Espiritismo, Abel Gomes em sua ultima encarnação na nossa Dimensão concluída em 1934, foi professor, jornalista, cronista e poeta mineiro. Sua passagem pelo corpo físico foi marcada por dificuldades, sobretudo, no que se refere a progressivas restrições físicas a partir da meia idade, constituindo-se suas reações diante das ocorrências em exemplos de um verdadeiro espírita cristão. Anos depois de sua passagem para o Plano Espiritual, retornou através de Chico Xavier descrevendo a realidade observada no Mundo que nos cerca, acrescentando mais elementos ao trazido pelos Espíritos Maria João de Deus e André Luiz. Entre outras coisas diz: As inteligências aqui se agrupam segundo os impositivos da afinidade, vale dizer, consoante a onda mental, ou frequência vibratória, em que se encontram. Tenho visitado vastas colônias representativas de civilizações há muito tempo extintas para a observação terrestre. Costumes, artes e fenômenos linguísticos podem ser estudados, com admiráveis minudências, nas raízes que os produziram no tempo. A alma liberta adianta-se sem apego à retaguarda, esquecendo antigas fórmulas, como o pinto que estraçalha e olvida o ovo em que nasceu, abandonando o envoltório inútil e construtor em busca do oxigênio livre e do largo horizonte, na consolidação das suas asas; em contraposição, existem milhões de Espíritos, apaixonados pela forma, que se obstinam naquelas colônias, por muito tempo, até que abalos afetivos ou consciências os constranjam à frente ou ao renascimento no campo físico. Cada tipo de mente vive na dimensão com que se harmonize. Não há surpresa para a ciência comum, neste n, porquanto, mesmo na Terra, muitas vezes, numa só área reduzida vivem o cristal e a árvore, a ameba e o pulgão, o peixe e o batráquio, o réptil e a formiga, o cão e a ave, o homem rude e o homem civilizado, respirando o mesmo oxigênio, alimentando-se de elementos químicos idênticos, e cada qual em mundo à parte. Além daqueles que sofrem deformidades psíquicas deploráveis, manifestadas no tecido sutil do corpo espiritual, não é difícil encontrarmos personalidades diversas, sem a capa física, vivendo mentalmente em épocas distanciadas. Habitualmente se reúnem àqueles que lhes comungam as ideias e as lembranças, formando com recordações estagnadas a moldura nevoenta dos quadros íntimos em que vivem, a plasmarem paisagem muito semelhantes às que o grande vidente florentino descreveu na Divina Comédia. Há infernos purgatórios de muitas categorias. Correspondem à forma de pesadelo ou de remorso que a alma criou para si mesma. Tais organizações, que obedecem à densidade mental dos seres que as compõem, são compreensíveis e justas. Onde há milhares de criaturas humanas, clamando contra si mesmas, chocadas pelas imagens e gritos da consciência, criando quadros aflitivos e dolorosos, o pavor e o sofrimento fazem domicílio. Aqui, as leis magnéticas se exprimem de maneira positiva e simples. Aí, no mundo, vemos inúmeras pessoas com presença imaginária nos lugares a que comparecem. Na verdade apenas se encontram em determinada parte sob o ponto de vista físico; a mente, com a quase totalidade de suas forças, vagueia longe. Depois da morte, porém, livre de certos princípios de gravitação que atuam, na experiência carnal, contra a fácil exteriorização do desejo, a criatura alia-se ao objeto de suas paixões. Assim é que surpreendemos entidades fortemente ligadas umas às outras, através de fios magnéticos, nos mais escuros vales de padecimento regenerativo, expiando o ódio que as acumpliciaram no vício ou no crime. Outras, que perseveram no remorso pelos delitos praticados, improvisam, elas mesmas, com as faculdades criadoras da imaginação, os instrumentos de castigo dos quais se sentem merecedoras. Antigo sertanejo de minha zona, que impunha serviço sacrificial aos seus empregados de campo, mais por ambição de lucro fácil na exploração intensiva da terra que por amor no trabalho, deixou recheados cofres aos filhos e netos; mas, transportando à esfera imediata e ouvindo grande número de vozes que o acusavam, tomou-se de tão grande arrependimento e de tão viva compunção, que plasmou, ele mesmo, uma enxada gigantesca, agrilhoando-a às próprias mãos, com a qual atravessou longos anos de serviço, em comunhão com espíritos primitivos da Natureza, punindo-se e aprendendo o preço do abuso na autoridade. Orgulhosa dama, que conheci pessoalmente e quem humilde e honrada família deve a morte de nobre mulher, vitimada pela calúnia, em desencarnando e conhecendo a extensão do mal que causara, adquiriu para si o suplício da vítima, por intermédio do remorso profundo em que se mergulhou, estacionando por mais de dois lustros em sofrimento indescritível. A matéria mental, energia cuja existência mal começamos a perceber, obedece a impulsos da consciência mais do que possamos calcular. (Visite o canal  Luiz Armando – canal do YouTube  /  Conheça também  Luiz Armando - Preces)

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

INFLUÊNCIA ESPIRITUAL: LIMITES

Quando afirma ser fato natural, real e comum a influência exercida pelos Espíritos desencarnados sobre o pensamento dos encarnados, o Espiritismo explica que tais ocorrências esbarram em limites também naturais. Mostrando que nossas criações mentais funcionam como um imã atraindo forças condizentes com o teor delas, previne que a fixação mental em determinados aspectos pode resultar em complexos quadros obsessivos que, por sua vez, resultam até em doenças físicas de difícil diagnóstico e tratamento. A mensagem a seguir publicada na edição de agosto de 1867 da REVISTA ESPÍRITA amplia um pouco essa visão. A autoria é de um Espírito chamado Louis Nivard. Diz ele: -“Se os homens só tivessem as ideias que os Espíritos lhes inspiram, teriam pouca responsabilidade e pouco mérito; só teriam a responsabilidade de haver escutado maus conselhos, ou o mérito de ter seguido os bons. Ora, esta responsabilidade e este mérito evidentemente seriam menores do que se fossem o inteiro resultado do livre-arbítrio, isto é, de atos realizados na plenitude do exercício das faculdades do Espírito, que, neste caso, age sem qualquer solicitação. Resulta do que digo que muitas vezes os homens têm pensamentos que lhes são essencialmente próprios, e que os cálculos a que se entregam, os raciocínios que fazem, as conclusões a que chegam são o resultado do exercício intelectual, do mesmo modo que o trabalho manual é o resultado do exercício corporal. Daí não se deveria concluir que o homem não fosse assistido em seus pensamentos e em seus atos pelos Espíritos que o cercam; muito ao contrário; os Espíritos, sejam benevolentes, sejam malévolos, muitas vezes são a causa provocadora dos vossos atos e pensamentos; mas ignorais completamente em que circunstâncias se produz essa influência, de sorte que, agindo, pensais fazê-lo em virtude de vosso próprio movimento: vosso livre-arbítrio fica intacto; não há diferença entre os atos que realizais sem serdes a eles impelidos, e os que realizais sob a influência dos Espíritos, senão no grau do mérito ou da responsabilidade. Num e noutro caso, a responsabilidade e o mérito existem, mas, repito, não existem no mesmo grau. Creio que esse princípio que enuncio não precisa de demonstração; para o provar, bastar-me-á fazer uma comparação no que existe entre vós. Se um homem cometeu um crime, e o fez seduzido pelos conselhos perigosos de outro homem que sobre ele exerce muita influência, a justiça humana saberá reconhecê-lo, concedendo-lhe o benefício das circunstâncias atenuantes; irá mais longe: punirá o homem cujos conselhos perniciosos provocaram o crime e, mesmo sem haver contribuído de outra maneira, este homem será mais severamente punido do que o que foi o instrumento, porque foi seu pensamento que concebeu o crime, e sua influência sobre um ser mais fraco que o fez executar. Pois bem! Se assim fazem os homens, diminuindo a responsabilidade do criminoso e a partilhando com o infame que o impeliu a cometer o crime, como quereríeis que Deus, que é a justiça mesma, não fizesse o mesmo, já que vossa razão vos diz que é justo agir assim? No que concerne ao mérito das boas ações, que eu disse ser menor se o homem tiver sido solicitado a praticá-las, é a contrapartida do que acabo de dizer a respeito da responsabilidade, e pode demonstrar-se invertendo a proposição. Assim, pois, quando te acontece refletir e passar tuas ideias de um a outro assunto; quando discutes mentalmente sobre os fatos que prevês ou que já se realizaram; quando analisas, quando raciocinas e quando julgas, não crês que sejam Espíritos que te ditam teus pensamentos ou que te dirigem; eles lá estão, perto de ti, e te escutam; veem com prazer esse exercício intelectual, ao qual te entregas; seu prazer é duplo, quando veem que tuas conclusões são conforme à verdade. Por vezes lhes acontece, evidentemente, que se misturem nesse exercício, quer para o facilitar, quer para dar ao Espírito alguns alimentos, ou lhe criar algumas dificuldades, a fim de tornar esta ginástica intelectual mais proveitosa a quem a pratica. Mas, em geral, o homem que busca, quando entregue às suas reflexões, quase sempre age só, sob o olhar vigilante de seu Espírito protetor, que intervém se o caso for bastante grave para tornar necessária a sua intervenção”. (Visite o canal  Luiz Armando – canal do YouTube  /  Conheça também  Luiz Armando - Preces)

terça-feira, 11 de outubro de 2016

PLANOS E SUB-PLANOS ESPIRITUAIS

A maneira analógica como interpretamos as informações oriundas do Mundo Espiritual através do relato dos Espíritos desencarnados, funciona em muitas situações como barreira para o entendimento dessas informações. Discorrendo sobre os Diferentes Estados do Espírito na Erraticidade no capítulo Há Muitas Moradas na Casa de Meu Pai n’O EVANGELHO  SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec diz que “independentemente da variedade dos mundos, estas palavras também podem ser entendidas como o estado feliz ou infeliz do Espírito na erraticidade, conforme seu grau de pureza e se ache liberto dos laços materiais, o ambiente onde se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que possua, podendo tudo isso variar ao infinito. Assim é que, se uns não podem se afastar dos locais onde viveram, outros se elevam e percorrem os espaços e os mundos”. Quando o Instrutor Aniceto do livro OS MENSAGEIROS comenta que ... há, outros mundos sutis, dentro dos mundos grosseiros, maravilhosas Esferas que se interpenetram”, explicando que “o olho humano sofre variadas limitações e todas as lentes físicas reunidas não conseguiriam surpreender o campo da alma, que rege o desenvolvimento das faculdades espirituais para tornar-se perceptível”. O exemplo oferecido pela história contada a seguir exemplifica bem isso. Surge da mensagem psicografada pelo empresário Hilário Sestini, três meses e meio após a sua morte causada por um enfarto do miocárdio aos 55 anos. Alheio às atividades religiosas, casado, pai de quatro filhos, com destacada atuação na comunidade em que residia, constituindo-se num exemplo de caráter reto e dedicado ao trabalho. Seu irmão Gérson ao ouvir Chico Xavier ler, ao final da reunião pública de 17 de julho de 1976, em Uberaba, MG, a mensagem escrita pelo Sr. Hilário, estranhou a referência a dois estabelecimentos desconhecidos na cidade em que  nasceram e  se criaram: São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Desenvolvendo obstinada busca em publicações históricas sobre a existência da farmácia e da Casa de Saúde citadas., localizou registros confirmando suas existências no início do século 20. Indagando em visita posterior a Chico sobre como era possível o irmão ter morrido na década de 70 e fazer citações sobre estabelecimentos há muito sucedidos por outras construções no local, ouviu dele: -“Os Amigos Espirituais costumam se referir a construções antigas que permanecem na retaguarda de construções atualizadas, até que as entidades ligadas a esses conjuntos habitacionais os abandonem por não mais necessitarem deles nos vínculos mentais que, de certo modo, os retém a determinadas paisagens do seu próprio pretérito”. Detalhando, entre outras coisas, o que se seguiu após o ataque cardíaco, o Sr Hilário conta: - Um mal súbito, sensação de asfixia. E, depois, o corre-corre de tanta gente procurando, debalde, uma solução para o problema que deixara de ser um enigma, a fim de que a resposta da vida aparecesse a mim, acima de qualquer dúvida sobre a morte. Posso dizer-lhes que não vou assim tão bem como desejaria, mas não me sinto, de qualquer modo, tão mal como no acontecimento imprevisto poderia parecer. Fui arrancado da experiência física ao modo de árvore sacudida até às raízes pelo vento forte. A tempestade havia de terminar como se desdobrou, ante os meus olhos assombrados. Estava morto e vivo. Ignoro se vocês entenderão isso na realidade fulminativa com que o assunto ainda me surpreende. Sempre ouvia as referências dos amigos espíritas, escutava avisos e anotações da mamãe e, efetivamente, categorizava os temas e informações que vocês me apresentavam qual se fosse pura alucinação. Faltava-me o pendor para ser um companheiro militante. Acreditava e não acreditava. E porque o tempo surgisse cada vez mais escasso, ia colocando de quarentena as verdades que me descobriram, quando poderia eu haver tido suficiente ponderação para descortiná-las antes do “clique” em que me vi apagado e reaceso. Penso que vocês possuem experiência bastante para imaginar com acerto o itinerário novo a que me vi atirado pelas circunstâncias. Creio-me, porém, na obrigação de afirmar-lhes que um sono pesado me selou as pálpebras, que não mais consegui reabrir. Ouvia as palavras da mamãe e dos familiares outros, mas em vão procurava discernir as vozes da querida Clery e dos nossos filhos. Foi um torpor invencível, como se estivesse repentinamente dopado por agentes de sedação, que me anulavam qualquer impulso para respostas positivas. Compreendi que uma força se me extinguia no corpo e tive a ideia de que os meus órgãos seriam pilhas elétricas que se vissem desligadas, uma por uma, à frente de um poder que não me cabia controlar. (...) Ah! Homem algum, criatura alguma na Terra, que não haja obtido experiências enormes pela meditação ou pela dor, conseguirá calcular o que seja essa energia prodigiosa da fé viva, atuando no coração, em momentos assim, quando nos vimos em trânsito de uma vida para outra! Senti-me novamente menino e lembrei minha mãe colocando-me as mãos postas em prece. Foi, assim, na condição de homem devolvido à condição de criança, que entrei na Vida Espiritual. (...) Era o alvorecer de um novo dia. Rio Preto dos meus primeiros dias, da década de 20, formava uma paisagem que reencontrava, rediviva e palpitante, no sentimento. Um amigo, que conhecia do tempo de garoto, o França, da Pharmacia Nossa Senhora do Carmo, em tempos transcorridos, me abraçou, enquanto meu avô Sestini me amparava. Acusava-me perplexo, doente. Receava fazer perguntas. Guardava o medo de readquirir a dor que me abatera, qual se fosse um calhau pontiagudo no peito, e os amigos me conduziram para a Casa de Saúde Santa Therezinha que reassumia a forma pela qual a conhecera na infância. Um leito alvo e um médico, que me disse ser companheiro de nosso estimado Dr. Marat Descartes Freire Gameiro, me cirurgiou o tórax. Estive alguns dias acamado”. A integra desta e outras mensagens poderá ser lida no livro VIDA NO ALÉM(Visite o canal  Luiz Armando – canal do YouTube  /  Conheça também  Luiz Armando - Preces)


domingo, 9 de outubro de 2016

CADERNO DE VIBRAÇÕES: EFEITO APENAS PSICOLÓGICO?

Pratica usual na grande maioria dos Centros Espíritas em funcionamento no Brasil, o chamado Caderno de Vibrações ou mesmo as urnas onde se colocam tiras de papel com anotações com pedidos em favor de frequentadores presentes ou não, sua eficácia é questionada pelos leigos ou mesmo por aqueles que ali incluem suas petições movidos por uma ‘fé cega’. Resultariam esses pedidos em algo concreto? A resposta pode ser localizada na segunda das obras da série NOSSO LAR. Nela o Espírito conhecido como André Luiz através de Chico Xavier, relata sua primeira incursão no nosso Plano na condição de observador das ações a atividades desenvolvidas por Espíritos especializados junto a Instituições organizadas inspiradas nas informações do Espiritismo. Num dos capítulos, descrevendo detalhes do que observa num dos núcleos visitados conta: -“Reparei que num ângulo da grande mesa havia numerosas indicações de receituário e assistência. Os mais variados nomes ali se enfileiravam. Muitas pessoas pediam conselhos médicos, orientação, assistência e passes. Quatro facultativos espirituais se moviam diligentes e, secundando-lhes o esforço humanitário, quarenta cooperadores diretos iam e vinham, recolhendo informações e enriquecendo pormenores.  Aproximamo-nos do grande número de papéis nominados e, enquanto curiosamente buscava examiná-los, ouviu dos Instrutor que acompanhava:  – Temos aqui a indicação das pessoas que se afirmam necessitadas de amparo e socorro imediato”. Naturalmente, questionou: - Pessoas que se afirmam necessitadas de amparo e socorro imediato recebem tudo quanto pedem? A resposta veio de imediato: -Recebem o que precisam. Muitos solicitam a cura do corpo, forçando os responsáveis pela recepção e análise dos pedidos a estudar até que ponto podem ser úteis, no particularismo dos seus desejos. Alguns reclamam orientações várias, obrigando a equilibrar-se a cooperação, de modo a lhes não tolher a liberdade individual.  A existência terrestre é um curso ativo de preparação espiritual e, quase sempre, não faltam na escola os alunos ociosos, que perdem o tempo ao invés de aproveitá-lo, ansiosos pelas realizações mentirosas do menor esforço.  Desse modo, no capítulo das orientações, a maior parte dos pedidos são desatinados.  A solicitação de terapêutica para a manutenção da saúde física, pelos que de fato se interessem pelo concurso espiritual, é sempre justa; todavia, no que concerne a conselhos para vida normal, é imprescindível muita cautela de nossa parte, diante das requisições daqueles que se negam voluntariamente aos testemunhos de conduta cristã.  O Evangelho está cheio de sagrados roteiros espirituais e o discípulo, pelo menos diante da própria consciência, deve considerar-se obrigado a conhecê-los”. Mais recentemente, o próprio médium Chico Xavier, respondendo a indagação de um amigo próximo, explicou: -“Existe um aparelho como se fosse um computador e que no instante que se coloca o nome das pessoas no Caderno de Preces, ele é digitado para o Mundo Espiritual Superior e quando se faz a prece aqui da Terra, os Espíritos, pegam as fichas das pessoas e vão atender em nome de Deus”.  Vale acrescentar a essas elucidativas informações outra observação atribuída a Chico Xavier: - “As anotações feitas por um ou outro meio, devem estar impregnadas do sincero desejo de quem as faz de beneficiar a quem quer que seja. Nunca escrevermos por escrever, produzindo listas infindáveis sem o contágio do sentimento efetivo, real de obter ou produzir o auxílio. Nesses casos, os Benfeitores desconsideram o pedido”. No caso dos atendimentos a distância, André Luiz confirma que “pode ser dispensado desde que haja sintonia entre aquele que o administra e aquele que o recebe. Nesse caso, diversos companheiros espirituais se ajustam no trabalho do auxílio, favorecendo a realização, e a prece silenciosa será o melhor veículo da força curadora”. (Visite o canal  Luiz Armando – canal do YouTube  /  Conheça também  Luiz Armando - Preces)



sexta-feira, 7 de outubro de 2016

ESPIRITISMO O GRANDE DESCONHECIDO

“- O LIVRO DOS ESPÍRITOS não é um tratado completo de Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação”. A afirmação de Allan Kardec é ignorada pela maioria dos seguidores do Espiritismo. Felizmente porque o que se observa em incontáveis Centros Espíritas é a Doutrina praticada “a moda de”. Falta estudo e conhecimento sobre o assunto nas denominadas, OBRAS BÁSICAS. Como inspirada e sugestivamente o inesquecível Professor Herculano Pires intitulou um dos seus livros  ESPIRITISMO O GRANDE DESCONHECIDO. Analisando a realidade sugerida pelo comentário, Allan Kardec com a sobriedade habitual escreveu na edição de dezembro de 1868 da sua REVISTA ESPÍRITA: - Para assegurar-se, no futuro, a unidade, uma condição se faz indispensável: que todas as partes do conjunto da Doutrina sejam determinadas com precisão e clareza, sem que coisa alguma fique imprecisa. Para isso, procedemos de maneira que os nossos escritos não se prestem a interpretações contraditórias e cuidaremos de que assim aconteça sempre. Quando for dito peremptoriamente e sem ambiguidade que dois e dois são quatro, ninguém pode pretender que se quis dizer que dois e dois fazem cinco. Conseguintemente, seitas poderão formar-se ao lado da Doutrina, seitas que não lhe adotem os princípios ou todos os princípios, porém não dentro da Doutrina, por efeito de interpretação dos textos, como tantas se formaram sobre o sentido das próprias palavras do Evangelho. É este um primeiro ponto de capital importância. O segundo ponto está em não se sair do âmbito das ideias práticas. Se é certo que a utopia da véspera se torna muitas vezes a verdade do dia seguinte, deixemos que o dia seguinte realize a utopia da véspera, porém não atravanquemos a Doutrina de princípios que possam ser considerados quiméricos e fazer que a repilam os homens positivos. O terceiro ponto, enfim, é inerente ao caráter essencialmente progressivo da Doutrina. Pelo fato de ela não se embalar com sonhos irrealizáveis, não se segue que se imobilize no presente. Apoiada tão-só nas leis da Natureza, não pode variar mais do que estas leis; mas, se uma nova lei for descoberta, tem ela que se pôr de acordo com essa lei. Não lhe cabe fechar a porta a nenhum progresso, sob pena de se suicidar. Assimilando todas as ideias reconhecidamente justas, de qualquer ordem que sejam, físicas ou metafísicas, ela jamais será ultrapassada, constituindo isso uma das principais garantias de sua perpetuidade. Se, portanto, uma seita se formar à ilharga do Espiritismo, fundada ou não em seus princípios, de duas uma: ou essa seita estará com a verdade, ou não estará; se não estiver, cairá por si mesma, sob o ascendente da razão e do senso comum, como já sucedeu a tantas outras, através dos séculos; se suas ideias forem acertadas, mesmo que com relação a um único ponto, a Doutrina, que apenas procura o Bem e o verdadeiro onde quer que se encontrem, as assimilará, de sorte que, em vez de ser absorvida, absorverá. Se alguns de seus adeptos vierem a afastar-se, é que se acreditarão capazes de fazer coisa melhor; se realmente fizerem algo melhor, ela os imitará; se fizerem maior bem, ela se esforçará por fazer outro tanto ou mais, se possível; se fizerem mais mal, ela os deixará fazer, certa de que, mais cedo ou mais tarde, o bem sobrepuja o mal e o verdadeiro predominará sobre o que é falso. Esta a única luta em que se empenhará”. (Visite o canal  Luiz Armando – canal do YouTube  /  Conheça também  Luiz Armando - Preces)


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

ÚNICA FORMA DE ENTENDER


Aqueles que assistem ao filme A CULPA É DAS ESTRELAS que enfoca a difícil situação de pacientes diagnosticados com doenças irreversíveis suas relações com a doença, entre si e seus familiares, certamente indaga se realmente existe um Deus, qual o sentido disso e que culpa tem os pais por se defrontarem com tão dolorosa situação. Apesar dos avanços da Medicina na busca de respostas os argumentos meramente fisiológicos não parece resolvida a questão. Buscar a evasiva de que “é por que Deus assim quis” tampouco. Necessário considerar outra possibilidade. Neutralizando os preconceitos irracionais incutidos na mente das pessoas pelas escolas religiosas tradicionais, válido considerar a vida física como sendo apenas uma experiência necessária ao Ser que sobreviverá à falência do corpo físico após a chamada morte. Uma Individualidade que vem de experiências milenares na direção do progresso ilimitado. Podemos chama-lo de Espírito que comanda a máquina física, através de um Corpo intermediário denominado Espiritual ou Perispírito, que por sua vez, modelou e organizou o chamado corpo físico a partir da fecundação do óvulo, servindo-se das contribuições genéticas masculinas e femininas dos geradores. Assim, a vida na nossa Dimensão subordina-se a Leis que oferecem ao Ser oportunidades renovadas de se reabilitar diante das quedas ou infrações resultantes do exercício do Livre Arbítrio. Diante dessa visão, vitimas de doenças incuráveis nos primeiros anos de vida, sugerem a volta daqueles que desistiram da vida em outras encarnações através do suicídio. Os anos aqui passados correspondem ao tempo não cumprido na vida frustrada e os males externados no corpo físico, correspondentes às áreas lesadas pelas agressões a elas impostas. No ano de 1961, através do médium Chico Xavier, o Espírito identificado como Emmanuel escreveu interessante texto em que estabelece conexões entre o efeito e o agente causal. Segundo ele, “os que se envenenaram, conforme os tóxicos de que se valeram, renascem trazendo as afecções valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças do sangue e as disfunções endocrínicas, tanto quanto outros males de etiologia obscura; os que incendiaram a própria carne amargam as agruras da ictiose ou do pênfigo; os que se asfixiaram, seja no leito das águas ou nas correntes de gás, exibem os processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do enfisema ou dos cistos pulmonares; os que se enforcaram carreiam consigo os dolorosos distúrbios do sistema nervoso, como sejam as neoplasias diversas e a paralisia cerebral infantil; os que estilhaçaram o crânio ou deitaram a própria cabeça sob rodas destruidoras, experimentam desarmonias da mesma espécie, notadamente as que se relacionam com o cretinismo, e os que se atiraram de grande altura reaparecem portando os padecimentos da distrofia muscular progressiva ou da osteíte difusa”. Acrescenta que “segundo o tipo de suicídio, direto ou indireto, surgem as distonias orgânicas derivadas, que correspondem a diversas calamidades congênitas, inclusive a mutilação e o câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura, a representarem terapêutica providencial na cura da alma”. Uma década depois, em entrevista a programa de televisão, Chico Xavier ampliaria nossa compreensão dizendo: -“O suicídio, para aqueles que conhecem a importância da vida, impõe um complexo culposo muito grande nas consciências. Então, nós os cristãos, que temos responsabilidades de viver e compreender a vida, em suicidando, nós demandamos o além com a lesão das estruturas do corpo físico. De forma que, se damos um tiro no crânio, conforme a região que o projétil atravessa, sofremos no além as lesões consequentes. São Espíritos doentes, os espíritos enfermiços que recebem carinho especial dos Protetores Espirituais. Mas o problema está dentro de nós e, na hora de voltar à Terra, pedimos para assumir as dificuldades inerentes às nossas culpas. Assim, se a bala atravessou o centro da fala, naturalmente vamos retomar o corpo físico em condições de mudez. se atravessa o centro da visão, vamos renascer com processo de cegueira; se nos precipitamos de alturas e aniquilamos o equilíbrio de nossas estruturas espirituais, vamos voltar com determinadas moléstias que afetam o nosso equilíbrio; quando nos envenenamos, quando envenenamos as nossas vísceras, somos candidatos; quando voltamos à Terra, ao câncer nos primeiros dias de infância, ao problema de fluidos comburentes que criam desequilíbrio no campo celular. Muitas vezes encontramos numa criança recentemente nascida um processo canceroso que nós não sabemos justificar senão pela reencarnação, porque o Espírito traz consigo aquela angústia, aquele desequilíbrio que se instala dentro de si próprio; pelo enforcamento, nós trazemos determinados problemas de coluna e caímos logo nos processos de paraplegia. Somos crianças ligadas, parafusadas ao leito durante determinado tempo, em luta de autocorrigenda, de autopunição, de reestruturação de peças de nosso corpo espiritual.”