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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

BASTIDORES DA EVOLUÇÃO

Num curioso livro intitulado DIÁLOGOS INICIÁTICOS (1922) reproduzindo várias conversas entre um Mestre e seu Discípulo, revela aspectos extremamente interessantes sobre as tradições esotéricas, incluindo informações que podem complementar outras inseridas nas obras MEMÓRIAS DE UM SUICÍDA (feb,1953) de Camilo Carlos Botelho pela médium Yvonne Amaral Pereira e BRASIL CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO EVANGELHO (feb,1938) de Humberto de Campos por Chico Xavier. Trata-se de informes relacionando a raça negra e os tristes fatos da escravidão a que foi submetida no continente americano durante vários séculos. Do primeiro trabalho, destacamos os seguintes dados: A raça que chegou primeiro a ter uma civilização foi a negra, cujo berço é a África, uns dez mil anos antes de Cristo. Os negros constituíram poderosos reinos e até conquistaram a Arábia, a Pérsia e a Índia, subjugando seus aborígenes amarelos, instalando-se em todo sul da Europa, onde tinham vencido os colonos vermelhos, adaptando, porém, as suas artes e cultura. A Civilização negra consistia no conhecimento do Plano Astral, na prática da Magia e na força militar. Houve muitas guerras entre negros e brancos, e, depois de vários revezes, os brancos saíram vencedores expulsando os negros da Europa. Durante o período de seu domínio, os Negros tratavam os brancos e amarelos como escravos, empregando-os nos trabalhos pesados de construções muitas das quais de dimensões gigantescas. O nome geral aplicado aos brancos das épocas mais remotas era Celtas, sendo sua terra, a Céltida, que abrangia toda a Europa, Central e Ocidental. Tendo sido expulsos de quase todas as costas da Europa, os Gian-bien-Gian, isto é, os Negros, ainda continuavam senhores da Ásia e da África. As suas principais colônias eram o Egito, a Ásia Menor, a Taurida, a China, o Japão, a Pérsia, o Tibete, etc. A sua metrópole tinha sido a Etiópia, e, depois que esta desapareceu, os Negros transpuseram o centro do seu domínio para a Índia”. Curiosamente em 8 de maio de 2008, a  Universidade de Hamburgo, anunciou oficialmente que arqueólogos alemães, depois de uma pesquisa comandada pelo professor Helmut Ziegert, descobriram os restos do palácio da Rainha de Sabá, datados do século X a.C., em Axum (Aksum), uma cidade sagrada da Etiópia, sob um antigo palácio real. A rainha de Sabá  foi, na Torá no Antigo e no Novo Testamento, no Alcorão, na história da Etiópia e do Iêmem, uma célebre soberana do antigo Reino de Sabá. A localização deste reino pode ter incluído os atuais territórios da Etiópia e do Iêmem. Conhecida entre os povos etíopes como Makeda, esta rainha recebeu diferentes nomes ao longo dos tempos. Para o rei Salomão de Israel ela era a "rainha de Sabá", na tradição islâmica ela era  Balkis ou Bilkis. Flávio Josefo, historiador romano de origem judaica, chamou de Nicaula. Mas, vamos ao conteúdo do capítulo 3, segunda parte, do MEMÓRIAS DE UM SUICÍDA. Com a palavra o personagem Epaminondas de Vigo: -“Entre os escravos que, sob os céus do Cruzeiro, choraram, vergados sob o trabalho excessivo, famintos, rotos, doentes, tristes, saudosos, desesperados, frente à opressão, fadiga, maldade, nem todos traziam os característicos íntimos da inferioridade, como bastas vezes foi comprovado por testemunhas idôneas; nem todos apresentavam caracteres primitivos! Grandes falanges de romanos ilustres, do Império dos Césares; de patrícios orgulhosos, de guerreiros altivos, autoridades das hostes de Diocleciano - como de Adriano e Maxicêncio, dolorosamente arrependidas das monstruosas séries de arbitrariedades cometidas em nome da força e do poder contra pacíficos adeptos do Cordeiro, pediram reencarnações na África infeliz e desolada, a fim de testemunharem novos propósitos ao contato de expiações decisivas, fustigando, assim, o desmedido orgulho que a raça poderosa dos romanos adquirira com as mentirosas glórias do extermínio da dignidade e dos direitos alheios! Suplicaram, ainda e sempre, corajosos e fortes, novas conquistas nas pelejas contra si próprios, no combate ao orgulho daninho que os perdera! Suplicaram disfarce carnal, qual armadura redentora, em envoltórios negros, onde peadas fossem suas possibilidades de reação e arvorada em suas consciências a branca bandeira da paz, flâmula augusta concedida pela reparação do mal! E os escravizadores de tantos povos e tantas gerações dignas, os desumanos senhores do mundo terráqueo, que gargalhavam enquanto gemiam os oprimidos; que faziam seus regalos sobre o martírio e o sangue inocente dos cristãos, expungiram sob o cativeiro africano a mancha que lhes enodoava o Espírito! Daí, a sublime resignação dessa raça africana digna, por todos os motivos, da nossa admiração e do nosso respeito, a passividade heroica que nem sempre se estribou na ignorância e na incapacidade oriunda de um estado inferior, mas também no desejo ardente e sublime da própria reabilitação espiritual!”.


sábado, 28 de novembro de 2015

SERÁ TERRÍVEL PARA ELES

Analisando o momento de transição planetária natural em passagens de Ciclos Evolutivos do Planeta, Allan Kardec observa que enquanto as transformações do indivíduo encarnado se dão de ano a ano, as que referem aos agrupamentos na fase humana se dão de século a século. Segundo uma comunicação mediúnica assinada por um Espírito identificado pelo nome Dr Barry inserida no capítulo 18 do livro A GÊNESE, as correspondentes à fase que atravessamos começou um século antes do surgimento do Espiritismo, ou seja, por volta de 1750. E foi se acelerando até os dias que vivemos. Numa mensagem recebida espontaneamente através do médium Sr Morin, na reunião da Sociedade Espírita de Paris de 21 de junho de 1867 e reproduzida na REVISTA ESPÍRITA edição de julho daquele ano, fala sobre os flagelos destruidores, que devem causar danos à Humanidade, não sobre um ponto do Globo, mas em toda parte, em toda parte pressentidos pelos Espíritos. Diz ela: -“Avança a hora, a hora marcada no grande e perpétuo relógio do infinito, a hora na qual vai começar a operar-se a transformação de vosso globo, para o fazer gravitar rumo à perfeição. Muitas vezes vos foi dito que os mais terríveis flagelos dizimariam as populações; não é preciso que tudo morra para se regenerar? Mas, o que é isto? A morte não é senão a transformação da matéria; o Espírito não morre, apenas muda de habitação. Observai e vereis começar a realização de todas essas previsões. Oh! como são felizes aqueles que nessas terríveis provações foram tocados pela fé espírita sincera! Permanecem calmos no meio da tormenta, como o marinheiro aguerrido em meio à tempestade. Eu, neste momento, personalidade espiritual, muitas vezes sou acusado de brutalidade, de dureza e de insensibilidade pelas personalidades terrestres!... É verdade, contemplo com calma todos esses flagelos destruidores, todos esses terríveis sofrimentos físicos. Sim, atravesso sem me comover todas essas planícies devastadas, juncadas de restos humanos! Mas se o posso fazer, é que minha visão espiritual vai além desses sofrimentos e, antecipando-se ao futuro, ela se apoia no bem-estar geral que será a consequência desses males passageiros para a geração futura, para vós mesmos, que fareis parte dessa geração e que, então, recolhereis os frutos que tiverdes semeado. Espírito de conjunto, olhando do alto de uma Esfera onde habita (muitas vezes ele fala de si na terceira pessoa), seu olhar fica em branco; entretanto, sua alma palpita, seu coração sangra em face de todas as misérias que a Humanidade deve atravessar, mas a visão espiritual repousa do outro lado do horizonte, contemplando o resultado que será a sua consequência certa. A grande emigração é útil e aproxima-se a hora em que deve efetuar-se... ela já começa... A quem será fatal ou proveitosa? Olhai bem, observadores; considerai os atos desses exploradores dos flagelos humanos, e distinguireis, mesmo com os olhos do corpo, os homens predestinados à decadência. Vede-os ávidos de honras, inflexíveis no ganho, presos, como sua vida, a todas as posses terrenas, e sofrendo mil mortes pela perda de uma parcela do que, entretanto, precisarão deixar... Como será terrível para eles a Pena de Talião, porquanto, no exílio que os espera, lhes recusarão um copo de água para estancar a sede!... Olhai-os e neles reconhecereis, sob as riquezas que acumulam à custa dos infelizes, os futuros humanos decaídos! Considerai seus trabalhos, e vossa consciência vos dirá se esses trabalhos devem ser pagos lá no alto, ou aqui embaixo! Olhai-os bem, homens de boa vontade, e vereis que o joio começa, desde esta Terra, a ser separado do bom grão”. 

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

ANSEIO DE AMOR

Renascida Maria de Carvalho Leite tornou-se mais conhecida após sua morte física como Maria Dolores, pseudônimo com que assinava suas produções poéticas nos anos 40 e 50, época em que a mulher na sociedade humana não era tão respeitada pelos seus valores intelectuais, especialmente fora do eixo Rio-São Paulo. Inteligência brilhante destacou-se desde jovem na pequena localidade Bonfim da Feira, interior da Bahia, em que nasceu e viveu os primeiros anos de sua vida, pelas suas preocupações iniciativas em favor dos atingidos pelas diferenças sociais, o que lhe valeu em vários momentos o apelido de “comunista” por parte daqueles que ainda não descobriram o valor da compaixão e solidariedade. Professora, após um casamento turbulento com um médico da cidade em que vivia, após a separação mergulhou em outra experiência afetiva complicada em Itabuna (BA), localidade para onde se transferiu, com um imigrante italiano com quem se manteve unida até a morte aos 59 anos. Diante da prisão de seu marido no período compreendido pela Segunda Guerra Mundial, pelo simples fato do Brasil ter declarado guerra contra o país europeu, mudou-se para a capital baiana, Salvador, onde desdobrou várias atividades em favor do Bem ao semelhante, exerceu a mediunidade que começara a desenvolver anos antes, e, ante a impossibilidade de ser mãe, adotou algumas meninas sonhando em fundar o Lar das Meninas Sem Lar. Colaborou em vários jornais com seus poemas carregados de sentimento, trabalhando incansavelmente pelas causas que abraçou. Em 27 de agosto de 1959, concluía sua passagem pela nossa Dimensão, quase só, após quatro dias internada por amigos que a encontraram muito debilitada em função de pneumonia grave de que se via acometida. Em carta enviada pelo médium Chico Xavier, com quem trocava correspondência regularmente, o médium contou a uma de suas filhas que Maria Dolores lhe apareceu bela remoçada no dia 29 de março de 1964, sentindo tomado de grande emoção, as lágrimas lhe virem do coração aos olhos, por vê-la tão claramente junto a ele. Pouco depois, psicografa aquela que seria a primeira de inúmeras mensagens que escreveria ao longo dos anos seguintes. Título: ANSEIO DE AMOR, no qual ela detalha suas impressões após a passagem para a outra vida: Quando me vi, depois da morte, Em, sublime transporte, E reclamei contra a fogueira Que me havia calcinado a vida inteira Pela sede de amor ... Quando aleguei que fora, em toda estrada, Folha ao vento, Andorinha esmagada Sob o trator ao sofrimento.... Quando exaltei a minha dor, Mágoa de quem amara sempre em vão, Farta de incompreensão.... Alguém chegou, junto de mim, E disse assim: — Maria Dolores, Você que vem do mundo, E se diz Tão cansada e infeliz, Que notícias me dá do vale fundo De provação, Onde a criatura de tanto padecer Não consegue saber Se sofre ou não? Você que diz trazer o seio morto, Que me pode falar Dos meninos sem pão e sem conforto, Das mulheres sem lar, Dos enfermos sozinhos, Que a febre e a fome esmagam nos caminhos, Sem sequer um lençol ou a bênção de uma prece, Dando graças a Deus, quando a morte aparece?!.. Você, Maria Dolores, Que afirma haver amado tanto E que deve ter visto O sacrifício e o pranto De quem clama por Cristo, Suplicando o carinho que não tem, Que me pode contar daquelas outras dores, Daquelas outras aflições Dos que choram trancados em manicômios e prisões, Buscando amor, pedindo amor, Exaustos de tristeza e de amargura, Como feras na grade, Morrendo de secura, De solidão, de angústia e de saudade?!...Bem-querer!... Bem-querer!... Ai de mim, que nada pude responder! Que tortura, meu Deus, a verdade, no Além!... Calei-me, envergonhada... Eu apenas quisera ser amada, Não amara a ninguém..

terça-feira, 24 de novembro de 2015

PRETERIOGRAFIA: JÁ OUVIU FALAR?

A produção mediúnica de Chico Xavier tem aspectos inusitados e pouco conhecidos, especialmente na fase das chamadas Cartas que recebia em reuniões públicas na cidade de Uberaba, entre 1972 e a década de 80. Um exemplo disso está na sexta das que psicografou do Engenheiro Eletrotécnico Luiz Ricardo Maffei, que desencarnado aos 26 anos de Lupus Agudo, menos de três meses depois na reunião de 7 de julho de 1983, escreveu a primeira das seis mensagens dirigidas aos angustiados e aflitos pais. Além de surpreendentes revelações a seu respeito do seu próprio passado no que tange a reencarnações anteriores, naquela que foi a última publicada, expõe um caso curioso, introduzindo inclusive um termo anteriormente não citado nos milhares de conteúdos revelados pela Espiritualidade em nossa Dimensão. Escreveu Luiz Ricardo: -“Serei tão sucinto quanto possível, na exposição do caso. O senhor sabe que, em toda parte, é possível fazer amigos e eu encontrei um deles na pessoa do Joaquim Pereira da Silva, um cavalheiro de alta severidade com a família que deixou no Rio, cujas ideias abertas e francas me faziam meditar. Joaquim se queixava de obsessores no lar, conturbando a esposa e as filhas, chegando a estabelecer um clima de antagonismos sistemáticos entre elas. A companheira viúva e três filhas viviam em querelas por pequeninas razões claramente evitáveis. E Joaquim, desencarnado, lhes agravava as relações alegando que ele, desencarnado, estava muito longe de ser um anjo, e discutia com as entidades infelizes que lhe povoavam a casa. Muitas vezes, lembrando os nossos estudos de hoje, solicitava-lhe calma, ponderação. O companheiro não me atendia e fustigava os obsessores de sua casa, com palavras e até pragas das mais escabrosas, e sem a mínima condição de sequer serem, de leve, mesmo, mencionadas. Contudo, há pouco tempo, um diretor de serviço; notando-lhe as boas qualidades que se misturavam de más, aconselhou-lhe um tratamento com análise de fotografias correspondentes ao seu passado próximo. Joaquim aceitou e submeteu-se a tal tratamento em um determinado aparelho.  Tratava-se de um aparelho complexo, que ainda, em determinado tempo, deverá chegar à Terra para o conhecimento dos homens, e à consequente comprovação mecânica da reencarnação. Alguns amigos daqui, da Vida Espiritual, designam tal aparelho com o nome de preterografia. Tal aparelho tem o cunho de prestar observações do pretérito das pessoas pelas imagens correspondentemente colhidas.  Durante dois dias Joaquim foi ao gabinete de preterografia, e, no exame final das chapas colhidas, ficou ciente de que fora um chefe desumano do tempo de D. João VI, no Brasil. Exorbitava das funções de mordomo de uma das casas imperiais e mandava açoitar fosse quem fosse, além de privar diversos subalternos de conforto e alimentação conveniente. Estuprava jovens servidores da casa real sem compaixão e para com as que engravidassem, à conta dele, as atirava em lugares ocultos do Rio Paraíba... Quando o amigo viu a extensão de suas faltas, chorou de remorso, e reconheceu que os obsessores que lhe fustigavam a casa eram vingadores contra ele, Espíritos infelizes ainda fixados no mal. * Ele, Joaquim, vem fazendo o possível para retificar a própria situação; no entanto, admito que ele gastará tempo para modificar o ânimo dos inimigos que ele próprio criou. Tenho pensado tanto no assunto que voltarei de minhas digressões na História com muito cuidado e com muito espírito de compreensão, que ainda preciso consolidar”.

domingo, 22 de novembro de 2015

JUÍZO FINAL

“Dentro do novo século, começaremos a preparação do Terceiro Milênio do Cristianismo na Terra”, afirmou Jesus aos participantes de uma reunião nas Esferas Superiores da Terra, na noite de 31 de dezembro de 1799, como revela através do médium Chico Xavier o Espírito Irmão X, no livro CARTAS E CRÔNICAS (feb, 1966). Começava a se cumprir ali o combinado 18 séculos antes, na ultima conversa entre Jesus com seus seguidores mais próximos a poucas horas de sua prisão, condenação e morte: -“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (14:16), que “vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”(14:26), preservado no EVANGELHO de João. Hoje, através do Espiritismo, nos sabemos Espíritos reencarnados, preexistentes, que sobreviverão após a morte, ressurgindo futuramente em outros corpos, subordinados à LEI DE CAUSA E EFEITO, caminhando decididamente na direção da Evolução Espiritual. Na REVISTA ESPÍRITA de fevereiro de 1868, encontramos uma mensagem psicografada no ano anterior pelo Espírito Clélie Duplantier, habitualmente presente nas reuniões da Sociedade Espírita de Paris, na qual dá sua visão sobre o debatido tema JUÍZO FINAL. Escreve ela: – “A sociedade em geral ou, melhor dizendo, a reunião dos seres, tanto encarnados quando desencarnados, que compõem a população flutuante de um mundo, numa palavra, a Humanidade, não é senão uma grande criança coletiva que, como todo Ser dotado de vida, passa por todas as fases que se sucedem em cada um, desde o nascimento até a mais avançada idade; e, assim como o desenvolvimento do indivíduo é acompanhado por certas perturbações físicas e intelectuais, que se dão mais particularmente em certos períodos da vida, a Humanidade tem as suas doenças de crescimento, suas perturbações morais e intelectuais. É a uma dessas grandes épocas que terminam um período e que começam outro que vos é dado assistir. Participando ao mesmo tempo das coisas do passado e das do futuro, nos sistemas que se aniquilam e nas verdades que se estabelecem, tende cuidado, meus amigos, de vos pôr do lado da solidez, da progressão e da lógica, se não quiserdes ser arrastados sem rumo; e abandonai os palácios suntuosos quanto à aparência, mas vacilantes pela base, e que logo sepultarão sob suas ruínas os infelizes bastante insensatos que deles não querem sair, a despeito dos avisos de toda natureza que lhes são prodigalizados. Todas as frontes se tornam sombrias, e a calma aparente que desfrutais não serve senão para acumular maior número de elementos destruidores. Algumas vezes a tempestade que destrói o fruto dos suores de um ano é precedida por mensageiros que permitem tomar as precauções necessárias para evitar, tanto quanto possível, a devastação. Desta vez não será assim. O céu carregado parecerá iluminar-se; as nuvens fugirão; depois, de repente, todos os furores, por muito tempo, reprimidos, se desencadearão com uma violência inaudita. Infeliz dos que não tiverem preparado um abrigo! Infelizes dos fanfarrões que enfrentarem o perigo de mãos desarmadas e peito descoberto! Infelizes dos que desafiarem o perigo com a taça na mão! Que decepção terrível os espera! Antes que a taça que sustentam alcance seus lábios eles serão atingidos! À obra, pois, espíritas, e não esqueçais que deveis ser todos prudência e todos previdência. Tendes um escudo, sabei dele vos servir; uma tábua de salvação: não a desprezeis”.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

EXITO ILUSÓRIO

-“Há pessoas, na Terra, que não se acautelam contra os desvarios da inteligência e fazem da astúcia e da vaidade o clima em que respiram. Insistem na inércia do coração, abominam o sentimento elevado que interpretam por pieguismo e transformam a cabeça num laboratório de perversão dos valores da vida. Não cuidam senão dos próprios interesses, não amam senão a si mesmos. Não percebem, contudo, que se ressecam interiormente e nem imaginam os resultados cruéis da cerebração para o mal. Frequentemente, na luta mundana, avultam na condição de dominadores poderosos, com vastíssimo potencial de influência sobre amigos e adversários, conhecidos e desconhecidos”. O comentário faz parte do livro ENTRE A TERRA E O CÉU (1953; feb), do Espírito André Luiz através de Chico Xavier. Um exemplo disso – bastante oportuno, por sinal, - encontramos em obra anterior LIBERTAÇÃO (1949, feb), em que André Luiz relata experiência curiosa acompanhando o Instrutor Gúbio ao lar de um personagem como muitos em evidência atualmente. Conta ele: -“Logo após, em companhia de nosso devotado orientador, passamos ao apartamento privado do juiz. O magistrado se mantinha de corpo repousado sobre o colchão macio, mostrando, contudo, a mente inquieta, flagelada. Permitiu Gúbio que eu lhe tocasse a fronte, auscultando-lhe os pensamentos mais profundos. Naquela hora avançada da noite, o encanecido cavalheiro meditava: “Onde estariam centralizados os supremos interesses da vida? Onde a ambicionada paz espiritual que não conquistara em mais de meio século de experiência ativa na Terra? Porque arquivava no coração os mesmos sonhos e necessidades do homem de quinze anos, quando ultrapassara já os sessenta? Crescera, estudara, casara-se. Todas as lutas, no fundo, não lhe haviam modificado a personalidade. Conquistara os títulos que assinalam no mundo os sacerdotes do direito e, por centenas de vezes, envergara a toga para julgar processos difíceis. Proferira sentenças inúmeras e tivera nas mãos, sob o próprio desígnio, a destinação de muitos lares e de coletividades inteiras. Recebera homenagens de pobres e ricos, grandes e pequenos, no transcurso da viagem pelo encapelado mar da experiência terrestre em face da posição que desfrutava no ataviado barco do tribunal. Respondera a milhares de consultas em casos de harmonia social, mas, na vida íntima, singular deserto lhe povoava a alma toda. Sentia sede de fraternidade com os homens; todavia, a posse do ouro e a eminência na atividade pública impunham-lhe grandes obstáculos para ler a verdade na máscara dos semelhantes. Experimentava intraduzível fome de Deus. No entanto, os dogmas das religiões sectárias e as discórdias entre elas, afastavam- lhe o espírito de qualquer acordo com a fé atuante no mundo. Por outro lado, a ciência comum, negativista e impenitente, ressecara- lhe o coração. Toda a existência se resumiria a simples fenômenos mecânicos dentro da natureza? Adotada essa hipótese, toda a vida humana seria tão importante como a bolha d’água a desfazer-se ao vento. Sentia-se dilacerado, oprimido, exausto. Ele que esclarecera a muitos, quanto às mais elevadas normas de conduta pessoal, como elucidaria, agora, a si mesmo? Defrontado pelos primeiros sintomas da velhice do corpo de carne, reagia, magoado, contra a extinção gradual das energias orgânicas. Porque as rugas do rosto, o alvejar dos cabelos, o enfraquecimento da visão e o empobrecimento do celeiro vital, se a mocidade lhe vibrava na mente ansiosa por renovação? Seria a morte simplesmente a noite sem alvorada? Que misterioso poder dispunha, assim, da vida humana, conduzindo-a a objetivos inesperados e ocultos?”. O futuro de todos, contudo é  igual. E, como observado por um Benfeitor,“todos caem sob o guante da morte com grande alívio  dos contemporâneos e passam a receber-lhes as vibrações de repulsa. Semelhantes criaturas naturalmente são vítimas de si mesmas e sofrem os mais complicados desequilíbrios mentais”.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

CINCO QUESTÕES IMPORTANTES E ATUAIS

O resgate pelo Espiritismo das informações a respeito da reencarnação dando um sentido lógico para as questões existênciais, diferenças sociais, deformidades físicas e doenças de nascença,  distúrbios mentais e emocionais, entre outros temas encaminham para outra reflexão: como se processa o controle disso tudo? Quando ouvimos dizer que “ninguém foge de si mesmo”, estamos diante de uma afirmação que sugere uma justiça perfeita a induzir os seres humanos presos, hospitalizados e absorvendo conhecimentos na Terra ao crescimento na escala do progresso espiritual. Assunto, com certeza fascinante para o qual destacamos alguns comentários de Allan Kardec, simulando algumas questões relacionadas. Vamos a elas: 1-COMO ENTENDER TANTA DOR NO MUNDO? “A responsabilidade das faltas individuais ou coletivas, as da vida privada e da vida pública, dá a razão de certos fatos ainda pouco compreendidos, e mostra, de maneira mais precisa, a solidariedade que liga os seres uns aos outros, e as gerações entre si”. 2-OS ESPÍRITOS REENCARNAM ONDE QUEREM? Frequentemente, renascem na mesma família, ou pelo menos os membros de uma mesma família renascem juntos para nela constituírem uma nova, numa outra posição social, a fim de estreitarem laços de afeição, ou repararem erros recíprocos. Pelas considerações de uma ordem mais geral, frequentemente, se renasce no mesmo meio, na mesma nação, na mesma raça, seja por simpatia, seja para continuar, com os elementos já elaborados, os estudos feitos, se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos começados, que a brevidade da vida, ou as circunstancias, não permitiram terminar. Essa reencarnação no mesmo meio é a causa do caráter distintivo entre povos e raças; tudo melhorando,(...) até que o progresso os haja transformado completamente”. 3- ENTÃO EXISTEM COMPROMISSOS PERANTE AS LEIS DE DEUS ASSUMIDOS E RESGATADOS COLETIVAMENTE? Não se pode duvidar de que haja famílias, cidades, nações, raças culpadas, porque, dominadas pelos instintos do orgulho, do egoísmo, da ambição, da cupidez, caminham em má senda e fazem coletivamente o que um indivíduo faz isoladamente; uma família se enriquece às expensas de outra família; um povo subjuga outro povo, e leva-lhe a desolação e a ruína; uma raça que aniquilar outra raça. Eis porque há famílias, povos e raças sobre os quais cai a pena de talião”. 4- A CRIATURA HUMANA CONSEGUE FUGIR DE SI MESMA, OU SEJA, DAS CONSEQUÊNCIAS DE SUAS TRANSGRESSÕES À LEI DE DEUS? “Quem matou pela espada perecerá pela espada”, disse o Cristo. Estas palavras podem ser traduzidas assim: Aquele que derramou sangue verá seu sangue derramado; aquele que passeou a tocha do incêndio em casa de outrem, verá a tocha do incêndio passear em sua casa; aquele que despojou, seja despojado; aquele que subjugou e maltratou o fraco, será fraco, subjugado e maltratado, por sua vez, quer seja um indivíduo, um nação ou uma raça, porque os membros de uma individualidade coletiva são associados tanto do Bem como do mal que se faz em comum”. 5- COMO ENTENDERMOS O QUE É A HUMANIDADE? “A Humanidade se compõem de personalidades que constituem as existências individuais, e de gerações que constituem as existências coletivas. Ambas caminham para o progresso, por fases variadas de provas que são, assim, individuais para as pessoas e coletivas para as gerações. Do mesmo modo que, para o encarnado, cada existência é um passo à frente, cada geração marca uma etapa de progresso para o conjunto; é esse progresso do conjunto que é irresistível, e arrasta as massas, ao mesmo tempo que, modifica e transforma em instrumento de regeneração os erros e preconceitos de um passado chamado a desaparecer. Ora, como as gerações são compostas de indivíduos que já viveram nas gerações precedentes, o progresso das gerações é, assim, resultante do progresso dos indivíduos”.










segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O APOCALIPSE E A REGENERAÇÃO

Uma dentre as muitas revelações oferecidas pelo Espiritismo para se entender a vida e o mundo em que vivemos é a que diz respeito à classificação evolutiva-espiritual dos Mundos Habitados que, por sinal diz serem muitos. Embora também se refira ao aspecto físico dos Planetas, associa-se à condição dos Espíritos que os habitam, acentuando que um dos vários períodos de transição observados na Terra, repetia-se, requerendo alguns séculos para se consumar, diante da população encarnada e desencarnada nele presente. Fechando o número de março de 1868, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec reproduz curiosa psicografia obtida pela médium Sra B., na cidade de Lon, da qual destacamos alguns tópicos: -"Naquele tempo não haverá mais nem gritos nem luto, nem trabalho, porque o que era antes terá passado." Esta predição do Apocalipse foi ditada há dezoito séculos, e se espera ainda que essas palavras se realizem, porque se olham sempre os acontecimentos quando eles já se passaram, e não quando se desenrolam aos nossos olhos. No entanto, essa época predita é chegada; não há mais dor para aquele que soube se colocar na margem do caminho, a fim de deixar passarem as mesquinharias da vida sem detê-las para delas fazer uma arma ofensiva contra a sociedade. Estais no meio desses tempos como a espiga dourada está na colheita; viveis sob o olhar de Deus, e sua irradiação vos ilumina! De onde vem que vos inquietais com a marcha dos acontecimentos que foram previstos por Deus, então que não éreis ainda senão as crianças da geração da qual Jesus falava quando dizia: "antes que esta geração passe acontecerão grandes coisas?" O que sois, Deus o sabe; o que sereis, Deus o vê. Cabe a vós muito vos compenetrar do caminho que vos esta traçado, porque vossa tarefa é de vos submeter a tudo o que Deus decidiu. Vossa resignação, e sobretudo vossa amenidade, não são senão os testemunhos de vossa inteligência e de vossa fé na Eternidade. Acima de vós, neste Universo onde vosso mundo se coloca, planam os Espíritos mensageiros que receberam a missão de vos guiar. Eles sabem quando se cumprirão os acontecimentos preditos; é por isso que vos dizem: "Não haverá mais, então, nem gritos, nem luto, nem trabalho." Sem dúvida, não pode mais ali haver grito para aquele que se submete às vontades de Deus e que aceita suas provas. Não há mais luto uma vez que sabeis que os Espíritos que vos precederam não estão perdidos para vós, mas que estão em viagem; ora, não se fica de luto quando um amigo se ausenta. O próprio trabalho se torna um favor, uma vez que se sabe que ele é um concurso à obra harmônica que Deus dirige; executa-se, então, sua parte de trabalho com a solicitude que o estatuário põe para polir sua estátua. É uma recompensa Infinita que Deus vos concede. No entanto, reencontrarei ainda entraves em vossas tentativas para chegar à melhoria social. E que não se chega jamais ao resultado sem que a luta venha afirmar seus esforços. (...)  A ideia que surgiu foi semeada pelos Espíritos quando Deus lhe disse: "Ide e instruí as nações; ide e derramai a luz." Esta ideia que cresceu com a rapidez de uma inundação, naturalmente, deveu encontrar contraditares, oponentes e incrédulos. Ela não seria a fonte de vida, se devesse sucumbir sob as zombarias que a acolheram em seu início. Mas o próprio Deus guia esse pensamento através da Imensidão; o fecunda sobre a Terra, e ninguém o destruirá! Inutilmente que se procuraria  lhe extirpar as raízes; trabalhar-se-ia em vão para aniquilá-lo nos corações; em nascendo, as crianças o trazem, e dir-se-ia que um sopro de Deus o incrusta em seu berço, como outrora a Estrela do Oriente clareou aqueles que vinham diante de Jesus trazendo ele mesmo a ideia regeneradora do Cristianismo. Vedes bem, pois, que esta geração não passará sem que cheguem grandes coisas, uma vez que, com a ideia, a fé se eleva e a esperança irradia... Coragem! o que foi predito pelo Cristo deve-se realizar. (...) Perseverai na luta, sede firmes e desconfiai das armadilhas que vos são estendidas; ficai ligados a esta bandeira onde vós haveis escrito: Fora da caridade não há salvação, e depois esperai, porque aquele que recebeu a missão de vos regenerar retorna, e ele disse: Bem aventurados aqueles que conhecerem o meu novo nome! 

sábado, 14 de novembro de 2015

ELEMENTOS PARA REFLEXÃO

Os acontecimentos dos últimos meses, especialmente na Europa, mas, sobretudo nos episódios recentes na França, solicitam racionalidade, na avaliação do assustador quadro mostrado ao mundo pela mídia internacional. Mais um efeito de um processo que vem sendo construído a partir da segunda metade do século 20 de forma mais intensa. Questionado nos fim dos anos 70 sobre a evolução da violência e terrorismo no mundo, o médium Chico Xavier disse: -“Emmanuel afirma que esse quadro de perturbações de nosso tempo é, em grande parte, devido à ausência da influência religiosa nas novas gerações. Precisamos encontrar um caminho de ajustamento da nossa alma à ideia de Deus e aos preceitos da Religião, quaisquer que sejam esses preceitos, que nos conduzam para o bem, a fim de que venhamos a encontrar o reequilíbrio de que estamos necessitando. A falta de ideia de Deus e a ausência da religião no pensamento da criatura geram tendências à criminalidade, à violência, à subversão, a dificuldades que chegam, às vezes, até a loucura". Outra importante opinião por ele emitida diz respeito ao papel da Doutrina Espírita diante das contradições da atualidade. Qual a utilidade do Espiritismo diante dessa caótica situação? O médium acrescenta mais alguns elementos para meditarmos: -“O Espiritismo guarda mesmo as características do CONSOLADOR prometido por Jesus. O progresso tecnológico tem sido imenso e é irreversível. A máquina dominará o nosso presente e o nosso futuro, como sendo aquele agente que, vai diminuir nossas fadigas, as nossas dificuldades, no trato das experiências físicas que necessitamos, mas até que nos habituemos a respeitar a máquina e as leis que são estabelecidas para as máquinas. Como pessoas humanas estamos pagando e vamos pagar um tributo muito grande até que haja dentro de nós a racionalização necessária para lidar com a máquina, ou o preço que ela exija. Genericamente, do ponto de vista coletivo, se nós ainda não sabemos dirigir com sabedoria os nossos processos de alimentação, se nós ainda não sabemos regulamentar com a precisão necessária, com o regime preciso a nossa conduta sexual, se temos dificuldades imensas para lidar com o nosso próprio corpo, imaginemos a nossa dificuldade com os veículos, com as máquinas que nos auxiliam. Assim, estamos diante de uma série de acidentes e dificuldades no trato com a máquina e no aprendizado do respeito às leis que devemos frente a elas. Dispomos de vantagens e de um reconforto que absolutamente não tínhamos há 50 anos atrás. Somos povos de vanguarda no mundo, todos estamos cogitando da própria independência, queremos viver dentro da auto suficiência do ponto de vista de ações livres. O progresso tecnológico nos encontrou numa condição muito inferior do ponto de vista de sentimento. Estamos sofrendo terrivelmente quanto a este aspecto porque a série de desastres, de lutas enormes, de incompreensões, de abusos estão por toda parte. Atos de manifesta agressividade estão por aí, atingindo a todos, indistintamente. Todos esses acidentes somados formam uma lista imensa de experiências dolorosas para nós, as criaturas humanas. E nesta hora precisa a Doutrina Espírita nos ajuda a compreender que a morte não existe, que a reencarnação está aí, que nós podemos ter muitos erros, mas que vamos terá oportunidade da restauração necessária. A nossa esperança não deve esmorecer nunca, porque a Doutrina Espírita é uma doutrina de otimismo. Ela nos traz a visão da vida eterna. Recebendo uma mensagem de nosso Emmanuel, ele passou uma frase assim: “Haja o que houver à noite, ninguém prende a alvorada”. Quanta esperança e quanta beleza nesta frase! Nós que estamos vendo tantos filhos, tantos parentes mortos repentinamente nas estradas, tantos deles internados na toxicomania, às vezes em processos irreversíveis durante a vida física, e, no entanto, não estamos sem esperança, porque temos Deus, a imortalidade. Ele nos criou para sermos imortais e a Doutrina Espírita nos amplia a crença, nos dá uma nova visão do Cristo, o nosso Amigo Eterno. Nenhum de nós está excluído do esquema de Deus”. 

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

PIOR QUE ELE ESTÁ CERTO

Tendo sugerido a amigo que se diz materialista assistir reunião em um Centro Espírita que conheço, ao reencontra-lo e perguntar sobre suas impressões, surpreendeu-me com uma estranha indagação: -Você acredita que o presidente do país em que vive sabe que você existe? Que o governador do Estado, o prefeito, o diretor do Centro que você frequenta te conhece, sabe de seus problemas? Ante meu espanto, ele acrescentou: - Ouvi a pessoa que abriu os trabalhos, dizer, entre outras coisas, que Jesus sabe “todas” as necessidades e problemas de cada um dos presentes. Pensei: esse Jesus deve ser uma espécie de “callcenter” com milhares de câmeras monitorando a vida de todos como no Big Brother?  E os que seguem outras lideranças como Buda, Maomé, Moisés? Estão excluídos? Cara “chato” esse. Se não fosse meu amigo, diria que está sofrendo uma obsessão brava. Fiquei sem ação, a princípio. Depois pensando, concluí: não é que ele tem razão? Embora o Espiritismo seja exaltado como baseado na fé raciocinada, seus seguidores parecem não agir coerentemente, limitando-se a repetir atavismos remanescentes de influências religiosas do passado remoto ou recente em que Jesus é reverenciado como dotado dos superpoderes da onipresença e onisciência. Se repetisse a observação do crítico num grupo espírita qualquer, certamente seria expulso ou encaminhado para tratamento espiritual, ouvindo que estava querendo tirar Jesus do Espiritismo, etc, etc..... No excelente livro CARTAS E CRÔNICAS (feb, 1965), na mensagem KARDEC E NAPOLEÃO, uma frase chama atenção quando Jesus apresenta o Espírito responsável pelo surgimento da Doutrina Espírita: Daria início ao Terceiro Milênio do Cristianismo na Terra. Vejamos alguns dados pouco citados sobre o inspirador do Cristianismo: EVANGELHO de João, capitulo 1, apresentando Jesus nos versículos 3 ( Todas as coisas foram feitas por ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez)  e 10 ( Estava no mundo, o mundo foi feito por ele e o mundo não o reconheceu). Na revelação do Espiritismo à Humanidade, na questão 625,     indagando qual o modelo mais perfeito a ser seguido, a resposta foi curta e direta: -Vede Jesus. Na análise dos feitos de Jesus considerados sobrenaturais, no capítulo 15 do livro A GÊNESE, Kardec o qualifica como Espírito Puro. No século 20, através do médium Chico Xavier, em 1938, o Espírito Emmanuel, na obra A CAMINHO DA LUZ (feb)  destaca sua condição como Governador Espiritual da Terra, que, quando decidida a  formação do Planeta há bilhões de anos, assumiu a condução do trabalho de legiões de colaboradores. Mas, afinal como se daria essa conexão entre as criaturas humanas e Jesus? Se verdadeira a informação sobre o modelo arquitetônico da realidade do Mundo Espiritual ser organizado em Esferas do centro para o exterior, subdivididas em Planos e Sub-planos, como explicado no livro NOSSO LAR (1943, feb) de André Luiz, a comunicação principal se faz pelos mecanismos imaginados no terreno da energia, hoje tangenciada pela Física Quântica na Teoria das Supercordas e suas variações.  Sendo o pensamento uma emissão no campo do Fluido Cósmico Universal, que, por sua vez, se soma a outras vibrações, constituindo faixas que se agrupam pela semelhança, quando evoca-se o nome de Jesus nas orações individuais ou coletivas, estabelece-se uma conexão entre o que irradia e tais faixas. Delas - ou nelas sintonizados -, se sorve energias compatíveis com a real necessidade e merecimento do que profere tal requerimento. Naturalmente, Entidades Espirituais próximas, empenhadas na execução das diretrizes estabelecidas pelos princípios de Ação e Reação, agem promovendo a assistência possível e justa. Mais ou menos como as providências dos assessores das autoridades de nosso Plano, quando reivindicamos algo. Deve ser assim. O “chato”, afinal, tirou-nos da acomodação mental em que nos mantínhamos a exemplo de muitos como que hipnotizados.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

A SENSATEZ DE ALLAN KARDEC

"Mais de 20 bilhões de Espíritos conscientes, desencarnados", compõem parte dos alunos matriculados no grande Educandário chamado Terra, dentre “as muitas moradas da Casa do Pai”, revelou o Orientador Espiritual Emmanuel, no livro ROTEIRO (feb, 1952). Dois terços “ligados aos núcleos terrenos e um terço de Espíritos relativamente enobrecidos transformados em condutores da marcha ascensional dos companheiros”, escreveu André Luiz no EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb,1958). Como se percebe um trabalho imenso para conduzir o Planeta à condição de Regeneração. Em observação preservada na edição de outubro de 1866, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec oferece algumas ideias de como se processa esse gigantesco trabalho: -“  Uma comparação vulgar fará se compreenda melhor ainda o que se passa nessa circunstância. Suponhamos um regimento, em sua grande maioria composto de homens turbulentos e indisciplinados: estes provocarão incessantes desordens, que a severidade da lei penal muitas vezes terá dificuldade em reprimir. Esses homens são os mais fortes, porque mais numerosos; sustentam-se, encorajam-se e se estimulam pelo exemplo. Os poucos bons não têm influência; seus conselhos são desprezados; são ultrajados, maltratados pelos outros e sofrem este contato. Não é a imagem da sociedade atual? Imaginemos que tais homens sejam retirados do regimento, um a um, cem a cem, e substituídos por igual número de bons soldados, mesmo pelos que tiverem sido expulsos, mas que se tenham emendado seriamente: ao cabo de algum tempo ter-se-á sempre o mesmo regimento, mas transformado; a boa ordem nele terá sucedido a desordem. Dar-se-á o mesmo com a Humanidade regenerada. As grandes partidas coletivas não apenas terão como objetivo ativar as saídas, mas transformar mais rapidamente o espírito da massa, desembaraçando-a das más influências, e dar maior ascendente às ideias novas. Eis por que muitos partem, a despeito de suas imperfeições, a fim de se retemperarem numa fonte mais pura, porque estão maduros para esta transformação. Se tivessem ficado no mesmo meio e sob as mesmas influências, teriam persistido em suas opiniões e em sua maneira de ver as coisas. Basta uma estada no mundo dos Espíritos para lhes abrir os olhos, porque aí vêem o que não podiam ver na Terra. O incrédulo, o fanático, o absolutista poderão, assim, voltar com ideias inatas de fé, de tolerância e de liberdade. Em seu regresso, encontrarão as coisas mudadas e sofrerão o ascendente do novo meio onde nascerem. Em vez de fazer oposição às ideias novas, serão seus auxiliares. Assim, a regeneração da Humanidade não necessita absolutamente da renovação integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais. Esta modificação se opera em todos os que a isto forem predispostos, quando subtraídos à influência perniciosa do mundo. Nem sempre os que voltarem serão outros Espíritos, mas, muitas vezes, os mesmos Espíritos, pensando e sentindo diversamente. Quando essa melhora é isolada e individual, passa desapercebida e não tem influência ostensiva no mundo. Outro será o efeito, quando operada simultaneamente em grandes massas, porque, então, conforme as proporções, em uma geração as ideias de um povo ou de uma raça poderão ser modificadas profundamente. É o que se nota quase sempre depois dos grandes abalos que dizimam as populações. Os flagelos destruidores só destroem o corpo, mas não atingem o Espírito; ativam o movimento de vaivém entre o mundo corporal e o mundo espiritual e, em consequência, o movimento progressivo dos Espíritos encarnados e desencarnados. É um desses movimentos gerais que se opera neste momento, e que deve desencadear o remanejamento da Humanidade. A multiplicidade das causas de destruição é um sinal característico dos tempos, porque deve apressar a eclosão dos novos germes. São as folhas de outono que caem, e às quais sucederão novas folhas, cheias de vida, pois a Humanidade tem as suas estações, como os indivíduos as suas idades. As folhas mortas da Humanidade caem, levadas pela ventania, para renascer mais vivazes, sob o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica”.





domingo, 8 de novembro de 2015

ESTÁ ESCRITO MAS VOCÊ ACREDITARIA?

No ultimo dia 2 de novembro, recebi de um amigo replica de uma carta atribuída a uma médica que trabalha em Munique, na Alemanha, expondo a difícil situação enfrentada pelos alemães com a chegada de mais de um milhão de refugiados, carregados de doenças, fanatismo religioso, agressivos, impondo um clima de grande instabilidade na até bem pouco tempo vida estável dos moradores da importante nação europeia, fatos e aspectos que a mídia local e internacional não divulga.  Aproveitando a presença no Velho Continente de outro amigo que por lá realiza trabalhos jornalísticos encaminhei-lhe o texto, solicitando confirmasse as informações, respondeu: -“Não tive nem terei, acho, contato com os alemães, porém, com franceses e suíços,  isso realmente esta acontecendo. Estão infelizes e horrorizados e - a grande maioria -  revoltados com tudo isso. A informação procede. Estão chegando dessa maneira mesmo e a TV e mídia não estão noticiando. Na França, em Lyon onde estive até hoje, tudo esta um caos”. Revendo o capítulo 18 do livro A GÊNESE, de Allan Kardec, curiosos e atuais comentários podem ser lidos: 1 -  Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral.. Já não é somente de desenvolver a inteligência o de que os homens necessitam, mas de elevar o sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho. 2 - Não se trata de uma mudança parcial, de uma renovação limitada a certa região, ou a um povo, a uma raça. Trata-se de um movimento universal, a operar-se no sentido do progresso moral. Uma nova ordem de coisas tende a estabelecer-se, e os homens, que mais opostos lhe são, para ela trabalham a seu mau grado.  3 - Uma mudança tão radical como a que se está elaborando não pode realizar-se sem comoções. Há, inevitavelmente, luta de ideias. Desse conflito forçosamente se originarão passageiras perturbações, até que o terreno se ache aplanado e restabelecido o equilíbrio. É, pois, da luta das ideias que surgirão os graves acontecimentos preditos e não de cataclismos ou catástrofes puramente materiais. 4 - A Humanidade se transforma, como já se transformou noutras épocas, e, cada transformação se assinala por uma crise que é, para o gênero humano, o que são, para os indivíduos, as crises de crescimento. Aquelas se tornam, muitas vezes, penosas, dolorosas, e arrebatam consigo as gerações e as instituições, mas, são sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral. 5 - A Humanidade é um ser coletivo em quem se operam as mesmas revoluções morais por que passa todo Ser individual, com a diferença de que umas se realizam de ano em ano e as outras de século em século. 6 - De duas maneiras se opera, como já o dissemos, a marcha progressiva da humanidade: uma, gradual, lenta, imperceptível, se se considerarem as épocas consecutivas, a traduzir-se por sucessivas melhoras nos costumes, nas leis, nos usos, melhoras que só com a continuação se podem perceber, como as mudanças que as correntes de água ocasionam na superfície do globo; a outra, por movimentos relativamente bruscos, semelhantes aos de uma torrente que, rompendo os diques que a continham, transpõe nalguns anos o espaço que levaria séculos a percorrer. É, então, um cataclismo moral que traga em breves instantes as instituições do passado e ao qual sobrevém uma nova ordem de coisas que pouco a pouco se estabiliza, à medida que se restabelece a calma, e que acaba por se tornar definitiva. 7 - O progresso intelectual realizado até o presente, nas mais largas proporções, constitui um grande passo e marca uma primeira fase no avanço geral da humanidade; impotente, porém, ele é para regenerá-la. Enquanto o orgulho e o egoísmo o dominarem, o homem se servirá da sua inteligência e dos seus conhecimentos para satisfazer às suas paixões e aos seus interesses pessoais, razão por que os aplica em aperfeiçoar os meios de prejudicar os seus semelhantes e de os destruir. 8- Somente o progresso moral pode assegurar aos homens a felicidade na Terra, refreando as paixões más; somente esse progresso pode fazer que entre os homens reinem a concórdia, a paz, a fraternidade. 

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A FASCINANTE PERSONALIDADE HUMANA

Duas décadas antes de surgir a Psicologia Científica e quatro da Psicanálise, Allan Kardec iniciou a publicação da REVISTA ESPÍRITA, subintitulada JORNAL DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS. Freud não tinha dois anos  quando nasceu o Espiritismo. Palavra cujo significado é mascara, derivada do latim “personare” ou “persona”, personalidade é definida como o “conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém, sendo sua formação um processo gradual, complexo e único a cada indivíduo”. Admitindo-se a existência do Espírito, pré-existente e imortal, como fica essa definição? Essa e outras dúvidas tornam o tema ainda mais interessante, pois, o Espiritismo oferece importantes evidências para que as correntes da saúde mental revejam os próprios paradigmas, ampliando seus horizontes a partir do conhecimento que disponibiliza sobre a reencarnação e, naturalmente, do Mundo Espiritual. No denso conteúdo do trabalho PERSONALIDADE HUMANA – AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ, a ser disponibilizado em breve neste Blog, muito para refletir. Dele, uma pequena amostra: ESQUECIMENTO DO PASSADO – “O esquecimento se restringe à identidade, nacionalidade, naturalidade dados, enfim, que poderiam perturbá-lo ou entravá-lo. É, pois, um homem novo, por mais velho seja seu Espírito, se apoiando sobre novos hábitos, com a ajuda dos que adquiriu. Apesar desse esquecimento, o Espírito é sempre ele, antes, durante e depois da encarnação, que, por sua vez, não é senão uma fase especial de sua existência. (G;) As exceções daqueles que se recordam de vidas anteriores, sobretudo, na primeira infância tem relação com o intervalo curto entre reencarnações, lembranças muitas vezes favorecidas pela cultura dominante na região em que renascem, bem como, planos e programas traçados pelos que administram os processos evolutivos para que sirvam de sinalização para evidenciar a realidade da reencarnação, através da genialidade precoce. INSTINTO SEXUAL - O instinto sexual, então, a desvairar-se na poligamia, traça para si mesmo largo roteiro de aprendizagem a que não escapará pela matemática do destino que nós mesmos criamos. Até que o Espírito consiga purificar as próprias impressões, numerosas reencarnações instrutivas e reparadoras se lhe debitam no livro da vida, porque não cogita exclusivamente do próprio prazer sem lesar os outros, e toda vez que lesa alguém abre nova conta resgatável em tempo certo. Isso ocorre porque o instinto sexual não é apenas agente de reprodução entre as formas superiores, mas, acima de tudo, é o reconstituinte das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou desencarnadas se alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos que lhes são necessários ao progresso. (EDM) FAMÍLIA E PERSONALIDADE CIRCUNSTANCIAL- Segundo o Espírito André Luiz através do médium Chico Xavier, o “lar é o mais vigoroso centro de indução que conhecemos na Terra. À maneira de alguém que recebe esse ou aquele tipo de educação em estado de sonolência, o Espírito reencarnado, no período infantil, recolhe dos pais os mapas de inclinação e conduta que lhe nortearão a existência, em processo análogo ao da escola primária, pelo qual a criança é impelida a contemplar ou mentalizar certos quadros, para refleti-los no desenvolvimento natural da instrução.  As almas valorosas, dotadas de mais alto padrão moral, segundo as aquisições já feitas em numerosas reencarnações de trabalho e sacrifício, constituem exceções no ambiente doméstico, por se sobreporem a ele, exteriorizando a vontade mais enérgica de que se fazem mensageiras”. (MM)


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

ELES SEMPRE APARECEM

Escreveu alguém que o valor de uma ideia se mede pelo tamanho da resistência que encontra. Com o trabalho de Allan Kardec não foi diferente, inclusive entre os que o acompanhavam de perto. Essa revelação está exposta em matéria com que abriu o número de julho de 1859 da REVISTA ESPÍRITA. Depois de explicar como nasceu a Sociedade Espírita de Paris a partir de reuniões realizadas no próprio apartamento em que vivia com sua esposa, o qual foi se tornando pequeno para o número de interessados que foram sendo a ela admitidos, conta que, no que se refere à publicação d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS – único existente então -, enfrentou a seguinte situação: -“Algumas pessoas disseram que fui muito precipitado nas teorias espíritas, que ainda não era tempo de estabelecê-las e que as observações não se achavam ainda bastante completas. Permiti-me algumas palavras sobre o assunto. Duas coisas devem ser consideradas no Espiritismo: a parte experimental e a parte filosófica, ou teórica. Abstração feita do ensino dos Espíritos, pergunto se, em meu nome, não tenho o direito, como qualquer outra pessoa, de lucubrar um sistema filosófico. O campo das opiniões não se encontra aberto a todo mundo? Por que, então, não poderia dar a conhecer o meu? Compete ao público julgar se ele tem ou não tem sentido. Mas essa teoria, em vez de me conferir qualquer mérito, se mérito existe, eu declaro que emana inteiramente dos Espíritos. – Seja, dirão alguns, mas estais indo muito longe. Aqueles que pretendem dar a chave dos mistérios da Criação, desvendar o princípio das coisas e da natureza infinita de Deus, não vão muito mais longe do que eu, que declaro, da parte dos Espíritos, que não é dado ao homem aprofundar essas coisas, sobre as quais não podemos estabelecer senão conjecturas mais ou menos prováveis. – Andais muito depressa. – Seria um erro tomar a dianteira de certas pessoas? Aliás, quem as impede de caminhar? – Os fatos não se acham ainda perfeitamente observados. – Mas se eu, certo ou errado, creio tê-los observado suficientemente, devo esperar a boa vontade daqueles que ficaram para trás? Minhas publicações não barram o caminho a ninguém. – Estando os Espíritos sujeitos a erro, quem garante que aqueles que vos ensinaram não se terão enganado? – Com efeito, toda a questão se resume nisso, considerando-se que a objeção de precipitação é muito pueril. Pois bem! Devo dizer em que se funda a minha confiança na veracidade e na superioridade dos Espíritos que me instruíram. Primeiramente direi que, conforme o seu conselho, nada aceito sem controle e sem exame; não adoto uma ideia senão quando me parece racional, lógica, concorde com os fatos e as observações e se nada de sério vem contradizê-la. Mas meu julgamento não poderá ser um critério infalível. O assentimento que encontrei da parte de numerosas pessoas mais esclarecidas do que eu me fornece a primeira garantia. Mas eu encontro outra, não menos preponderante, no caráter das comunicações que foram obtidas desde que me ocupo de Espiritismo. Posso dizer que jamais escapou uma só dessas palavras, um único desses sinais pelos quais sempre se traem os Espíritos inferiores, mesmo os mais astuciosos. Jamais dominação; jamais conselhos equívocos ou contrários à caridade e à benevolência; jamais prescrições ridículas. Longe disso; neles não encontrei senão pensamentos generosos, nobres, sublimes, isentos de pequenez e de mesquinharia. Numa palavra: suas relações comigo, nas menores como nas maiores coisas, sempre foram de tal modo que, se tivesse sido um homem a me falar, eu o teria considerado o melhor, o mais sábio, o mais prudente, o mais moralizado e o mais esclarecido. Eis aí, senhores, os motivos de minha confiança, corroborada pela identidade do ensino dado a uma porção de outras pessoas, antes e depois da publicação de minhas obras. O futuro dirá se estou certo ou errado. Enquanto isso, eu creio ter auxiliado o progresso do Espiritismo, trazendo algumas pedras ao seu edifício. Mostrando que os fatos podem assentar-se no raciocínio, terei contribuído para fazê-lo sair do atalho frívolo da curiosidade, a fim de fazê-lo adentrar no caminho sério da demonstração, isto é, na única via que pode satisfazer os homens que pensam e que não se detêm na superfície.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

MORTE: RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ

Buscando esclarecimentos substanciais e lógicos, parte dos que se veem inesperadamente diante da perda de em ente querido quer respostas. E, cumprindo sua missão principal, a Doutrina Espírita esclarece dúvidas de muitos. Eis 5 delas: 1 - Supondo que a existência do Espírito seja real, qual a situação dos Espíritos encarnados cujos corpos ficam meses, e até anos em estado de coma ? Dependerá da sua situação mental. Há casos em que o Espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores Espirituais. São pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação. Em outros casos, os Espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédioB do períspirito, dispõem de uma relativa liberdade. Em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem paisagens e contatos com seres que já os precederam na passagem para a vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos. Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados (familiares e médicos) 2- Como o Espiritismo vê a Eutanásia, Ortotanásia ou Distanásia? Emmanuel - Os profissionais e responsáveis por pacientes que consentem com a prática da eutanásia, imbuídos de ideias materialistas, desconhecem a realidade maior quanto à mortalidade do Espírito. A morte voluntária é entendida como o fim de todos os sofrimentos, mas trata-se de considerável engano. A fuga de uma situação difícil, como a enfermidade, não resolverá as causas profundas que a produziram, já que estas se encontram em nossa consciência. É necessário confiar, antes de tudo, na Providência Divina, já que tais situações consistem em valiosas lições em processos de depuração do Espírito.”. (PR,61) 3 - Doação do corpo ou de órgãos do mesmo para transplantes pode causar sofrimento para o Espírito do doador?  Espírito André Luiz - Excetuando-se determinados casos de mortes em acidentes e outros casos excepcionais, em que a criatura necessita daquela provação, ou seja, o sofrimento intenso no momento da morte esta de um modo geral, não traz dor alguma porque a demasiada concentração do dióxido de carbono no organismo determina anestesia do sistema nervoso central, sem qualquer repercussão no Espírito que se afasta. 4 - Cremação pode causar sofrimento ao Espírito?  Emmanuel -  “Geralmente, nas primeiras horas após a morte, ainda sente o Espírito ligado aos elementos cadavéricos. Laços fluídicos, imperceptíveis ao nosso poder visual, ainda se conservam unindo a alma recém-liberta ao corpo exausto.; esses elos impedem a decomposição imediata da matéria. E, por esta razão, na maioria dos casos, o Espírito pode experimentar os sofrimentos oriundos da cremação, a qual, nunca deverá ser levada a efeito antes do prazo de 50 horas após o desenlace. 5- No retorno ao Plano Espiritual, a pessoa encontra os que a precederam nesta passagem? O Espírito encontra aqueles que conheceu na Terra e morreram antes dele, segundo a afeição que tenham mantido reciprocamente. Quase sempre eles o vêm receber na sua volta ao Mundo dos Espíritos e o ajudam a se libertar das faixas da matéria. Vê também a muitos que havia perdido de vista durante a passagem pela Terra; vê os que estão na erraticidade, bem como os que se encontram encarnados, que vai visitar. (LE, 160)